Cotas? Divisões? Não, obrigado.

Postado em 30 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 11 Comentários

Ando pensando aonde o mundo vai chegar daqui a alguns anos. Gerações inteiras lutaram contra as divisões que existiam entre as pessoas, sejam elas por sexo, cor da pele, religião, opção sexual, posição social.

Antigamente moças de família não se misturavam com malandros de morro, brancos só ouviam musica de branco, pretos não entravam em certos lugares, gays eram atirados nos chafarizes e viviam escondidos, católicos não se misturavam com judeus, meninos e meninas estudavam separados. Tudo era considerado muito normal, até que a sociedade cansada destas amarras começou a destruí-las uma a uma.

O tempo passou e um casamento interracial já não assustava, meninos e meninas estudavam juntos sem problemas, ricos e pobres relacionavam-se sem que isso fosse considerado uma aberração (OK, aqui nem tanto), gays podiam até assumir sua condição perante todos com certa tranquilidade. As barreiras caíram e a sociedade, noves fora a hipocrisia perene, ficou mais misturada no sentido estrito da coisa.

Mas eis que neste início de século XXI o processo se inverte. Como tudo na vida, seja a arte ou os costumes, a moda ou as próprias cidades, um ciclo dá lugar a outro, que dá lugar a outro, que termina dando lugar ao primeiro e tudo se repete.

Vemos universidades selecionando alunos pela cor da sua pele, vagões de metrô e trem exclusivos para mulheres, redutos gays sinalizados com bandeiras coloridas, governantes e movimentos ditos sociais jogando pobres contra ricos.

Tudo baseado no coitadismo e na noção de que o estado precisa dar uma "forcinha" para aqueles que considera menos capazes, o que na grande parte das vezes não passa de impostura e populismo barato.

Ainda acredito na livre iniciativa, nas oportunidades iguais e no esforço individual como motores de uma sociedade democrática. Tutela do estado só acontece em ditaduras, escrachadas ou disfarçadas.

Não sei, acho que daqui a alguns anos estaremos novamente vendo passeatas pela integração na sociedade, mulheres queimando sutiãs ou então gays sendo atirados em chafarizes, não duvido de mais nada.

O ser humano perde tempo demais desfazendo e refazendo velhos erros.

Night dos cariocas, balada dos paulistas: mas qual é a boa mesmo?

Postado em 29 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 2 Comentários

Nelson Rodrigues dizia que a boate é "o local de convivência impossível, do tédio obrigatório, da incomunicabilidade brutal". Completava ainda o nosso Anjo Pornográfico que ali, "somos todos cegos, surdos e mudos, uns para os outros".

Discordo do mestre Nelson só no quesito "tédio", não sei bem como era na época dele, mas conheci boates que tinham de tudo, menos tédio caso você soubesse calibrar seu nível alcoólico de maneira adequada.

Aí é que entra a minha concordância com o o resto do pensamento: pra curtir boate, pelo menos pra mim, só estando bêbado.

Quando penso em noitada, me vem à mente a boate que mais me marcou e na qual eu praticamente morei, de sexta à sábado, durante bons anos: a Bunker.

Era maravilhoso esperar por aqueles finais de semana à noite, quando via de tudo, e fazia e participava de quase tudo, sem no entanto conhecer direito ninguém e nem me preocupar em ouvir muito do que elas tinham a dizer.

Mas não é sobre minhas reminiscências da Bunker que quero falar hoje, o farei em data oportuna.

O assunto hoje é essa certa anti-sociabilidade das boates. Por mais paradoxal que possa ser, um local destinado a curtir com os amigos, ver e ser visto, conhecer pessoas, é também o ambiente mais inóspito que conheço para desenvolvermos uma boa conversa e relaxarmos, premissas básicas na minha opinião para uma interação satisfatória.

Todo mundo que me lê e tenha uma vida minimamente normal, já foi a alguma boate pelo menos uma vez na vida e tentou "conversar" lá dentro, não é?

É aquela coisa "Oi, tudo bem?", "O que?????", "Tava te olhando dali, te achei uma gata!", "Hein? Minha amiga é uma vaca? Porque você tá dizendo isso, seu escroto?".

Exageros a parte, é quase impossível conversar decentemente ali dentro. Mas se fosse só o isso...
Em São Paulo parece que a Lei Anti-fumo "pegou", mas antes do advento dela lá e no resto do Brasil ainda, passar a noite numa boate é garantia de sair dali tendo fumado passivamente uns 10 cigarros e com até as roupas de baixo defumadas por tanta fumaça.

Além disso tudo, tem o escuro, o que junto com o teor alcoólico pode contribuir para termos surpresas desagradáveis no dia seguinte.

O fato é: boate é excelente pra quem está afim de "fritar" por aí ou realmente se jogar na pista, pro resto todo é mesmo um "local de convivência impossível", cheio de fumaça, música alta, escuro, quente e acelerado demais se a sua for só "jogar uma conversa fora" ou mesmo "conhecer alguém" de verdade.

Porque pra curtir boate, é melhor não se importar em ouvir e ser ouvido e principalmente: não esquecer de abastecer seu tanque com algumas doses antes.

A turma da MTV ou a melhor banda de todos os tempos da ultima semana

Postado em 28 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 15 Comentários

Uma vez uma amiga me perguntou se eu ia um festival de rock cheio de novidades em São Paulo.
Não poderia dizer que sim, visto que fui apresentado a tal evendo no exato momento da pergunta dela. Daí ela me disse que o festival seria imperdível, pois tocariam nele o Metric e o Fujiya&Myagi.

Precisei confessar então que estava sendo apresentado a estes artistas naquele exato momento, à exceção do Myagi que até então para mim era apenas o velhinho japonês do filme Karatê Kid.

Só que isso tudo me fez repensar algo que já assaltava meus ócios frequentemente: o fenêmeno do "ídolo miojo", aquele que leva 3 minutos para ser feito e mais ou menos um dia para ser levado pela descarga.

Sim, o ídolo miojo existe e é muito mais preocupante do que a "celebridade instantanea" pois, ao contrário desta última, geralmente é levado mais a sério.

Quantos TIMs Festival já não se passaram sem que eu fosse taxado por alguns amigos de alienígena por não estar interessado nos shows de bandas com um único CD lançado, com um ou dois "sucessos" e que a gente não faz idéia se durará até o próximo inverno.

Nada contra estes artistas, alguns até muito bons, mas um ou dois discos de qualidade não justificam essa histeria e idolatria toda.

São cultuados hoje e substituidos no ano que vem por algum outro artista eloquente, estiloso, prodigioso, virtuose ou tudo isso ao mesmo tempo e às vezes nada disso. Alguns, como o Arcade Fire e os Yeah Yeah Yeahs,por exemplo, até passaram a figurar no meu aparelho de som, mas sempre no seu devido lugar: musica boa e só.

Ainda sou do tempo em que cultuávamos os Smiths, o U2, o Cure, Eric Clapton, Stones ou mesmo o Dire Straits. Artistas com carreiras longevas e discografias quilométricas.

Óbvio que eles iniciaram suas carreiras como bons músicos com um ou dois álbuns lançados, mas até então eram tratados apenas como isso, a adoração veio bem depois.

Daí fico nesse dilema entre ser considerado chato, desinformado e pseudo-blasé ou começar a ter faniquitos quando algum inglês com franja estilosa vier aqui mostrar seus experimentos musicais. Fazer o que? São intempéries de quem já viveu um pouquinho.

Em todo caso, prefiro continuar assim e não me impressionar demais com tudo o que aparece, até mesmo porque preciso guardar minha energia e minha idolatria para os meus ícones de verdade. Imagina, se eu tiver algum desmaio de emoção por causa dos Arctic Monkeys o que terei que fazer se um dia for a outro show do Morrissey e quiser colocar tudo numa escala adequada!? Nem pensar!

Quanto às novidades, bem, por enquanto prefiro considerar apenas como isso mesmo: novidades. Quando e se virarem gente grande, justificarão essas reverências também.

Aventuras no PSP de um sujeito da época do Atari

Postado em 26 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 7 Comentários

Ainda lembro quando ganhei um Telejogo de presente de Natal. Foi uma festa danada e até hoje não consigo entender direito como alguém conseguia se divertir rebatendo bolinhas com palitos numa tela em preto e branco.

Mas acreditem, aquilo era o maior hype.

Hype que durou pouquíssimo (ainda bem), porque logo chegou o Atari, verdadeiro paraíso em cores e com figuras e cenários. Tudo bem que vistos de hoje, os jogos do Atari eram completamente toscos, mas dominaram durante bastante tempo o imaginário e os desejos dos garotos da minha época, mais ou menos junto com a Luiza Brunet.

Lembro que passava noites inteiras jogando Pitfall, River Raid, Seaquest e claro, o quase unânime Pac Man.

Mas como tudo em tecnologia, o Atari também foi superado (Ufa!) e vieram alguns consoles um pouco melhores do que ele na minha opinião, tipo os MSX , que a despeito de nos obrigarem a ficar esperando loooooongos períodos para que os jogos fossem carregados em fitas cassete(!!!), tinham uma qualidade bem superior aos do Atari.

Depois, mais ou menos com o aparecimento dos games de terceira, quarta e quinta gerações como o Mega Drive, Neo Geo e o Play Station I, eu já estava mais preocupado em correr atrás de menininhas na rua, roubar o carro do meu pai para rodar no domingo à tarde e ir pra festinhas atrás de mais...menininhas e consequentemente não liguei muito para lançamentos que me manteriam dentro de casa, com dois ou três marmanjos tentando passar fases de jogos, e confesso que tudo isso passou batido pra mim.

Tudo isso ou quase. Como morava fora porque estudei numa faculdade no interior, queria algo para aquelas horas de tédio e comprei um Game Gear, com uma telinha minúscula e jogos bem "mais ou menos", mas ainda bem distante dos DS e PSP de hoje em dia.

Sem contar que usavam uma quantidade absurda de pilhas o que me obrigava a usar um jogo portátil somente em casa ligado na tomada, quer dizer, só rindo.

Anos antes, ainda criança, eu já adorava os portáteis tipo Game Watch, que eram realmente portáteis e me permitiam passar um tempão jogando Donkey Kong na escola.

Só quando saíram alguns jogos a partir de CD-ROM é que eu voltei a me interessar um pouco por games e adorava ficar jogando Heretic e Doom até altas horas, mas nada comparável à loucura que eu sentia pelo Atari.

Tanto que nem cheguei a ter um PS I ou II.

Até que apareceu o Play Station Portátil.

A primeira vez que o vi fiquei como se tivesse uns 10 anos outra vez e queria porque queria aquele brinquedinho. Tanto fiz que achei um conhecido que tinha viajado pra França a trabalho, comprado um Slim Silver desbloqueado para jogar nos deslocamentos de trem e enjoado do bichinho quando voltou pra cá. Quis me vender e eu, claro, comprei na hora.

Os jogos de luta e RPG me impressionaram muito e é quase inacreditável o visual daquele trequinho e as quase infinitas possibilidades que ele proporciona além jogos de qualidade como acesso à internet, reprodução de vídeos, visualizar fotos, o escambau.

Comecei a baixar jogos compulsivamente e jogar tudo que podia, mas no final das contas acabei usando o meu PSP mesmo pra jogar emuladores de Nintendo e instalar joguinhos de celular.

Sério.

Passo horas jogando quebra-cabeças, Tetris, corridas de carro (essas menos toscas) e os jogos um pouco melhores, mas ainda assim simplórios como o Dungeon Maker, que nada mais é do que a construção de labirintos e a matança de monstros ad nauseam.

Acho que eu, que fui uma criança que achava que não poderia existir nada melhor do que o Atari, meio que não acompanhei a evolução que os jogos sofreram e acabo me interessando mesmo é pelo que gostava na infância.

Até acho o maior barato os Need for Speed da vida e zerei o Medal of Honor, mas gosto mesmo é das velharias.

Tanto que estava com o meu brinquedinho no metrô, jogando um prosaico Quadrapop da Sony Ericsson no emulador (É sério, eu coloquei um emulador para joguinhos de celular no PSP), e vi um moleque com essas mochilas enormes, cheias de livros, voltando da escola me encarando.

Por um momento achei que o moleque fosse me atacar com aquela mochila, arrancar o PSP das minhas mãos e deixar no lugar um Game Gear da vida, bem mais condizente com as tosqueiras que eu cismo de jogar no PSP.

Pensando bem, ele não estaria de todo errado.

Livro infantil, livro adulto: tudo é hábito.

Outro dia escrevi aqui sobre pessoas que ficam ricas e no entanto continuam pobres nos hábitos e principalmente, na forma como se (des) educam.

Obvio que apareceram diversos coitadistas nos comentários me acusando de (argh) "preconceito", "discriminação", entre outras imposturas. Mas o que me causou mais espanto e curiosidade foi a acusação de possuir uma "submissão à leitura", assim mesmo, como se isso fosse algo ruim.

Talvez por vivermos num país que confere 80% de popularidade a um presidente que despreza a educação formal e diz que ler "dá sono", as pessoas quase que precisam se desculpar por terem alguma cultura e hábitos de "classe média burguesa e insensível", como estudar e ler com frequência, por exemplo.

Falo tudo isso porque lembro quando era criança, quando constantemente ganhava livros de presente. Minha avó dizia que o hábito da leitura se desenvolve desde cedo e sempre aplicou em mim e no meu irmão essa teoria tão consagrada.

Começava nos presenteando com aqueles livros que tem mais figuras do que palavras e conforme o tempo passava, as figuras diminuíam e as palavras viravam a "atração principal".

Foi lendo Lygia Bojunga Nunes, em livros como "Os Colegas" e "Bolsa Amarela" que eu aprendi que basta um cantinho da casa mais sossegado e um livro na mão, que a gente literalmente viaja sem fazer muito esforço.

Depois veio minha adolescência e como todo moleque da minha época, eu era viciado nos livros do Marcos Rey que saíam pela Coleção Vaga-Lume.

Ficava louco quando a minha escola, que hoje vejo que era bem diferenciada, organizava feiras de livros para que comprássemos títulos com desconto.

Foi numa dessas feirinhas que descobri "Amar se aprende amando" e me apaixonei por Drummond logo de cara. Tenho tanto carinho por essa época que recentemente recomprei "O Mistério do Cinco Estrelas" para ter na minha pequena biblioteca.

E assim, crescendo de livro em livro, cheguei a Fernando Sabino, Julio Cortazar, Nelson Rodrigues, Raymond Carver, entre outros, num hábito que começou lá atrás, ainda na infância.

Não sei se por causa das facilidades tecnológicas atualmente ou se por causa desse nivelamento por baixo que a sociedade impõe, mas não vejo nas crianças e adolescentes de hoje em dia toda a paixão por livros que existia na minha infância.

Só sei que a tal "submissão à leitura" da qual fui acusado mostra-se, no decorrer da vida, uma alegre e salutar submissão, que nos livra de outras bem menos desejáveis, como a submissão à ignorância, ao servilismo, à mistificação e a conceitos "politica e burramente corretos" que teimosamente intentam em nos transformar em massa homogênea, medíocre e incapaz de pensar por si, submissos a um "senso comum" idiotizado.

Se formos pensar bem, submeter-se à leitura liberta, engrandece e nos forma como indivíduos livres.

Vamos nos submeter a ela então!

Eleição 2010: Serra, Dilma, Ciro ou Ultimate Fight-Brasília

Postado em 22 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 5 Comentários

E o presidente Lula resolveu antecipar mesmo a campanha. Nada contra, afinal ele pretende elevar um peso-morto sem a menor expressão política (e sem nunca ter recebido um voto sequer antes) ao mais alto cargo do país.

Este aliás é só mais um traço da maior característica que identifico em Lula: a sua vaidade desmedida, que talvez seja até o contraponto ideal ao seu imenso complexo de inferioridade, seja por ser um "retirante" nordestino, seja por não passar muito de um semi-analfabeto.

Mas vamos adiante.

O presidente resolveu que vai medir forças com o bom senso em 2010. Tentará eleger uma mulher sem carisma, ex-terrorista, antipática e sem nenhuma experiência eleitoral como sua sucessora. Porque?

Simples e já bastante debatido: se vencer, provará que é "o cara", tendo elegido um poste. Se perder, terá levado um poste bem mais longe do que qualquer um sonhou e estará pavimentado o caminho para sua "volta triunfal" em 2014.

Lula é um excelente petista nesse sentido. Pensa mais no projeto de poder do que no de país.

Canso de dizer que nem desgosto da pessoa dele e sei que o governo dele foi bom até pra mim, mas me pergunto até quanto ele não foi ajudado por um país já sem o passivo de tantas estatais semi-falidas, com uma economia já arrumada pela Lei de Responsabilidade Fiscal e a política monetária, um país então mais bem preparado para crises do que estava na época de FHC.

Lula importou programas e políticas de FHC in totum.

Seja o seu Bolsa Família, seja o PAC das cidades históricas, seja o câmbio flutuante e a política de juros, o que o PT fez ao chegar ao poder, e nem o culpo por isso e até chego a agradecer, foi jogar no lixo tudo o que prometia e seguir com a política que era usada na época do governo tucano.

Mas sobram perguntas.

O país poderia ter crescido mais sem o freio de mão puxado por Palocci e depois Guido Mantega que sempre o mantiveram lá no alto? Enquanto crescíamos 4%, 5% no pré-crise, não poderíamos ter crescido 8%,9%?

Tudo isso é exercício de suposição, mas o fato é que o Brasil está economicamente melhor hoje do que há 15 anos por méritos de Lula e de FHC.

Resolvida essa questão, sobra a questão da ética.

O PT foi durante quase 3 décadas o inspetor de colégio interno da política brasileira. Seus barbudinhos chatos estavam em todas as CPIs possíveis, gritando contra tudo o que viam.

Exerceu uma oposição sistemática e raivosa e tinha como principal ativo político a máxima de ser o "partido da ética".

Mensalão, Gautama, José Dirceu, Delúbio, dólares na cueca e mais tantas outras excescências depois, o PT hoje é o partido que tem no seu dono (Lula, é claro) alguém que defende Renan Calheiros, José Sarney e Fernando Collor e diz até que se fosse brasileiro, Jesus Cristo faria alianças com Judas, talvez para justificar ele mesmo ser um legítimo Judas da ética que tanto defendia.

Anthony Garotinho, diga-se de passagem outra chaga supurada em forma de gente, disse uma vez que o PT era o "Partido da Boquinha". Noves fora a horripilante persona que representa, o famigerado ex-governador acertou em cheio.

Como bem adora dizer o "coroné" Lula, "nunca antes na história desse país" um partido aparelhou tanto o Estado e nunca colocou tanto papagaio de pirata pendurado em cargos de primeiro, segundo, terceiro e até vigésimo escalões.

Vide o que a Petrobras se transformou sob o reinado petralha.

Petralhas aliás parecem que o tempo inteiro estão desestabilizando o país na oposição indo contra tudo ou então tentando pilhá-lo na situação, preenchendo cada cargo disponível com alguém do aparelho partidário.

O maior deserviço de Lula ao país é este: oficializar e transformar em "normal" toda e qualquer basculheira que seria inadmissível em um país sério.

Por melhor que esteja a situação econômica de uma nação (e nem estamos tão bem assim), não se pode prescindir de valores morais em troca disso, ou então a nação inteira torna-se nada mais do que uma prostituta.

No caso do Brasil, nosso ignorante e carente povo é uma prostituta bem barata, porque em troca da esmola do Bolsa Família sufraga um presidente que jogou latrina abaixo todos os valores que dizia lhe serem caros.

Junte-se a isso a sua amizade declarada por proto-ditadores salafrários como Hugo Chávez, Rafael Correa, Evo Morales e Fernando Lugo, indo inclusive contra os interesses dos brasileiros para sustentar essas amizades, permitindo sequestro de empresas e cidadãos e que a economia e o contribuinte brasileiro sejam lesados criminosamente e temos aí um coquetel potencialmente perigoso.

Pegue um partido que jogou a ética no lixo, que possui um braço quase armado como são os baderneiros do MST, sustentados com dinheiro público, que não se envergonha de aparelhar o estado e que tem sempre acima do país o interesse partidário e una a um presidente autoritário, personalista e que devora até mesmo aliados em prol do seu projeto de poder e temos aí a essência do império petralha.

Esta campanha antecipada, indo contra todas as regras e leis do país, esse deboche à justiça e à noção de alternância de poder, só nos prova que Lula só não faz o que Chávez e o resto da quadrilha bolivariana pratica em seus países, porque não tem cojones para tal e não tem certeza de que seria bem sucedido.

Se tivesse esta certeza, tenho minhas dúvidas se não estaríamos vivendo no Brasil mais uma maldita experiência bolivariana.

É por esta razão que o PT merece ser derrotado nas eleições do ano que vem. Ainda que aparentemente não exista nada muito diferente dele em termos de ética, mas a democracia brasileira pede que, pelo menos, troquemos as moscas de vez em quando.

Que venham novas moscas então.

O campeonato mundial de curling

Você sabe qual é a melhor equipe do mundo de curling? De acordo com a Federação Mundial do esporte, o Canadá é o primeiro colocado no seu ranking e o Cazaquistão de Borat briga para sair das últimas colocações.

Nesse exato momento você começa a se perguntar que você tem a ver com isso, não é? Já explico, não feche a página ainda!

Assim como você e eu, a esmagadora maioria da população do mundo pouco liga para o ranking mundial do curling. Aliás, aposto que dessa esmagadora maioria que pouco liga, a esmagadora maioria nem conhece ou ouviu falar deste esquisito esporte.

Saiba no entanto que ele é um esporte olímpico, que organiza campeonatos disputadíssimos nos países mais ao norte do equador e que movimenta uma boa quantidade de dinheiro em patrocínio e incentivos.

Só que a despeito de toda essa "importância", o fato continua sendo só um: o resto do mundo como diz o elegante senador Fernando Collor "obra" e caminha para o esporte.

A blogosfera , mais particularmente os auto-intitulados "probloggers", são mais ou menos como o curling. Viram?! Cheguei no assunto finalmente!

Durante essa semana debateu-se a ética de quem aceita ganhar dinheiro para dar seu testemunho sobre produtos dos quais falava mal antes e jurava boicotar, sobre (de novo) os conceitos de relevância e até sobre um pós-adolescente que se considera o novo Machado de Assis da coisosfera.

Como bem disse o Izzy Nobre, probloggers são "esses seres mitológicos da fauna internética brasileira".

Nada poderia ser mais exato. Essas pessoas construiram ao seu redor uma espécie de realidade paralela que lhes confia muito mais importância do que realmente possuem.

Não entro no mérito da qualidade do material que produzem. Alguns copiam piadas de sites estrangeiros, outros opinam sobre qualquer coisa que lhes venham à mente, outros passam o dia caçando links para passar adiante, outros brincam de personagem de seriado, fazem piadas, enfim, ninguém inventa nada muito novo, mas também não são piores do que a programação da TV aberta, por exemplo.

Só que talvez porque possuam uma quantidade de leitores considerada razoável para os padrões estabelecidos por eles mesmos, seja pelos brindes e restos de verba publicitária que recebem em troca de anúncios e "testemunhos", a tal meritocracia blogueira do Brasil começou a agir como se o campeonato de curling fosse a Copa do Mundo de futebol.

Quem vê essas pessoas se jactando das cortesias que recebem, usando brindes como "provas" de superioridade e para dar "carteirada" em discussões, diminuindo qualquer um que não tenha dado palestra em um dos muitos "qualquer coisa camp" da vida, pensa que se tratam de astros e estrelas mundiais, que vivem num jet set cercados de jatinhos, iates, modelos e uma vida digna do sultão de Brunei.

Nenhum problema na pessoa querer maquiar a própria realidade até como uma forma de negação, promoção pessoal ou o que seja, mas a atitude dos "probloggers" brasileiros beira a de um jogador de curling que pensa que é o Kaká ou o Cristiano Ronaldo.

Chega a ser caso psiquiátrico.

O ponto disto tudo é esse: antes de entrar no Twitter, eu mesmo nunca tinha ouvido falar de 99% desse pessoal e assim como eu, a grande maioria do público de internet brasileiro não faz a menor idéia de quem essa gente seja.

Os caras ficam tão envoltos no seu "nicho", que nem percebem que pros de fora aquele seu conceito de "fama" e "sucesso" é pura e simplesmente risível.

Estes dias mesmo aconteceu um evento onde levaram não sei quantos blogueiros para passarem quatro dias num balneário às custas da prefeitura local. O evento foi alardeado como "retumbante sucesso", algo a ser "invejado" e "copiado", no entanto, em breve pesquisa no meu próprio msn, das 20 e tantas pessoas online no momento, nenhuma, rigorosamente nenhuma jamais havia sequer ouvido falar da tal "maravilhosa ação de mídias sociais".

Essa é apenas uma amostra da total irrelevância dos auto-intitulados relevantes da blogosfera brasileira.

Não vou exagerar e dizer que não existe importância alguma, claro que tem! Existem ações, dinheiro e atenções envolvidas diretamente com o que se faz nos blogs, mas ainda hoje é algo secundário e como bem disse o Izzy Nobre em um de seus textos, blogueiros são os "lowest bidder" da história toda.

Os "patrões" lhes atiram miçangas e eles vão dançando felizes para divertimento da platéia.

São os campeões de curling da internet, se tanto.

Pobreza vai mais além...

Postado em 20 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 19 Comentários

Li uma vez que o Adriano, jogador atualmente no Flamengo, declarou que só se sentia feliz "perto da favela onde foi criado", chegando até a abandonar seu time na Itália para retornar ao Brasil por causa disso.

O "imperador" não é o assunto principal que eu desejo falar hoje, foi somente um gancho já que é apenas um dos exemplares de "ricos-pobres" que existem no Brasil.

Explico o termo: rico-pobre é aquele sujeito que por alguma razão era um zé das couves e ganhou muito dinheiro fazendo alguma coisa.

Seja vendendo quentinhas, sucatas, agenciando modelos, jogando futebol, tocando axé, funk ou pagode, acertando na loteria, montando uma loja de qualquer coisa, seja como for, a primeira característica do rico-pobre é essa: tem que ter saído da m*! e ascendido de forma meteórica na vida, estilo 90% da Barra da Tijuca.

Outra característica marcante é que o rico-pobre geralmente mantém após a entrada da dinheirama na conta bancária basicamente os mesmos hábitos de quando era pé rapado.

Dizem que é pra "manter as origens", mas na realidade é porque nem sabem o que fazer com o dinheiro.

A churrascaria rodízio mais cara da cidade que passam a frequentar diariamente, nada mais é do que a única versão conhecida do churrasquinho de esquina que eles encontram e seja compatível com suas novas possibilidades orçamentárias.

Assim como as milhares de pulseiras e cordões de ouro que ostentam, quase como que para dizer "olha, me livrei do chapeado". E os automóveis? Cada carro caro, bom, que eles transformam num verdadeiro trio elétrico "enfeitado" por acessórios de mau gosto.

É mole identificar: cordões e pulseiras, carro com vidro espelhado ou filmado, tocando músicas de quinta categoria como funk, axé e pagode numa altura que é mais pra quem está na calçada ouvir do que para eles próprios.

Esta aliás é a última característica da qual quero falar sobre o rico-pobre: quase tudo o que faz é pra mostrar pros outros que pode. São capazes de colocar livros de madeira numa estante, já que a maioria acha que "ler é chato", mas no entanto precisam mostrar pros amigos que não são apenas ignorantes com tino pra negócios.

É incrível, mas é raro o jogador de futebol, pagodeiro, axezeiro ou emergente que se dedique a melhorar como pessoa, estudar, educar-se, melhorar seus gostos e descobrir que de repente ao invés de gastar milhares de reais no final do ano fazendo um "reveião" em Araruama "prus amigo todo", ele pode festejá-lo com a esposa ou um grupo mais seleto num lugar muito melhor.

Podem argumentar que é direito do cara gastar seu dinheiro como bem entender, afirmação da qual eu não discordo de forma alguma, afinal este é um país livre e o mau gosto não é proibido por lei.

Lei nesse caso só uma, que minha avó (que aliás saiu de Ramos, a terra do piscinão, e melhorou de vida em todos os sentidos) me dizia: "Meu filho, é muito mais fácil tirar uma pessoa de Ramos do que tirar Ramos de dentro da pessoa".

Nascer, crescer, procriar

Postado em 19 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 15 Comentários

A sociedade espera muito de nós, quem não sabe disso? Seja como for e em qualquer época da vida, sempre temos um script que nos cabe representar.

Estudar, trabalhar, sair da casa dos pais, casar, ter filhos, educá-los, ter netos, deseducá-los, caducar e morrer.

Qualquer coisa que fuja muito disso é considerado "estranho".

Nem falo de "jovens" de 40 anos que moram com a mãe, brincam de personagem de seriado de TV na internet e se auto-intitulam "probloggers", falo de coisas bem menos bizarras.

Conto isso porque já passei dos 30 e alguns (risos), já morei sozinho em duas ocasiões, uma quando fiz faculdade fora da minha cidade e a outra mais recente, quando saí da casa da minha mãe e fui viver a aventura, as agruras e delícias de ter a sua própria casa.

Quer dizer, eu meio que cumpri o script social satisfatóriamente: estudei, fui trabalhar, saí da casa dos meus pais e tal...mas dia desses me deparei com uma afirmação de uma pessoa que tinha acabado de me conhecer mais ou menos assim: "Poxa, mais de 30 e solteiro até hoje?Nunca casou?Nunca teve filhos? Muito estranho! Ou você é um galinha ou então aí tem...".

Na verdade eu acho que a resposta para a análise que fizeram de mim é simples: posso ser viado, posso ser galinha, posso ter alguma outra coisa estranha ou então eu simplesmente nunca quis casar mesmo, porque acho que isso é meio sério demais pra ser tratado simplesmente como "etapa de vida" a ser cumprida.

Vejo amigos meus que casam com aquele pensamento "Tá na hora, vou casar", só pra separarem dali a 2, 3 anos. Enquanto estou no zero casamentos, já tenho amigos que estão no segundo, terceiro, com filhos em cada um deles e muitos cabelos a menos.

Veja, não digo que abomino tal instituição que muitos chamam carinhosamente de submarino (pode até boiar, mas foi feito pra afundar), só acho que o casamento (e consequentemente ter filhos), é o resultado final de um processo um pouco mais natural do que contém a frase "Nossa!Já namoraram demais! Tá na hora de casar!".

Óbvio que quero tudo isso, principalmente filhos, mas não considero isso um projeto de vida tão racional quanto juntar grana pra comprar um carro ou fazer uma viagem ao Japão, projetos esses nos quais guardamos dinheiro, planejamos e executamos.

Deixar tudo ser natural é bem melhor e estou chegando lá desse jeito, mesmo que seja um "pouquinho" mais devagar.

Mas quando penso nisso lembro das minhas amigas mulheres que já são balzacas, grande parte delas já com aquele pensamento "melhor um traste na mão do que ficar pra titia". É o medo de não dar tempo de virar MILF.

Tudo fruto dessa cobrança que o script social nos faz.

O que acho disso tudo é simples e resume-se a uma única constatação: muita gente pergunta para nós se "estamos bem no trabalho", "se não vamos casar", "se não está na hora de ter filhos", mas quase ninguém pergunta "você está feliz?".

Talvez seja porque nossa felicidade só diga respeito a nós mesmos e porque é com ela que devemos nos preocupar, já que temos a sociedade inteira pra tomar conta de todo o resto.

O poder da "beleza"

Postado em 18 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 10 Comentários

Fui bonzinho nesse título aí, viu? Vou logo avisando.

O tal poder a que me refiro pode muito bem ser redefinido como o "poder da gostosura", mas chamem do que quiser, tesão, charme, beleza, etc, etc, não importa, o assunto que quero falar agora é simples: como a aparência ou a forma com a qual nos apresentamos pode mudar a reação do mundo à nossa volta.

Resolvi falar sobre isso hoje porque me peguei imaginando a seguinte cena: uma morena de olhos azuis linda, charmosa e totalmente "fuck me style" concorrendo a uma vaga de emprego com um sujeito baixinho, calvo e que se veste mal, quem ganharia a vaga?

Nem pensem em me acusar de machismo ou de ser simplório, você que imaginou que a gostosa seria "burra" e o "baixinho" inteligente e mais qualificado só porque eu não mencionei isso no parágrafo anterior é que foi.

Num cenário em que ambos tenham qualificações semelhantes, equivalentes, a boazuda leva a vaga simplesmente porque passa uma imagem de sucesso mais convincente do que o baixinho? Ou o baixinho levaria porque parece ser mais inteligente? Lembrem-se: ao contrário da propaganda, imagem é tudo.

Percebem aí como essa situação é uma via de mão dupla?

Não creio que mulher bonita tenha que ser burra e nem que uma inteligente precise ser feia. Poderia dar uns mil exemplos aqui que contrariam essa tese que, pra mim, é totalmente furada.

Falo isso porque volta e meia me vejo no meio de uma discussão na internet e sempre aparece uma gostosa p* da vida comigo.

Seja por conta das minhas opiniões "polêmicas" ou porque veio defender algum "amigo" ofendido, noto que a minha disposição de pular com o pé no peito de uma bonitona é bem menos presente do que quando se trata de um narigudo com cara de Ren e Stimpy.

Será que, às vezes, ela não preferiria ser tratada como uma pobre mortal e levar uma saraivada de esculhachos? Deve ter hora que sim, afinal, não deixa de ser uma forma de julgar, não é?

boa demais pra ser xingada fora de um contexto mais...íntimo".

Tudo bem que uma gostosa entra de graça aonde quiser, fura fila, ganha drinks, arruma carona pra ela e até pras amigas mocréias, enfim, desfruta de facilidades que ninguém reclamaria.

Lembro da Julia Roberts fazendo Erin Brockovich e explicando no filme como conseguiu para o seu chefe uns documentos que pareciam impossíveis com um simples "eu tenho peitos".

Mas o que às vezes me pergunto é: será que não tem horas que elas gostariam simplesmente de ser pessoas passíveis de filas, programas de índio e até alguns "nãos"? Que a beleza não fosse um diferencial determinante?

Ainda que seja só pra ver como é a vida "do lado de cá"?

Acho que elas gostariam sim, porque não conheço uma gostosa que não tenha uma quedinha por algum sujeito que conseguiu por alguma razão lhe dizer não.

Para onde vamos com a internet?

Postado em 16 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 5 Comentários

Estava zapeando por aí quando cheguei a um blog que dizia algo muito interessante sobre a constante evolução das ferramentas da internet e da mobilidade das tais redes sociais.

O artigo falava mais especificamente da dificuldade que "gurus" da blogosfera tiveram para transferir sua fama virtual para o Twitter, o que gerou o maior mimimi por diversos motivos (Twittess, scripts, relevância relativa, métodos de auferir a tal relevância, etc, etc) e como está sendo dificílimo para estes "semi-deuses de coisa nenhuma" aceitarem a mudança de foco do leitor, de um monólogo extenso que é o blog, para uma troca de mensagens curtas que é o Twitter.

Como bem citou o autor, mencionar que na internet quem manda de verdade é o surfista-internauta é um clichê, mas como atrair e prender a atenção dele é uma discussão válida.

A alta blogosfera tupiniquim se considera uma espécie de bispo Macedo de uma igreja virtual, para eles "formadores de opinião", desprezar a grande mídia desvalorizando-a e debochando de seus defeitos é praxe e tentar manejar os leitores do blog como se fosse seu "ativo" é normal.

A internet evolui e não só transforma tudo em novidade, mas faz com que algo relativamente novo torne-se "matuzalênico" bem rapidamente. A blogosfera hoje, quer dizer, a "alta blogosfera" em pouco difere da grande mídia que eles tanto atacam, talvez faltando apenas orçamento compatível e formação acadêmica.

Não querem ou não sabem mais como inovar em busca de cativar os leitores, daí repetem a mesma fórmula que sempre adotaram e reclamam do que aparece de novo.

Como já disse antes, uma imensa quantidade de blogs "famosos" é um fim em si mesmo. Adoram um tutorial, uma lista de "10 regras pra sabe-se-lá-o-que", fazer auto-culto da sua "grande, apaixonante e inigualável persona" e faturar uma graninha quando puder.

O "semi-deus-proto-ou-propriamente-dito-problogger" é aquele cara que acha que sua opinião vale mais do que a de uns 10 mil "internautas-mortais" juntos, e pode não se sustentar disso, mas acha muito bem vindo o dinheirinho que pinga através do adsense e posts-pagos mal disfarçados.

Nada contra, é sempre bom unzinho a mais entrando na conta, mas por isso mesmo defendem sua "fama-virtual" como um mercado, o que não deixa de ser mesmo. Daí resistem ferozmente a qualquer "outsider" que lhes invada o espaço.

Disse tudo isso porque recebi finalmente ontem meu convite pro Google Wave.

Não sei direito como funciona, ou melhor, não me habituei a ele ainda, mas caso essa proposta realmente vingue e torne-se o novo fenômeno da internet, trata-se de uma ferramenta que dará um passo à frente outra vez.

Não sei ainda se ele surtirá o mesmo efeito que o Messenger surtiu no mIRC, substituindo-o totalmente e mudando o paradigma de um "chat cheio de gente que queria se conhecer" para um "chat de gente que já se conhece", estreitando o campo, mas caso ele funcione mais como uma mistura de Twitter, Tumblr e Messenger e não restrinja o contato das pessoas às suas "amizades virtuais", parece que estamos diante da "ferramenta perfeita", até que surja alguma outra, é claro.

Aí, todos os "famosos" agora do Twitter terão que se reinventar, surgirá uma nova "classe relevante" e a dança seguirá adiante.

Onde isso tudo vai parar? Não sei...a única quase certeza que tenho é que a blogosfera vai aderir, reclamar, dizer que não basta e chamar para si toda a c*gação de regras que puder dentro da nova ferramenta.

E la nave va.

Amigos, amigos...

Postado em 15 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 9 Comentários

Quantos amigos você tem?

Após responder esta pergunta, pense no caso de precisar de almoço e jantar grátis todos os dias, durante duas semanas, e precisar encontrar um amigo que te forneça o rango na faixa durante todo esse tempo sem saber que só será por duas semanas e ainda assim continue abrindo a porta de casa pra você com um sorriso depois, digamos, do terceiro ou quarto dia.

Responda novamente agora, quantos amigos você tem?

Pense agora em quantas pessoas aturariam você ligando bêbado pra ela as 3:00 da manhã num dia de semana, pedindo que vá te buscar porque você está tão encachaçado que nem consegue andar direito, e além de não desligar na sua cara ou inventar uma desculpa e te chamar de "sem noção" depois, ainda levantaria da sua cama quentinha pra ir lá aturar sua carraspana.

Pense nisso e me responda, quantos amigos você tem?

Agora imagine que você namora aquela gostosa, e sabe-se lá porque deu uma sacaneada nela e ela está fula da vida contigo. O que ela faz? Procura alguém que você conhece pra "se vingar"(leia-se colocar um belo par de cornos). Quantos amigos você tem que não se aproveitariam disso pra fazer um test-drive na sua namorada-boazuda?

Aí me responda, quantos amigos você tem?

Pense em dinheiro emprestado, em seus dias de mau-humor, em dar uma voltinha no carango alheio, em quando você não está "legal", quando não é só sorrisos, etc, etc e me diga, quantos amigos você tem?

Convencionamos usar essa palavra "amigo" com a mesma displicência que utilizamos o "eu te amo", sem nos darmos conta de que isso é meio perigoso.

Óbvio que pra ser amigo mesmo ninguém precisa completar os 12 Trabalhos de Hércules pra provar e nem deixar de comer a Megan Fox por sua causa, mas passado aquele encantamento inicial de quando conhecemos um novo "amigo", até quando isso realmente dura?

Infelizmente, e na maioria das vezes, dura bem pouco. Certas amizades são como um iogurte, se não forem consumidas logo, perdem o prazo de validade.

Por isso existem os "conhecidos", que é uma espécie de pré-vestibular de "amigo", acho que é melhor fazer assim do que ingerir iogurte vencido, não é?

Meu "quase" Solio

Postado em 14 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 1 Comentário

Sou um maníaco por gadgets. Confesso que tenho esse fraco por gastar meu dinheirinho comprando jeringonças que às vezes vão me servir durante 2 ou 3 dias e depois serem abandonadas no fundo de alguma gaveta, mas fazer o que?

Algumas são mais bem sucedidas como o PSP, o iPod ou um dos 300 pendrives que já tive. Outros como um HD portátil que comprei de um arrependido por módicos 50 reais me fizeram entender porque ele me vendeu algo de 150,00 por cem a menos.

Nessa categoria dos gadgets fail quase entra o simpático, ecologicamente correto e bonito carregador solar Solio.

A idéia é genial: um estiloso conjunto de pequenos painéis solares que recarregam todos os aparelhos eletrônicos que levamos por onde vamos. Desde celular até seu reprodutor de mp3 e afins, o bichinho recarrega tudo utilizando para isso a energia do astro rei.

Ele ainda pode ser carregado na tomada comum e armazenar energia por até um ano, tudo isso contribuindo para que você reduza sua "dívida" de carbono, até o Obama apareceu com um!

Show, né? Não.

Primeiro porque não é lá muito barato, o que me levou primeiro a, contrariando minha filosofia do "barato sempre sair caro", procurar versões xing-ling dele. Desisti porque são feias e a maioria não armazena energia.

Daí fui buscar um Solio original por aí e encontrei um no Mercado Livre por 300 pratas, valor estranho já que um novo custava uns 600. Porque o cara ia me dar esse descontão todo? Hum...

Fui procurar reviews dele por aí e...encontrei. :(

Na Amazon, a esmagadora maioria dos compradores dizia que não compraria de novo e que só não se arrependeram totalmente porque achavam que o Solio era uma "boa idéia". Bem, como não sou o Grande Soldador (quem viu "Robots" vai entender) não quero comprar "idéias" e sim equipamentos que funcionem.

O Resumo de tudo que li diz que o Solio não consegue ser carregado só com a luz solar nem que fique exposto o dia inteiro a ela, que você precisa ficar "girando" o aparelhinho atrás do melhor ângulo entre a luz e os seus painéis (ou seja, tem que fazer pas deu deux com o carregador o dia todo) e que nem assim ele "pega" carga total.

A cereja no bolo foram alguns usuários dizendo que o simpático carregador "fritou" seus equipamentos já que é quase impossível por razões técnicas que algo possa carregar tudo que é gadget sem queimar nenhum, por diferenças de especificação dos circuitos ou algo assim (não sou entendido dessa parte, mas o que importa é: o Solio pode transformar seu iPod Touch num peso de papel queimado).

Unindo-se a isso a necessidade de levar consigo um "kit" com 345655 adaptadores, resolvi deixar essa aventura pra lá e esquecer a idéia de ouvir mp3 ou me divertir com o PSP de forma carbon-free.

Trata-se de uma boa idéia, mas por enquanto comprá-lo ainda é uma péssima idéia, guarde sua carteira.

Argentina, Brasil

Postado em 13 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 10 Comentários

Lembro muito bem a Copa de 1986, no México.

Assisti a mais um vexame do Brasil, consegui mais uma frustração na minha galeria de frustrações como amante do futebol (se bem de que 82 foi pior, muito pior) e tive que engolir o Maradona destruindo tudo em campo e dando o título para a Argentina.

Quatro anos mais tarde assisti o mesmo Maradona comandar a Argentina e implodir aquela seleção brasileira vagabunda do Lazaroni, tornando definitivamente o time hermano meu inimigo público futbolístico número 1.

No final das contas Argentina terminou vice-campeã e recordo que torci para que a Alemanha nos vingasse e metesse uma surra nos hermanos.

Só que depois da derrota deles ser consumada e de assistir a uma triunfal chegada da seleção argentina em Buenos Aires logo após a decisão, confesso que senti uma empatia enorme por eles a ponto de comprar uma camisa da seleção alvi-celeste pra mim.

Foi nesse ponto que começou a inflexão positiva porteña para mim.

Argentinos são sofridos, não porque o sejam naturalmente, mas porque gostam da coisa sofrida, suada, carregada de significado. Eles são mais frios que os brasileiros, porém tão quilomberos quanto, só que cada um ao seu modo.

Eles, protestam, quebram tudo, fazem o diabo pelos seus direitos. Nosso quilombo é outro. O brasileiro festeja.

Festeja sua pobreza, seus problemas, suas deficiências, passa a vida de uma festa a outra, meio que "esquecendo" a maioria das coisas que lhe aflige.

Somos tão próximos e tão diferentes e temos a nos separar ainda mais, nessa fronteira imaginária bem mais distante do que a real, este rio caudaloso e violento que é o futebol.

Só que por incrível que pareça, para eles a questão parece bem menos incomoda do que para nós, insuflados por idiotas na mídia e nas narrações de TV que transformam "catimba" futbolística em quase uma deficiência moral de um povo.

Passei férias em Cabo Frio e Búzios quase a minha adolescência inteira e a maior recordação que tenho é de argentinos sendo destratados. "Sujos", "abusados", isso e aquilo.

Daí, qual não foi minha surpresa ao chegar pela primeira vez em Buenos Aires e saber que eles simplesmente adoram brasileiros.

Sério, não é figura de linguagem e nem exagero estilístico, eles nos adoram!

Óbvio que tem as brincadeiras sobre futebol, mas a forma com que eles me tratavam lá me causava vergonha pela forma com que eles são tratados aqui, na maioria das vezes.

Por isso mesmo eu acho que os brasileiros deveriam ouvir menos o Galvão Bueno e concentrar-se mais nas qualidades e belezas que nossos hermanos tem para oferecer, porque acreditem, são muitas.

Acabo de completar "Quem sou eu?" e meu resultado foi...

Postado em 9 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 3 Comentários

Qualquer pessoa que use o Twitter já se deparou com essas pesquisas ou "quiz" que enchem o saco o dia todo.

É um tal de responder pesquisa pra descobrir se é nerd, se é bonito, se vai ser famoso, se o seu signo combina com o da Hannah Montana, se o pai e a mãe vão aumentar o valor da mesada, se Papai Noel vai trazer um cérebro novo de presente no Natal (ou pelo menos sinapses funcionais)...

Chega a ser curioso ver que tem quem precise de uma quiz para saber se "é 99% são paulino ou 101% palmeirense" (Falo isso porque pra ser corinthiano só 171).

O fato é que esses joguinhos, que lembram demais aquela versão moderna de praga do Egito que é o "jogo do add" no Orkut, transformam o Twitter num verdadeiro consultório de psicólogo que faz teste vocacional.

Outra coisa curiosíssima é que ninguém twitta essas Quiz e aparece algum resultado "ruim".

Deixa eu explicar: o cara vai lá e posta "Acabei de completar 'Qual personagem histórico eu seria?' e meu resultado foi 'Alexandre, o grande'".

Incrível como não aparece nenhum cavalariço, dona de puteiro ou eunuco, são só personagens grandiosos e com os quais qualquer um adoraria ser comparado.

Ainda não li uma enquete dessas em que o cara dissesse orgulhoso "Eu seria o Michael Jackson".

Não sei o porque dessa fixação nessas pesquisas malas, parece uma necessidade de descobrir uma identidade ou talvez seja falta do que falar mesmo, sabe como é, cabeça oca e tempo de sobra, é "personalidade Orkut" na certa.

A vida útil das gírias

Postado em 8 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 11 Comentários

E aí? Tudo jóia?

O que tem de gíria idosa por aí não tá no gibi! "Broto" e "podes crer" que eram in, hoje são mais out do que bunda de índio.

Viraram coisa de coroa, não são mais chocantes.

Nem falo daquelas palavras que foram aposentadas, como assistência, patrulhinha ou "disco".

Outro dia ainda falei aqui do vinil e confesso que ainda não consigo me sentir confortável usando de novo a palavra "disco", sei lá, não me parece mais pedra 90 e nem prafrentex, mas é a vida.

E assim, aquelas expressões que já foram usadas por todo mundo, desde a rapeize até as velhas corocas, acabou virando coisa de matusquela e toda vez que alguém menciona uma ou outra gíria idosa atualmente acaba virando o maior salseiro e fazem blague da pessoa.

Tem gíria idosa que é supimpa, da pontinha mesmo! As minhas preferidas são aquelas pra definir o órgão sexual feminino. "Pissirica", "rosinha"...mas deixa eu parar senão já fico todo serelepe e alguém me dá um sossega leão.

Nesse tempo em que tudo vira processo, acabo gastando todo o meu ordenado pra pagar alguma multa e como sou muquirana, é melhor evitar. Porque o que tem de gente paspalha hoje em dia, é pule de 10 que mais cedo ou mais tarde me arrumam um auê!

É incrível como o tempo passa e as gírias que são um estouro hoje, com certeza ficarão tão velhas que logo parecerão ser do tempo do onça (ou seria do ronca?), passarão de moda e vai ser batata que quase ninguém mais vai querer usá-las, no duro!

Mas não deixa de ser de responsa recordar delas.

E você? Conhece alguma gíria idosa que arrebente a boca do balão? Você que é batuta, me conta aí!

"Quem fala o que quer...é invejado!"

Postado em 6 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 9 Comentários

Ontem escrevi no Twitter que 99% das brigas só acontecem porque quase ninguém está preparado para ouvir um "f*da-se" logo em seguida ao pronunciamento das mágicas palavras "mas isso é só a minha opinião, tá?".

Não sei porque cargas d'água alguém um dia convencionou que dizer isso isenta a pessoa de ouvir uma resposta.

É como um cara dizer pra mim "não sei como você consegue caminhar nas ruas com estas costeletas!" e ouvir algo como "nem eu sei como você consegue com essa sua cara!" e ficar ofendido. Incrivel, né?

Mas as pessoas ficam.

Todo mundo pensa que tem aquela frase final, aquela máxima inapelável, o famoso "óbvio ululante" que encerrará qualquer debate como passe de mágica. Pode ser uma revelação bombástica, uma tirada genial, uma verdade inatacável, na cabecinha de quem a pronuncia, aquilo ali será a popular "chave de ouro".

Aí quando recebe aterrorizado uma resposta, seja ela qual for, o que acontece? Ah! É um absurdo!

O sujeito pode ter procurado encerrar uma discussão com um prosaico "você é um idiota" que se ouvir o outro responder "e você é um asno" vai se ofender mais do que qualquer coisa.

O outro é que é grosso, entenderam? Afinal, foi "só uma opinião".

Isso acontece comigo no Twitter vez por outra.

Estou lá falando sobre as minhas limãozices diárias e vem um esperto querer dar uma de "engraçado", aí eu respondo com a minha conhecida ferradura dourada e o sujeito se ofende.

O primeiro passo é me chamar de usuário de script, como se isso não fosse público, notório e confesso.

Depois, como não pode me chamar de burro porque isso é impossível, já que não sou mesmo, começa a me imputar acusações como "racista", "discriminatório", "truculento", etc, etc.

Ora, bolas! Se mete na minha conversa pra me encher o saco e quer o que? Flores?

E como pode ficar ofendido o sujeito contrariado! Se ele diz "O Pão de Açúcar é com certeza a paisagem mais linda do mundo" e você responde "Não, eu não acho que seja", pronto! Você é um "idiota, imbecil, tacanho e que não merece o convívio social".

É o julgamento de todo um caráter baseado no que a pessoa discorda do outro.

O próximo passo é chamar os amigos. Todo mundo sempre tem um amigo ou dois, ou três, prontos a defende-lo em qualquer coisa que faça. O ser-humano tem isso. Acha que prova de amizade e fidelidade é apoiar qualquer imbecilidade que o outro faça.

Por fim, a cartada genial: a inveja!

Uhhhhhh!

Alguém disse muito bem que a inveja é aquele argumento "infalível" que se usa quando a opinião ou crítica do outro é tão oposta à sua visão e tão bem defendida que só te resta apelar a ele.

É inveja porque não sou um "problogger de sucesso", "relevante", porque não tenho um iPod Touch, porque não tenho um par de tênis prateados, porque não me chamo Pafúncio, etc, etc...

Resumindo, seja lá o que a você diga, até que o céu é azul, você estará errado porque é "grosso", porque "todo mundo" acha você errado e porque você é invejoso.

Infelizmente não consigo ouvir/ler funçanata idiota sem responder. Não tenho medo de grosseria e nem de "turma", daí me acham encrenqueiro.

Mas nem sou, o que rola é que, como disse no início, quase ninguém está preparado para ouvir um "f*da-se" quando emite uma opinião inconveniente e eu estou cheio de "f*da-ses" para distribuir pra essa gente. Bring it on.

Não se acanhe! Distribua-os também.

Ah, o tempo...

Postado em 5 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 6 Comentários

Não escrevo este post porque pensei exclusivamente nela, mas a Brigitte Bardot pode muito bem ser a versão pictórica dele. Existem duas BBs e penso ser isto um fato.

Temos a ninfa, linda e sensual que faria Matuzalém levantar da tumba se quisesse e temos a senhora meio doida e encarquilhada, misto de amante dos animais e comentarista xenófoba.

Entre a primeira e a segunda versões dela, encontramos ele, o tempo.

Ovídio dizia ser ele o "devorador das coisas". Não precisava ser um sábio como ele pra pensar nisso.

Quantas vezes não nos assustamos ao ver por onde anda aquele velho ídolo da infância? Ou a gostosona da televisão que deixava a gente doido? Acreditem: a Madonna já foi uma gatinha um dia, e não esse frango depenado que desfila por aí.

Tenho um monte de exemplos, quem foi criança nos anos 80 lembra do seriado CHiPs, não? Procurem só para ver como está agora o Eric Estrada...

Mas isso acontece com todo mundo, afinal, o tempo passa para todos, não é? A diferença é saber encará-lo com lucidez ou com estupidez, como o Mickey Rourke.

Mas pior mesmo são os reencontros reais. Pior porque raramente aquela pessoa está igualzinha depois de 10, 15, 20 anos.

Aí acontece assim: ou a mina esquisita e quatro-olhos da escola agora virou uma baita gostosa que vai te desprezar para dar o troco por toda a zuação que aguentou, ou...

Aquela guria por quem você era louco, pagou paixão e tentou de tudo sem funcionar, agora, depois de 20 anos, resolveu ficar afim de você.

Maravilha, não? Até seria, se ela não estivesse 20 quilos acima do peso e ainda trouxesse como "brinde" um pacotaço de 3 filhos e 2 ex-maridos. (Existe a versão masculina, é claro, do bonitão que virou um careca bigodudo com pêlos na orelha e bafo de onça).

A moral da história é que não devemos desprezar jamais o efeito que o tempo tem em tudo que nos cerca e o melhor a fazer é aproveitar o hoje, aqui e agora, porque depois poderá ser tarde demais.

E claro, colocar na lista de "coisas a fazer" muita dieta e ginástica (depilação das orelhas também é bem vinda).

Existe democracia?

Postado em 2 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 3 Comentários

Todos os dias acompanho as notícias do mundo todo através do Google Notícias, adoro ver que na Austrália, por exemplo, também existem prefeitos que desviam a verba da merenda para fazer estátuas.

Claro que com bem menos intensidade do que os políticos brasileiros desviam verbas para construir castelos, mas ainda assim é curioso.

Pensando nas mazelas e idiossincrasias da sociedade moderna, me deparei hoje com a seguinte notícia: "Irlanda vota de novo sobre tratado da União Europeia".

Noves fora a nossa preocupação e conhecimento da Irlanda praticamente se resumir ao preço da cerveja Guinness no Irish Pub mais próximo e a alguns leprechauns, a manobra do governo de lá chama a atenção pelo "chavismo" brando contido.

Funciona mais ou menos assim: você convoca a população para opinar sobre determinado assunto, esperando que ela decida por uma opção que lhe é favorita. O "povo" vai e escolhe uma opção contrária à sua. O próximo movimento é simular uma aceitação, fingir que a vida segue e logo depois convocar a mesma consulta de novo e de novo, até que o resultado que você deseja seja "democraticamente" escolhido.

Sei que o caso irlandês é bem menos nocivo e asqueroso do que o de Hugo Chávez, que por si só é uma figura perniciosa politicamente, um psicopata com asdpirações ditatoriais.

Chávez concovou plebiscitos sucessivos até que conseguisse seu intento de poder permanecer no poder até ser tão caquético quanto Fidel (ultrapassados ambos já são).

O que fica como exemplo é: "eles" não se importam muito com o que nós queremos ou precisamos na verdade. Possuem uma agenda, possuem um "plano" e o cidadão é apenas um detalhe.

Isso tudo me leva a pensar se realmente existe democracia.

Para eleger-se deputado no Brasil, por exemplo, é necessário que se gaste uma verdadeira fortuna na campanha. Fortuna essa que um cidadão comum, trabalhador, honesto e pagador de seus impostos não tem condições de gastar.

Sobra-nos então as escolhas possíveis.

Ladravazes, gente condenada, envolvida com milícias, quadrilheiros, imbecis de pai e mãe, gente cuja inteligência se resume em arquitetar esquemas para subtrair dinheiro do erário público.

Existem honrosas exceções, mas estas a cada dia mais se rareiam, tanto pela idade, quanto pela contaminação que sofrem naquela convivência promíscua com a "coisa pública" que vemos em Brasília.

No final, nos vemos escolhendo sempre um "mal menor" e isso, na minha opinião, não é democracia.
 
Template Contra a Correnteza ® - Design por Vitor Leite Camilo