Em se tratando de governo, menos é sempre muito mais

Postado em 10 de jul. de 2013 / Por Marcus Vinicius

Desculpem o trocadilho batido do título, mas em certas situações você simplesmente não consegue pensar em nada melhor.

Para cada problema do Brasil, surge um gênio propondo alguma lei, algum novo ministério ou secretaria, alguma ajustada marota no orçamento do país, algum imposto salvador, ou seja, mais Estado.

Tudo isso quando o que precisávamos era justamente o contrário, que é menos, muito menos Estado. Não é possível que um país seja competitivo (e mantenha um ambiente saudável para os negócios) com tantas regulações, impostos, entraves, fora as coimas, por dentro e por fora. Não é aceitável que seja tão difícil abrir uma empresa (e mais difícil ainda fechá-la).

Por isso é assustador que ainda se ache que é o Estado, com alguma vara de condão que até hoje apenas mostrou sofrer algum curto-circuito, que vá consertar o que foi ele mesmo que estragou para começar. Veja o exemplo do sistema de saúde.

Não temos remédios, não temos aparelhos de diagnóstico, não temos laboratórios que possam fazer exames no volume e rapidez que o SUS possui e necessita, não temos postos de saúde ou hospitais decentes, enfim, falta tudo na tão falada "estrutura".

E qual a solução mágica do governo petista para isso? Desinchar as instâncias burocráticas da saúde? Tentar tapar os buracos por onde as verbas escoam para os bolsos de gatunos oportunistas que sugam o sistema? Desonerar a atividade? Tornar o Sistema Único de Saúde (SUS) mais atrativo para médicos e demais profissionais de saúde? Aplicar de forma minimamente decente os impostos escorchantes que toma do bolso do cidadão chamando-o de "contribuinte"?


Nada disso! A solução é invadir a esfera pessoal da vida dos formandos em medicina e determinar que eles deverão prestar um serviço civil obrigatório (petistas e aliados têm pavor do termo, mas vamos chamar o jacaré de jacaré e não de lagartixa, por favor), determinando dois anos de residência no SUS.

Criou-se assim a estranha situação onde as cidades do interior contarão com médicos, mas que poderiam ser nutricionistas ou dentistas, porque a falta de estrutura os transformará em meros agentes de educação em saúde, dizendo para os pacientes algo mais ou menos assim:

- Você precisa vacinar seus filhos. Onde? Não sei, em algum lugar, eu só estou aqui cumprindo meu tempo de serviço obrigatório. E o pior é que o governo ainda vai espancar os fatos e números, propagandeando que enviou não sei quantos mil médicos para o interior.

Será mais um problema do Brasil "resolvido" à maneira lulopetista: com equívocos e propaganda enganosa.

Desse jeito depois do "Mais Médicos" vamos ter o "Mais Engenheiros", para "interiorizar" a Engenharia.

Não vai ter cimento, vergalhão, tratores e nem uma mísera marreta, mas vai ter um engenheiro em cada cidade. Pronto! Resolvido o problema.

Ele também poderá dizer:

- Precisamos construir um sistema de esgotos eficiente. Como? Sei lá, só estou aqui para dar instruções.

Tudo isso porque um programa totalmente inovador (e eficiente) como o "Menos Companheirada Pendurada em Cargos de Comissão" parece impossível do governo criar e implementar.

Uma pena, porque esse sim, teria aprovação popular esmagadora.

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