10 de ago. de 2011

A turma errada

Todo mundo conhece uma turma errada.

A turma errada é errada e pronto. Não é questão de opinião, de gosto, nada disso. E ainda que seus participantes se achem na turma certa, acredite: não são.

Eles são reconhecíveis à primeira vista, quase como a gostosa do pedaço. A turma errada é praticamente uma reunião de ombreiras e pochetes, de tão errada que é.

Playboys, surfistas, posers, góticos, esquerdistas militantes, cada um na sua, mas com algo em comum: o erro. E não confunda com conceitos, porque isso não tem nada a ver com a história.

Um jamaicano de dreadlocks e camiseta do Bob Marley no meio de um show do Iron Maiden à primeira vista pode ser considerado um erro, mas se você pensar melhor vai concluir que tudo é música, que ainda que curta um reggae nada o impede de gostar do Iron e que, se ao invés de estar no meio de um monte de metaleiros de preto ele estivesse no meio de um monte de rastafaris, ele jamais seria um erro.

A turma errada é errada em qualquer contexto. Não tem possibilidade de estar certa nunca.


Por exemplo: um playboy num carro rebaixado, cantando pneu, ouvindo trance aos berros, usando um cordão de prata da grossura de uma corrente de bicicleta no pescoço, pronunciando a cada minuto coisas como "uhuuuu" e chamando até a namorada de "brow", é um equívoco sobre pernas ainda que more num país imaginário chamado Babacolândia.

E o que dizer de metaleiros adoradores de satã que se cumprimentam com frases do tipo "infernais saudações!"? Esse pessoal que vai passear em cemitérios e beber vinho de 1 real, que colocam aquela maquiagem de zumbi até para ir tomar um açaí na esquina e frequentam shows de bandas com nomes tão sugestivos como  "Funeratus", "Putridus" ou "Carniça".

Passar a vida esperando pelo momento em que sua alma "descansará eternamente nos bosques frios" (e nórdicos), enquanto se dedica à curiosa arte de não comer ninguém a não ser alguma daquelas "minas true" que adoram cabeludos e são mais conhecidas onde moram como "aquela gorda wicca" definitivamente é um erro.

Surfistas que só falam com vogais - "aí, ó, ó o auê aí" - e revolucionários Mc Donalds (sabe aquela coisa de lutar contra a burguesia e o imperialismo mas sem dispensar um McLanche Feliz?): erro, erro.

Góticos vestidos de corset fazendo pose de vampiro? Adultos fazendo cosplay? Erro.

Turma de academia? Torcida organizada de futebol? Show de bola e de erros.

Me recuso a falar de funkeiros, pagodeiros e micareteiros pelo simples fato de que estes são um erro em turma ou mesmo desacompanhados.

É claro que você pode até discordar de mim, dizer que isso é questão de opinião sim e que estou sendo babaca, preconceituoso e rotulador. Como resposta só o que posso fazer é te mandar ir procurar sua turma.

Mas não se iluda, provavelmente será alguma turma errada.

Post com clara inspiração no blog: http://turmaerrada.blogspot.com/

6 comentários:

  1. Boa demais, rachei de rir, rsrsrs...

    Vc esqueceu de mencionar os negões neonazistas, já conheci vários, por encreça q parível.

    (Antes de qualquer coisa, não tenho pré-conceito contra negros, tenho vários amigos negros, só acho absurda a idéia de uma pessoa aderir à uma filosofia ((se é q é isso)) q vai contra a própria existência dela...)

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  2. White-pardos são cômicos mesmo.

    Abs!

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  3. Não podemos esquecer dos ATEUS cybenéticos que dizem "meu deus do céu" na hora que a coisa ferra.

    Erro404

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  4. Sinceramente, os mais hilários são os "cults" que ouvem o décimo quinto b-side dos beatles, bebem mais café do que água(mesmo o achando intragável) e pensam que por usarem roupas da Zara e por terem lindo três frases do Marx viraram socialistas científicos.

    Parabéns, retratou perfeitamente essa população totalmente "sem caráter" que vaga pelas ruas brasileiras.

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  5. Ótimo texto. Faltou falar sobre o "maldito jeitinho brasileiro" institucionalizado pelo carioca e aderido por todo o país.
    Quanto a capital cultural, aí não tem jeito, mesmo com todos os problemas, São Paulo leva essa.
    Abs.

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Esta é a sua verdade: