O Mickey é o cara.

Postado em 30 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 7 Comentários

Ontem foi realizada no Rio de Janeiro a "Parada de Natal da Disney", na praia de Copacabana.

Não vou usar este espaço pra falar (de novo) da falta de educação do carioca (ou melhor, do brasileiro em geral), que chega ao ponto de empurrar crianças para conseguir uma melhor visão de um evento feito pra elas, as crianças, nem da quantidade de lixo atirada ao chão ou da necessidade de organizarmos urgentemente o sistema de transportes da cidade, que já é caótico e consegue piorar com qualquer atividade que se realize na Orla.

Quero falar da incrível influência que a (o correto seria "o", mas tudo bem) Disney World exerce sobre pessoas de todas as idades.

Lembro que, ainda adolescente, visitei o parque em Orlando e meio que não entendia porque os adultos pareciam curtir aquilo tudo bem mais do que nós teenagers ou as crianças, mas hoje eu entendo perfeitamente: todo o mundo de Walt Disney nos faz voltar às melhores lembranças de nossa infância, à inocência, à proteção do nosso lar e por fim, calam fundo em nossa alma, nos levando a lugares queridos do nosso consciente e subconsciente.

Ontem fui eu que me emocionei mais do que as duas criancinhas que levei para assistir à Parada da Disney e pude compreender a força que essas lembranças tem em todos nós.

Mas o que chama a atenção também é que mesmo com tantos personagens novos presentes, como os da Toy Story, High School Music, Rei Leão e até as 3 Princesas que foram tão bem repaginadas para esta nova geração de crianças (quem tem menininhas na família sabe o que falo quando menciono a "loucura" que elas sentem pelas Princesas), mesmo com tantos novos habitantes do Mundo Disney, todos, crianças e adultos gostam mesmo é do bom e velho camundongo de 81 anos, o Mickey Mouse.

Pela gritaria dos miúdos dava pra perceber que "alguém importante" vinha em uma das alegorias, e qual não foi minha surpresa ao saber que era pelo octogenário ratinho que elas faziam tanta festa.

É um fenômeno bastante curioso e digno de registro, por isso resolvi falar sobre esse assunto hoje.

Outra coisa interessantíssima é a quantidade de "anti-americanos" que não abrem mão do seu Mc Donald's, da sua coca-colinha gelada e que choram, riem e aplaudem um simples camundongo de desenho animado, expoente inconteste da cultura daquele grande país do norte, praticamente um porta-estandarte do "imperialismo". (risos)

Trata-se de um ícone social, cultural, emocional que transcende fronteiras, ideologias e preconceitos. Provavelmente suas camisetas vendem mais até do que as do Che Guevara e dizem por aí que até o aiatolá Khomeini usava um reloginho com ele no pulso.

Se isso é verdade ou mito, não sei, mas de uma coisa eu tenho certeza: o Mickey é o "cara".

Convites pro Novo Orkut (ou Facebook cover)

Postado em 26 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 25 Comentários

Demorei um pouquinho mais do que pretendia para falar aqui do Novo Orkut porque resolvi dar uma segunda, uma terceira e até uma quarta chance para ele me impressionar um pouco mais.

Não adiantou. Quando ia pra quinta tentativa resolvi clicar no botãozinho "versão antiga" e continuar por ali mesmo.

Não que eu seja contra mudanças e inovações, nada disso, mas pra alguém como eu que só entrou no Facebook para acompanhar o perfil da Sarah Palin porque considera aquele monte de penduricalhos do site um verdadeiro suplício funcional, o Novo Orkut soava como um Facebook sem a Sarah.

No ramo de automóveis alguns vendedores chamam de "vovô maquiado" aquele carro que ainda dá um lucro pra montadora mas está ultrapassado, aí então para não investir demais em mudanças estruturais dispendiosas, a fábrica coloca enfeites, aerofólios, spoilers, borrachões e apresenta sua velha novidade num lançamento pomposo.

O Novo Orkut tem um pouco disso na minha opinião. O visual é mais "facebookado", você escolhe a cor do seu plano de fundo, as atualizações dos seus contatos aparecem de uma forma meio ostensiva na sua página principal, suas comunidades e amigos passam a aparecer todas na mesma coluna, sem a necessidade do "view all", mas a verdade é que tudo ficou mais difícil de ser encontrado, o site ficou menos organizado e a informação relevante se perdeu no meio de tanta "maquiagem".

O Orkut com isso conseguiu perder o que ainda tinha de vantagem em relação à outras "redes sociais": a facilidade do uso.

Mas o buzz foi grande! O site novamente exigiu que se tivesse um convite para testar sua nova versão e as pessoas saíram desesperadas atrás de um. Uma outra "febre" orkutiana aconteceu, com pessoas vendendo convites no Mercado Livre e tudo.

Mas no final das contas, o tal Novo Orkut parece mais com a tentativa de uma casa de chá de concorrer com o Mc Donald´s. Ao invés de servir seus chocolates quentes, petit fours e torradas amanteigadas, passaria a vender hamburgers e batata frita.

O resultado seria uma lanchonete para sexagenários ou uma péssima casa de chá. É o caso dessa reformulação do Orkut. Os trolls estão todos ali, a favelização internética da rede social está igualzinha, a única coisa que mudou foi que pintaram o barraco.

Mas cheiro de tinta incomoda demais, por isso vou permanecer na tal versão antiga mesmo, já que o "velho" Orkut continua ali no mesmo lugar, com todos os problemas que o novo não conseguiu eliminar, mas pelo menos mais simples.

Duvida do que eu disse? Te dou um convite pra testar. Deixe seu comentário aí embaixo que os dois mais bem elaborados ganharão uma passagem para ver como não existe nada mais "velho" do que o Novo Orkut.

Um dia sem gari

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prometeu que deixará algumas áreas da cidade sem coleta de lixo durante 24 horas e sem aviso prévio.

Será que o prefeito ficou maluco? De forma alguma! O que o alcaide deseja é mostrar aos cariocas a quantidade de lixo que eles despejam sem razão nas ruas diariamente, talvez pra ver se as pessoas sejam tomadas de alguma espécie de vergonha e parem de agir como verdadeiros porcos.

A sujeira das ruas do Rio de Janeiro só não me incomoda mais do que favelas e flanelinhas, nesta ordem.

É "normal" a pessoa estar em um congestionamento e assistir à verdadeira chuva de latas de refrigerante, copos descartáveis, garrafas de todos os tipos, papéis, tudo isso atirado pelas janelas dos automóveis e coletivos, numa demonstração de que a sujismundice não tem idade, cor, credo ou classe social.

Nas praias então é pior. Existem não sei quantas centenas de lixeiras dispostas pela orla da cidade, tanto na areia quanto nos calçadões, no entanto o carioca joga seus cocos, palitos de picolé, jornais já lidos e o que você mais conseguir imaginar nas areias das praias, como se fossem oferendas pra alguma "entidade" da porcaria.

Isso porque nem vou falar do hábito de urinar em árvores, postes, calçadas e, se bobear, até no nosso pé. É um péssimo costume que se aprende desde cedo, como já retratei em uma foto no meu Twitpic.

Além disso, aponte-me um fumante que não jogue suas guimbas no chão por onde passe, que eu te aponto um fumante que se preocupa com a própria saúde de verdade.

Daí o que sobra para todos, tanto os porcos que sujam quanto as pessoas que tentam não impactar o ambiente com seu lixo, são as calçadas imundas e fedorentas, que desafiam o tal conceito de "Cidade Maravilhosa" completamente.

E o prefeito só vai deixar alguns pontos da cidade sem coleta de lixo por 24 horas, imagina se deixasse uma semana ou um mês a cidade inteira!?

Fica a dúvida: em quanto tempo o carioca conseguiria ficar soterrado no seu próprio lixo, como fruto da sua falta de educação?

Espero que o tratamento de choque funcione e alguma coisa mude, porque medalha de ouro em porcaria é o máximo que o Rio de Janeiro mereceria hoje em dia.

Craque de bola, cabeça-de-bagre no resto

Postado em 25 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 3 Comentários

Uma amiga veio comentar os resultados dos jogos de futebol na Europa no final de semana (olha que sorte, tenho amigas que adoram futebol) e começou, meio sem querer, a citar alguns nomes de jogadores brasileiros em atividade por lá.

Foi natural que comentássemos sobre o estilo de jogo de cada um deles e no final, sobre a personalidade de cada um.

Houve um tempo em que os craques eram bêbados, tinham problemas com drogas, confusões, mas dentre estes existiam os bem articulados, inteligentes, perspicazes, espirituosos. Podiam não ser santos, mas...

Quem não se deleita ao ler ou ouvir uma entrevista do Roberto Dinamite, Zico, Paulo César Caju, Romário, Renato Gaucho, Tostão? Podem ter maior ou menor educação formal entre si, mas são todos, sem exceção, pessoas inteligentes e interessantes de se ouvir, principalmente quando o assunto é aquele no qual são catedráticos: o futebol.

Isso me fez pensar também sobre o porque da maioria dos craques de hoje em dia, alguns do Brasil e outros de fora, parecerem mais com pessoas que foram expostas à radiação quando bebês.

Sério.Uns parecem completamente idiotizados em palavras e atitudes, outros não conseguem concatenar mais de duas frases coerentemente e acaba que a pessoa que acompanha o esporte acha que é tudo um grande circo ou um hospício.

Será que tudo o que era distribuido de maneira equilibrada entre os pés e a cabeça acabou indo parar, por algum acidente genético, somente nos pés? Discursos prontos e iguais, falsa humildade, idiotices que beiram o retartamento mental e, para piorar, os que tem um pouco mais de massa cinzenta usam-na para propagar lixos que vão desde seitas religiosas até bandas de axé.

Não creio que dinheiro demais faça mal, este não é o problema deles, acho que é a incapacidade de usá-lo para exercitar um pouco a cabeça também, e não só se entupir de picanhas, que faz falta.

Triste época essa em que vivemos, na qual os craques valem tanto, sem no fundo valerem nada.

Tio Sukita

Postado em 24 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 3 Comentários

Impossível não conhecer o termo, não é? O comercial de refrigerante ficou na memória de todo mundo que o assistiu, no inconsciente coletivo até de quem não o viu, e terminou virando até expressão idiomática.

Um amigo meu dizia muito propriamente que enquanto ele ia ficando mais velho, as menininhas de Cabo Frio continuavam todas da mesma idade.

Não sei se ele inventou isso ou leu em algum lugar, mas gosto muito dessa frase e acredito que ela tenha uma poesia embutida bem além da figura meio patética do Tio Sukita.

Quando ando de metrô voltando pra casa no final da tarde, além do aperto e do calor habituais que a concessionária faz o usuário passar, vejo bandos e mais bandos de menininhas do Colégio Pedro II que acabaram de sair de mais um dia de aula.

Não entenda aqui nenhum desejo mal escondido, pelo contrário, pessoalmente não sou muito chegado em menininhas novas para me relacionar, sempre me dei muito bem com as da minha idade e creio que assim será ainda por mais alguns bons anos.

Muitas não são nem bonitas na acepção da palavra, mas tem algo que as torna adoráveis: juventude, viço e aquela alegria que todo adolescente traz consigo junto com a contestação e o poder quase infinito de encher o saco dos outros.

Que os falsos moralistas me perdoem, mas poucas coisas são tão bonitas e naturalmente eróticas quanto saias de colegial, não é?

Não posso nem dizer que me arrependo da época em que tinha a idade delas e não aproveitei direito, porque sempre admirei as belas e nem tão belas moças do meu colégio.

Mas quando a idade chega (e nem chegou tanto assim pra mim ainda) é revigorante olhar e admirar toda aquela juventude explodindo em beleza.

Nos lembra como o tempo passa rápido, nos lembra como é bom descobrir a vida, encontrar amores, dores, o primeiro porre, o primeiro beijo, as festinhas de sábado à noite, as paqueras e espectativas, enfim, toda a vida bem ali à nossa frente.

Essas meninas com suas sainhas curtas e coxas roliças são pra mim antes de mais nada uma lembrança viva do adolescente que existe dentro de mim e de cada um de nós, da parte boa e lírica dos primeiros anos da juventude, que se vão num piscar de olhos.

Assim como elas se vão quando a porta do vagão abre na sua estação e o trem segue em frente, vão-se os dias e os anos sem que a gente nem perceba como foi direito.

Tudo muda, tudo se transforma e nem sempre é pra melhor. Responsabilidades, obrigações, o tempo que vai ficando cada vez mais curto e a vida que não pára para ninguém, por mais que a gente tente atrasá-la.

Ainda bem que o meu amigo estava completamente certo e pelo menos elas continuam ali, de sainhas curtas e cabelos desarrumados, lindas, e sempre com a mesma idade.

Leis inúteis num mundo ideal

Postado em 23 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 15 Comentários

Existem variadas páginas na internet que contam sobre diversas leis bizarras que existem pelo mundo afora.

Desde a proibição de beijar no Metrô aplicada na França à impossibilidade de se pintar a própria casa sem autorização do governo que vale na Suécia, passando por outras como proibição do topless "com fins lucrativos" em Nova York e a "corporativistíssima" lei australiana que diz que "somente eletricistas podem trocar lâmpadas".

Exemplos não faltam certamente, as listas são quase infindáveis. Mas quem dera que eu achasse somente estas leis completamente estúpidas.

Infelizmente existem outras que, na minha mui modestíssima opinião, conseguem ser piores do que estas.

Vejamos o nosso Brasil, país de 302674943 leis que sobrepõem-se, concorrem entre si e transformam qualquer processo judicial num infindável calvário, possibilitando impunidades e injustiças das mais variadas.

Nosso país tem leis que conseguem ser piores do que as gringas citadas acima, pelo simples motivo de que seriam inúteis caso as pessoas fossem dotadas de um cérebro minimamente funcional.

O que dizer de uma lei que obriga o cidadão a usar cinto de segurança quando anda de carro?

Está provado das mais variadas formas possíveis que o uso do cinto evita tanto os casos fatais em acidentes quanto as possíveis sequelas.

Quer dizer, o cara precisa de uma lei que o obrigue a utilizar um dispositivo de segurança, porque se não estiver sob pena de multa, preferiria não usá-lo!

Outra lei é a tal "anti-fumo". Todo mundo sabe que cigarro mata, que o fumante passivo sofre tanto quanto o asno que empunha o bastonete de nicotina, que a pele fica fedida, o cabelo idem, as roupas defumadas, o ambiente irrespirável, mas foi preciso que criassem leis com multas altíssimas para que as pessoas deixassem de fumar em ambiantes fechados, quando elas não deveriam fazê-lo nem em ambientes abertos, por livre e expontânea vontade!

Caso o governo quisesse fazer uma espécie de controle populacional, diminuindo assim a superlotação dessa barca chamada Brasil, era mais fácil não só liberar quanto proibir o uso do cinto de segurança e forçar através de lei o tabagismo massivo.

Os carros viriam sem cinto de fábrica e distribuiríamos cigarros sem filtro nas escolas, de repente já pros alunos do jardim de infância.

Mas aí aposto que haveriam órgãos de direitos humanos, sindicatos e movimentos sociais protestando contra o genocídio estatal e exigindo o direito de usar o cinto e de optar por não aspirar-inspirar fumaça tóxica que todo o cidadão deve ter.

Assim sendo, a menos que as pessoas passem a achar saudável colocar a boca num cano de descarga de automóvel só pelo prazer de aspirar uma "fumacinha" que mata mais rápido, ou pular de bungee jump sem o elástico, essas leis deveriam ser totalmente inúteis.

Tão inúteis quanto o "direito de votar obrigatoriamente".

Mas quem disse que o ser humano é simples? Precisamos complicar tudo, precisamos criar caso pra quase tudo, até quando a lógica e a inteligência nos levariam a agir diferente.

Tempo, senhor da razão, devorador de tudo.

Postado em 19 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 5 Comentários

O tempo apaga tudo. Quantas vezes já ouvimos esta afirmação, não é?

Quando crianças e adolescentes ouvimos nossos pais dizerem que não teremos aquela disposição toda depois de uns anos na "guerra" e ficamos putos, imaginando ser mentira, fruto da inveja que eles possam sentir da nossa juventude e tempo livre.

Aí esse msesmo tempo que não mente e nem sente inveja de nada e o aconchego de um sofá com um bom filme no DVD num final de semana nos fazem ver que, para variar, nossos pais estavam cobertos de razão.

Mas existem também as pessoas que encontramos pelo caminho. Quem nunca se pegou ao final de um curso ginasial ou mesmo superior fazendo juras de amizade eterna, de manter contato e nunca deixar aquele espírito desaparecer?

Qualquer ser humano que passe dos trinta pode contabilizar uma boa centena de "amigos eternos".

Pena que o tempo (sempre ele) e a vida real não respeitam muito essas promessas e acabamos vendo que amigos mesmo só uns poucos e que se de eterno nem nós mesmo somos, que dirá nossas relações pessoais.

Isso tudo tem seu lado bom, é claro. Não sei se gostaria de ver meus amigos de infância ficando calvos, barrigudos e, principalmente, chatos. Pais de família falando de emprego, papinhas e, às vezes, amantes. Deixa isso para os chatos que eu conheci já na idade adulta e que não me decepcionam com sua perda de viço.

Os da faculdade então nem se fala. Éramos dignos membros da juventude médio-abastada do nosso país. Curso superior em instituição particular, todos morando fora porque a faculdade era no interior e todo o tempo do mundo(aí ele agia a favor) para fazer besteiras, experimentar tudo, curtir um ócio às vezes nada criativo e simplesmente ocupar-se em viver.

Formados, todos tornam-se concorrentes. Seja na profissão, seja na vida. A maturidade traz a competição e faz aflorar o animal que existe em todos nós.

Quem ganha mais, quem se saiu melhor, quem isso, quem aquilo. Um verdadeiro porre. Talvez seja por isso que só me relaciono com um ou dois amigos daquele tempo. Pela total e completa falta de paciência com os rapapés, conversas triviais e alhures que surgem entre ex-companheiros de juventude.

Nesse ponto até que o tempo tem sido bom comigo. Apesar de me distanciar cada vez mais daquela época feliz e inconsequente, ele também está apagando rostos e personalidades menos importantes com quem convivi, só ficando na memória mesmo os mais interessantes e as experiências que, ao final de tudo, me fizeram de algum modo ser quem eu sou.

Pois é, aprendi isso também: o tempo ajuda a nossa memória a fazer uma bela seleção natural em no baú do passado.

Qual ladrão você prefere?

Postado em 18 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 2 Comentários

Um belo dia, ou melhor, uma bela noite, resolvi que sairia de casa no meio da madrugada rumo a uma festa na boate Pista 3 (do Grupo Matriz), em Botafogo, aqui no Rio.

Noves fora o total desrespeito à lei anti-fumo e ao direito que todos tem de não respirar substâncias potenciamente mortais, apenas pelo prazer de alguns aspirarem e expirarem fumaça, e alguns pentelhos bebados jogando cerveja para o alto, o que me incomodou mesmo naquela noite foi outra coisa.

Como eu moro no Catete e resolvi tirar o carro da garagem para não virar refém do péssimo sistema de transportes do Rio de Janeiro (isso na Zona Sul, imagina no resto da cidade), pude observar uma discrepância curiosa no caminho de mais o menos 15 minutos que percorri entre um bairro e outro: a proporção inversa da quantidade de policiais e viaturas na rua à quantidade de radares e pardais, sempre alertas, para meter a mão no bolso do sujeito que passe dos 50km/hr ou que avance algum sinal de trânsito (semáforo para os paulistas).

Ainda que o Rio seja uma cidade dominada pela violência, com bandidos cada vez mais cruéis e bestiais, o mesmo poder público que é incapaz de garantir um transporte de massa decente e uma segurança mínima ao cidadão, é o que o pune caso ele, por exemplo, cruze um sinal vermelho para não ser ameaçado com uma arma.

Foram 15 minutos de trajeto, uns 3 ou 4 pardais em sinais, mais uma meia dúzia de radares controlando o limite de velocidade e uma, isso mesmo, uma viatura da Polícia Militar, fazendo um lanche em um desses postos de gasolina 24 horas.

Digo isso porque não esbarrei com nenhuma barreira da "Operação Lei Seca", que aproveita o ensejo de combater quem bebe e dirige e fiscaliza também o pagamento do IPVA, as lanternas, faróis e mais qualquer outra coisa que possa gerar multa, reboque e bastante transtorno para o pobre coitado que seja parado ali.

Sem contar as ruas esburacadas, mal iluminadas, dignas de uma pocilga de cidade.

Polícia para proteger? Nem pensar. "Choque de Ordem" que retire das ruas os flanelinhas que infernizam o cidadão? De jeito nenhum! Uma sincronização de sinais de trânsito para que os engarrafamentos não sejam ainda mais insuportáveis? Pra que?!

O poder público é eficiente mesmo quando se trata de multar, rebocar, punir, infernizar. Tudo, claro, para a "nossa proteção", segundo eles mesmos dizem.

Operação Lei Seca e Choque de Ordem tem o tempo todo. Operação "Asfalto Liso" e "Estacione em Paz" isso ainda estou pra ver.

Só resta uma dúvida: será que se a pessoa cruzar o sinal e ainda assim seu carro levar um tiro, ela ganha desconto na multa ou no IPVA, pelo menos? Duvido muito.

Neste paisinho de muitos deveres e punições e quase nenhum direito, o que sobra no final é a escolha entre ser roubado pelo ladrão no meio da rua ou pelos ladrões nos palácios.

Primavera-Verão/Outono-Inverno

Postado em 17 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 5 Comentários

Estava folheando uma revista antiga na sala de espera de um consutório (sei que revista antiga de consultório parece pleonasmo, mas sigamos) e vi que um determinado chinelo (de uma fealdade ofensiva) seria a grande coqueluche do verão 2008.

Todos os que fossem vivos naquele ano, também terminariam o verão sem conseguir imaginar como seria a vida nas praias sem um carrinho simpático empurrado por um jovem uniformizado e munido de uma sombrinha estilosa que venderia salada de frutas, água de coco e outros acepipes naturebas.

Confesso que mesmo indo à praia com uma frequência bastante razoável e habitando a "Meca" veranil brasileira que é o Rio de Janeiro, manjedoura de tudo que é moda útil e inútil, feia ou bonita possíveis, não vi o tal chinelo enfeiando um pé sequer e nem achei a tal barraquinha modernosa.

Isso teoricamente serviria como prova cabal de que os experts nas modas e tendências não sabem de nada e apenas dão chutes a esmo, às vezes acertando o alvo, às vezes não.

Mas aí lembro uma cena, que eu particularmente acho deliciosa, do filme "O Diabo Veste Prada", quando a sempre lindíssima Anne Hathaway, interpretando a sua Andy, leva uma lição de moral de Miranda (vivida por uma das maiores de todas, Meryl Streep).

Na cena em questão a estagiária vivida pela Anne Hathaway faz pouco caso de uma reunião comandada pela chefe, como que toda aquela energia dispendida em favor de definir tendências fosse perda de tempo.

Aí então a chefe, o "diabo" em pessoa, explica para sua rebelde estagiária que o "azul cerúleo" do suéter que ela usa, com certeza escolhido numa cesta de uma loja de departamentos popular, havia sido uma cor que virou febre a partir de uma coleção Yves Saint Laurent.

Ela termina dizendo algo como "foram pessoas numa sala como esta, e não você, que escolheram a cor que agora você usa".

Isto faz pensar de verdade.

Somos nós mesmos que decidimos a "tendência" que faz sucesso, seja no vestuário como também em tecnologia como celulares, reprodutores de mp3, jogos, filmes, computadores, calçados, automóveis, etc, etc ou nós apenas decidimos o que queremos a partir do que nos é apresentado por quem realmente decide?

Esta é uma boa pergunta de difícil resposta, porém curiosa de procurar e ponderar.

No final das contas, o que nós realmente decidimos e escolhemos e o que os outros escolhem por nós?

Não parece difícil concluir que muitas "Mirandas" são quem na verdade definem boa parte de tudo o que consumimos pela nossa vida afora.

Para Cuba e Venezuela, com carinho

Postado em 14 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 5 Comentários

Comprei o livro "De Cuba com carinho", de Yoaní Sánchez, já esperando ler coisas que comprovassem os motivos do meu horror ao regime ditatorial cubano.

Sabia que alguém que nasceu e cresceu sob a sombra sinistra da opressão, da pobreza e da privação, estariam imunes à propaganda mistificadora repetida pelos sátrapas do regime comunista dentro do país e pelos imbecis ignorantes e/ou mal-intencionados de fora.

Num dos trechos ela desenvolve uma idéia da qual compartilho totalmente: que uma revolução que dura intermináveis 50 anos, não é uma revolução e sim um gigante autofágico que regurgita repressão.

Vejo a Venezuela caminhando para isto. Camadas ignorantes sendo atiradas através do ressentimento fomentado e estimulado pelo chefe do país, interessado em dividir para conquistar e subjugar, em uma pobreza e uma indigência cada vez maior, cada vez mais sem retorno.

E a reboque desta falsa democracia, indefesa sem os contrapesos que a resguardem da turba, uma nação caminha para a fome, para a escassez, para o racionamento, para as filas, em marcha a ré rápida rumo ao século passado, século que aprisiona Cuba ainda em sua primeira metade.

Bolívia, Equador, Nicarágua, entre outros, caminham para este triste fim.

Em nome de um tal "bolivarianismo", suprime-se a alternância de poder, a liberdade de imprensa, o direito ao contraditório, a obrigação ao questionamento. Semeiam com o vento do embuste, a tempestade da ignorância coletiva.

Exceção à corajosa Honduras, que soube utilizar a maior e melhor arma contra este assalto à democracia utilizando seus próprios meios para dilapidá-la: a letra da lei.

No Brasil muitos adorariam viver este bolivarianismo. Falta-lhes apenas coragem e certeza de sucesso para tal no momento. Caso esta certeza apareça, a coragem virá a reboque.

A coragem dessa gente depende da quantidade de seguidores que possuam.

Dizem que em Cuba não existem analfabetos. Verdade. Mas também não existem serviços básicos, sua medicina tão falada no exterior é inacessível ao cidadão comum e a vida levada fora dos balneários e resorts de Varadero é bem menos glamourosa do que o turista que passeia pelo país em ônibus refrigerados fumando seu charuto Cohiba pode suspeitar.

Tanto que a própria Yoani sugere em seu livro que os turistas comprem um pacote turístico que poderia se chamar algo como "Cuba Real".

O indivíduo ficaria no calor sem nem um ventilador por causa do racionamento energético, esperaria 3 dias por uma passagem de ônibus para viajar pelo país, teria direito a 300 gramas de peixe por mês para se alimentar e, como brinde, um pão racionado por dia.

Talvez se os esquedopatas brasileiros fossem viver esta verdadeira experiência revolucionária, longe do oba-oba festivo que vivem aqui com a sua pelegagem, não seriam mais os mesmos na volta.

Esta velharia é a grande "novidade" apresentada pela América do Sul para o mundo, através de discursos tão virulentos quanto falsificados.

Cuba tem a sua cota e a Venezuela a cada dia paga mais uma prestação dessa passagem rumo ao atraso.

Quem mais será vítima destas "velhas novidades"? E até quando haverá terreno para este tipo de embuste?

Porque das revoluções que não sabem a hora de virar história, sobram somente os uniformes dos ditadores e das forças de repressão. Todos terminam caquéticos, menos estes uniformes, sempre brilhantes, sempre engomados, sempre novos e vistosos, como que para contrastar com tudo o que agoniza, carcomido, à sua volta.

Gentileza gera gentileza

Postado em 13 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 8 Comentários

Um dia desses eu estava caminhando perto da minha casa, numa dessas calçadas estreitas que o Rio de Janeiro tem aos montes, quando a sacola de compras de uma senhora que caminhava na minha frente arrebentou e dela caíram várias laranjas. Obviamente, quer dizer nos dias de hoje nem sei se é tão óbvio assim, parei para ajudá-la.

Depois de ter recolhido tudo junto com ela, sobrou uma laranja que eu peguei e quando fui entregar, ela me ofereceu como presente em agradecimento pela ajuda. Agradeci de volta, ela me desejou sorte e cada um seguiu seu caminho, o seu dia e foi cuidar da vida.

Nada demais, uma historinha boba como qualquer outra que pode acontecer com qualquer um se não tivesse servido para me fazer pensar que caso ocorresse durante alguma viagem minha por qualquer lugar do mundo, eu pensaria assim: "nossa, que povo simpático, educado, cortês".

E tudo isso se passou numa das cidades que eu considero um dos templos mundiais da falta de educação, a minha cidade, o Rio de Janeiro.

Pensei ainda ser algum resquício do tempo em que ela merecia a alcunha de "Cidade Maravilhosa", coisa que hoje, à exceção destes pequenos momentos, ela está longe de ser e isso me fez sentir uma nostalgia de coisas que nem mesmo vivi.

O ser humano consegue ser extremamente agradável quando quer, o grande problema é não se esforça nem um pouco para isso na maioria das vezes.

A nossa sociedade contemporânea atribui força e delega admiração à indiferença e ao cinismo solitário, ao sarcasmo que invariavelmente é confundido com inteligência.

Essa brutalidade intrínseca é tão presente e tão "normal", que uma pequena e doce experiência como essa me faz acreditar que a despeito de tudo, nem todos valorizam o áspero, o demasiado objetivo, o impessoal e que de vez em quando alguém pode lhe oferecer a sobremesa do seu almoço numa simples retribuição a um ato de solidariedade.

São fatos assim que me impedem de virar de vez um misantropo de vez.

O meu "obrigado" à simpática senhorinha por isto.

Vendeu a mãe no Mercado Livre

Postado em 12 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 7 Comentários

Confesso que já utilizei o Mercado Livre pra comprar um monte de coisas úteis e outras tantas quinquilharias. É fácil encontrar ali quase tudo que queremos pela metade do preço.

Mas já dizia um sábio que não existe almoço grátis, então, estamos sujeitos a todos os tipos de contratempos.

Desde receber uma pedra no lugar do Play Station III comprado através do Sedex a Cobrar(que nos dá a ilusão da segurança), até receber um lindo pendrive de 256Mb falsificado no lugar daquele maravilhoso Corsair de 128Gb que você queria.

Mas essas histórias trágicas sobre o Mercado Livre estão por aí espalhadas pra quem quiser ver. Não faltam denúncias e reclamações, eu mesmo já recebi um relógio quebrado e tive que penar pra receber o dinheiro de volta do esperto que tentou vende-lo pra mim.

Tive sorte, porque levar cano ali é o mais usual quando a coisa vai mal.

Felizmente 99% das negociações que fiz lá deram certo. Comprei traquitanas que até hoje utilizo e algumas que até já revendi utilizando o próprio site pra isso.

Mas o que dizer dos leilões bizarros que vemos por ali?

Se a pessoa tiver paciência, encontrará pérolas como bicicletas sem roda, processadores queimados, iPod que não toca mas "serve como pendrive", entre outras esquisitices.

Mas essas soam até como normais perto de leilões que vendem enxofre cristalizado, um chaveiro com um bambu que cresce dentro ou uma fralda para aves (!!!).

O mesmo comprador da fralda provavelmente vai adorar a capa de chuva para cachorros, e só mesmo o amor pelos animais justifica alguém comprar uma bomba de dedetização velha (que não mata nem uma mosca).

Já teve copo de mate usado pelo Tom Cruise (Por módicos 5 mil reais) e uma cueca usada e com "cheirinho"(Eca!).

Se você não tem onde gastar seu dinheiro e quer jogá-lo fora, pode comprar um neon para ser usado na boca, uma revista com o Maluf na capa ou então uma porção de bolinhos de bacalhau (resta saber se chegarão quentinhos na sua casa).

Se estiver afim de um hobby de final de semana, que tal fazer concorrência para a empresa de limpeza pública da sua cidade e comprar um caminhão compactador de lixo, só pra provar que você "recolhe bem melhor do que eles"?

No Mercado Livre dos leilões "fora de série", o céu é o limite!

Você pode dar uma conferida no "material" da Xuxa antes dela alfabetizar crianças em inglês, pode comprar uma bola de cristal pra tentar adivinhar qual será o próximo mico da "rainha dos baixinhos" ou se você é fã da loira, provavelmente seu bom gosto te fará apreciar bastante um CD do Roberto Justus.

Ainda para os fãs da Xuxa, vende-se um excelente lote de esterco bovino.

Se o seu sonho é parecer um ator de filme mexicano ou se você adoraria namorar uma portuguesa, seus problemas terminaram! Você pode adquirir um legítimo bigode de pêlos humanos!

Aí, para seduzir sua gatinha bigoduda, nada melhor do que uma cueca temática do Pinochio ou então fazer simulação de sexo virtual usando sua exclusiva fantasia de MSN.

E o que dizer de alguém que vende uma garrafa de whisky vazia? Deve te-la bebido inteira pra achar que alguém compraria uma porcaria dessas.

Só torçamos para que o sujeito não resolva beber a garrafa toda e sair por aí dirigindo, a menos que o carro dele seja esse maravilhoso Passat, que poderia ser vendido numa curiosa promoção: se você conseguir achar o verdadeiro dono do carro, leva o bólido de brinde.

Quando a gente bebe, é melhor ir de ônibus, mas de preferência um inteiro e não só a roleta.

E pra quem curte um possante, o Mercado Livre tem de tudo literalmente, até carro de funerária. E se você resolver investir mesmo nesse look Família Addams, porque não abrir logo um negócio? Lá você encontra um sistema de automação para funerárias para te ajudar.

Tanta maluquice assim, só faz a gente pensar que esse pessoal caiu de boca num penico ou que tem muita m*! na cabeça, não é?

E haja papel higiênico pra limpar...sorte que até isso vende no Mercado Livre.

Apagão 2009 : jogando uma luz sobre o Brasil

Postado em 11 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 2 Comentários

Ontem 80% do PIB brasileiro ficou totalmente às escuras por algumas horas. Possivelmente problemas nas linhas de distribuição de Furnas, administrada pelo PMDB de Sarney aliado de Lula, causaram a primeira paralização total da Usina de Itaipu da história destepaíz.

Os petralhas prontamente dirão que também houve um apagão durante o governo de FHC, na sua eterna psicose comparativa, que teima em se achar menos sujo só porque o outro é mal-lavado.

Entendam: eu não gostei do governo FHC, não quero aquilo de volta, mas isso não quer dizer que eu também deseje que o petralhismo se torne uma nova monarquia pelega.

Petralhas pensam assim: se eles patrocinaram um esquema de compra de votos de milhões, não tem problema, afinal o Azeredo também fez um. Se eles se aliam ao Collor e ao Sarney, tudo bem, afinal FHC foi aliado de Antônio Carlos Magalhães e por aí vai.

Pra quem, quando fazia uma oposição raivosa fora do poder, dizia ser tão diferente, até que as ambições desta gente foram bem redimensionadas pra baixo.

Mas vamos prosseguir.

Este apagão não é o fim do mundo, como muitos pensaram, e nem campanha viral pro lançamento do filme 2012. Além daqui do Brasil mesmo, apagões gigantescos já aconteceram mundo afora e nem por isso os países que os sofreram são melhores ou piores do que algum outro.

Tirando os regimes "socialistas" apreciados pelos intelectualóides, pelegos e vagabundos ditos de "esquerda" como os de Cuba ou Venezuela, cortes de energia e limitações ao tempo de banho do cidadão são coisas raras e inusitadas.

O que mais chama a atenção neste apagão de 2009 no Brasil é a total falta de preparo do governo para lidar com situações assim. Não existe um sistema eficiente de detecção dos problemas, não existem linhas de comunicação com a população que possam simplesmente dizer "está acontecendo isso, por causa disso" e, o mais gritante, não temos nenhum "Plano B".

Caso o conserto deste problema durasse, digamos, 2 dias, seriam dois dias inteiros sem energia nas regiões afetadas, porque a despeito de pagarmos o tal "seguro apagão" compulsoriamente nas contas de luz e a despeito dos milhões e milhões gastos na construção de caras usinas termo-elétricas, não existe um "backup".

Isso demonstra o país virtual e de improviso, o país da propaganda ufanista mistificadora que é construido pelo PT há 8 anos.

Comemoramos o direito de sediar uma Copa do Mundo de futebol e uma Olimpíada como se nossas cidades não fossem caóticas, favelizadas, sujas, poluídas e violentas.

Estamos prestes a distribuir "Bolsa Cinema" e "Bolsa Celular", enquanto boa parte da população vive em favelas, dominadas por bandidos e agredindo o meio ambiente e a paisagem com suas ocupações irregulares.

A candidata oficial, já inclusive em plena campanha ao arrepio completo das leis, dizia em outubro que o Brasil estava "a salvo de um novo apagão elétrico".

O mega-apagão de Novembro mostrou o apreço que a ministra e o governo tem pela verdade.

Assim como as obras do PAC, inauguradas no papel e paralizadas em sua grande maioria.

Assim como nossa infra-estrutura caótica. O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro é um belo exemplo. Em 2007 passou por uma reforma que dispendeu milhões. Hoje está sucateado e necessitando de mais uma reforma.

O Maracanã, estádio que receberá a final da Copa de 2016, já foi reformado umas 2 ou 3 vezes nos últimos anos. Será fechado para mais uma reforma milionária em Dezembro.

Tudo que se apresenta como cara e difícil "solução definitiva", mostra-se uma bela gambiarra provisória no final das contas.

É bolsa isso, é bolsa aquilo. Pintam-se barracos de favelas, distribuem geladeiras para as camadas mais pobres. Doam-se mimos para servir como "cala a boca" para a população e enquanto isso todo um país jaz por fazer.

A economia melhorou? Sim. Fruto de uma política de estado de longo prazo que é baseada no tripé metas de inflação, câmbio flutuante e uma maior disciplina fiscal.

Se o PT tem um mérito nestes seus 8 anos de reinado, é o de não ter feito o que prometia quando era oposição e deixar a política econômica intocada.

Um novo presidente, que possa dar um passo adiante dos avanços que o país viu nestes últimos anos é necessário. Mais PT será mais mensalão, mais Sarney, mais fisiologismo, mais "toma lá, dá cá", mais desvios éticos relativizados por um discurso ufanista-mistificador.

Esse país do faz-de-conta precisa tornar-se um país real e para isso precisa se desvincular da imagem e do projeto personalista de um presidente que pensa que o Brasil é o PT, seu feudo intocável.

Um novo presidente não seria louco de mudar tudo, mexer no que funciona, assim como o PT não teve coragem de cumprir o que prometia e não deu o famoso calote no FMI, não mudou o regime de metas de inflação, a política monetária e nem os fundamentos que ajudaram o país a sair da crise financeira que assolou o mundo em 2008. Ninguém quer voltar ao passado.

Este apagão jogou uma luz sobre o Brasil e ela mostra claramente que não é hora de mudar tudo e nem de retroceder, mas de dar um passo adiante, mantendo o que está dando certo até aqui.

Que tenhamos a coragem de faze-lo.

A turminha da panela

Postado em 10 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 5 Comentários

Logo que comecei a me interessar sobre fotografia, entrei num forum buscando dicas sobre uma boa camera para comprar já que estava prestes a fazer o curso naquela época.

Me cadastrei, loguei e o que vi ali, sinceramente, causou desânimo.Me deparei com uma discussão(no sentido de barraco mesmo) por conta de uma dica que um "não-profissional" pedia aos entendidos sobre uma solução para uma foto que ele queria fazer.

Pois bem, entre insultos e "conselhos" para que procurasse quem realmente entende do assunto, "se você está doente procura um médico e não dicas na internet" foi uma das pérolas, além de bate-bocas entre os mesmos profissionais que acusavam uns aos outros de tirarem "fotinhos", eu acabei entendendo o porque de ter tanto problema assim em me relacionar com a maioria dos seres humanos.

Sério, prefiro conviver com meia dúzia de gatos do que com 3 seres humanos por mais de 2 dias seguidos.

Temos essa doentia tendência de "isolar" o "outro".

Todo e qualquer assunto de interesse comum a mais de 3 pessoas sempre gera o grupo dos "entendidos", o dos "fodões" e finalmente os "newbies". Normal, ninguém nasce sabendo, mas daí para o tal grupo resolver que cool é quem usa a "pinça-porta-clips" fabricada pela "clipony" e todos os demais mortais que não tem dinheiro para compra-la ou pior, que nem sabiam da sua existência, são apenas seres desprezíveis que não merecem nem mesmo ver a luz da "verdade", sob pena desta matá-los, é um pulo.

Ao invés de ter paciência e lembrar que um dia também precisamos de alguém para nos ensinar aquilo que sabemos, a maioria prefere zombar dos iniciantes, desestimulá-los ao máximo, talvez por medo de serem superados por algum "talento desconhecido", talvez simplesmente por maldade mesmo ou para sentir-se o "rei do pedaço".

Nomeie a área e teremos os pentelhos. A nossa querida meritocracia blogueira é apenas uma delas, mas até mesmo entre colecionadores de Playmobil provavelmente deve existir um Cardoso ou uma Tracy Flick da vida.

Não conheço ninguém que goste de alguma elite ou panela da qual não participe.

É unanime a sua condenação, a certeza da necessidade do combate feroz a estas e finalmente (em alguns), o desejo íntimo e inexorável de, um dia, finalmente participar de uma.

O que vi no Maracanã

Postado em 8 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 6 Comentários

Este domingo resolvi enfrentar o calor, os péssimos serviços do Metrô Rio e a curva descendente do Palmeiras e fui ao Maracanã.

Primeiro deixem-me registrar o comparecimento maciço e avassalador da torcida do Fluminense. O mestre Nelson Rodrigues certamente se orgulharia daquela apoteose tricolor e, caso a chuva fosse verde, branca e grená, com certeza aqueles 40 graus estariam amenizados pela torrente de torcedores que correu ao velho estádio para ajudar seu time a fugir da degola.

Todos os tricolores vivos, moribundos ou que já se foram com certeza estavam ali naquele dia de alguma forma.

Mas não foi só isso que vi no Maracanã.

Vi também um juiz irresponsável assaltar um time sem a menor vergonha, anulando um gol legal e deixando de dar um penalty claro, dois lances que poderiam ter decidido o jogo a favor do Palmeiras.

A visão deste juiz, desanuviou uma outra, a da total fraqueza do Palmeiras nos bastidores. Podem colocar a culpa, como sempre, no Mustafá. Mas ele já se foi da presidência fazem alguns anos e a pequenez continua a mesma.

Roubam o Palmeiras dentro e fora de casa com a maior tranquilidade, e nada acontece. Temos uma diretoria que ora promete, ora se esconde e de vez em quando lança bravatas vazias e só.

Isso demonstra que o aportuguesamento do clube não é um mito e que se nada for feito, o combalido clube do Palestra Itália será só mais um timinho de colônia.

O que vi também foi um time com jogadores abaixo da crítica como o Marcão. Não ganha uma jogada, não sabe dar um passe, não presta pra nada. Incrível como um sujeito desses seja titular.

Junto com isso vi uma calma, uma letargia, uma vagarosidade para executar jogadas e fazer as saídas de bola que, não soubesse eu o placar, acharia que o time estava vencendo por uns 4, quando na verdade já perdia por 1x0.

Uma coisa que não vi foi vontade real de vencer, traduzida num lance no segundo tempo quando o time estava com a bola no ataque, na lateral esquerda e ao invés de prosseguir a jogada, colocou a bola pra fora, atendendo a uma cera de um jogador do Fluminense.

Um time que desperdiça um ataque real em nome de um bom mocismo que as cotoveladas do Diego Souza renegam sistematicamente, não quer ser campeão e acho muito difícil que venha a ser.

Vi um time que está, rodada a rodada, entregando o campeonato mais fácil dos últimos anos, desperdiçando a chance de sair um pouco da irrelevância de paulistinhas, tentar voltar a ser grande, coisa que só é no passado.

Vi um clube que caminha a passos largos rumo à pequenez, ao contrário de sua torcida, que ainda é uma torcida de fibra, de honra e que tem muito mais paciência com o time do que deveria ter.

Finalmente, encontrei uma boa amiga até então só da internet, das cornetadas bem dadas nas comunidades alvi-verdes e encontrei também a imensa beleza das meninas da torcida tricolor.

Se algo valeu nesse domingo de derrota, vergonha e inconformismo alvi-verde, foram os sorrisos delas, primeira divisão de graciosidade e encanto, incontestavelmente.

O país dos petralhas ou esquerdopatia faz mal à cabeça

Postado em 6 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 7 Comentários

O típico esquerdopata, aquele de jeans surrado, barba por fazer e, de preferência, uma camiseta com o Che Guevara estampado, é uma peça de estudo bastante interessante.

Podemos encontrar toda espécie de esquerdóide possível. Os assumidos, os dentro do armário, mas a esmagadora maioria tem esse traço de personalidade: truculência, falta de educação e a tendência em achar que o uso de vernáculo de baixo calão irá amedrontar ou mesmo intimidar alguém.

Passeiem pelos foruns que falam de política na internet e entenderão o que digo.

Eles compram suas camisas e outros apetrechos com a foto do "comandante" na Cavalera por quase R$200,00 e militam pelo fim das "misérias" do mundo, curiosamente apoiando os governos que mais miseráveis produzem entre seus cidadãos como Cuba ou Venezuela.

São os guerrilheiros de shopping center, militantes de apartamento, piqueteiros de corredor.

Uma vez alguém me disse muito bem que militante é para isso: militar, não pensar. Concordo totalmente. Mostre a essa gente o céu azul que se em algum de seus "livrinhos" estiver escrito que o mesmo é vermelho, eles berrarão, ululantes, que o céu é escarlate e pronto, o resto é tramóia dos Estados Unidos e da "direita".

São tão imbecis que ainda acreditam que estas velhas e carcomidas ideologias possam determinar claramente o que se faz de bom ou mal no mundo e enquanto canalhas anacrônicos e aproveitadores como Chávez, Morales e Correa levam um continente a constantes tensões e praticam o mais raso populismo em nome de uma tal "revolução bolivariana", recusando-se a entender que estas velharias estão na posteridade do século XX, defendendo-as e propagando-as como uma "boa nova".

Vivem algo que acabou e só sobrevive nesta paupérrima máquina do tempo sul-americana.

Na Venezuela, por exemplo, não se tem nem leite para beber, pão para comer, mas o proto-ditador de camisa vermelha não deixa faltem discursos e boquirrotice.

Tal qual Cuba, morrendo de fome e presa no século XX, sem comida, sem habitações decentes e com médicas e engenheiras trabalhando como prostitutas para complementar renda, lá não faltam palavras de ordem, inimigos externos que unam o país e a eterna luta do bem (o governo e seus áulicos, obviamente) e o mal (qualquer tipo de oposição).

Mas o incrível é que estes esquerdóides todos adoram esses ditadores de meia pataca, mas nenhum vai lá pro paiseco deles viver na miséria e na opressão e o pior é que as pessoas que não querem isso para si, seja em que lugar do mundo for, é que são taxadas de "reacionárias e autoritárias".

Realmente! Os Estados Unidos são uma ditadura sanguinária. Por isso é que lá as oposições tem tratamento tão rude e opressor. Bom mesmo é ser oposicionista na China, em Cuba ou na Chavezlandia.

Façam-me o favor: vão se informar e se reciclar. Afinal, o ano novo de 2000 para 2001 já aconteceu faz bastante tempo.

Vem chegando o verão...

Postado em 5 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 9 Comentários

Lembra dessa música? Eu lembro todo ano quando chega o mês de novembro e não é de uma forma boa.

Esqueçam a imagem de um misantropo reclamão que agora ainda por cima ainda vai falar mal da estação do sol, porque não é isso.

Eu por exemplo adoro curtir as praias do Nordeste quando posso ou as da Região dos Lagos, quando estou podendo um pouco menos.

Só que verão é bom assim: se você for rico e puder passá-lo inteiro na praia, abrigando-se no ar-condicionado nos intervalos ou então se você for vagabundo e passá-lo inteiro, literalmente, na praia (porque não vai ter dinheiro pra pagar a conta de luz do ar-condicionado em casa).

Tirando isso, o que é o caso de 99% dos mortais como eu e você, verão é na realidade um suplício.

Você toma banho de manhã e quando chega na portaria do seu prédio (ou portão da sua casa) já está melado de suor. Anda na rua e vê aquele monte de gente com a testa brilhando, aquele cheiro de azedo nos vagões do metrô ou nos ônibus no final de tarde e se cismar de ir de carro para não passar por isso, não esqueça: ele pode ferver no engarrafamento com sol escaldante.

Tirando vendedor de refrigerante, côco, empadinha e abacaxi cortado em rodelas, não conheço quem possa gostar de trabalhar sob esse sol escaldante. Na verdade, acho que nem eles gostam, mas é que alguém precisa ganhar algum dinheiro nesse imenso litoral do ócio que temos no Brasil, não é?

Sem contar a invasão de "personagens" que esta época traz.

Flanelinhas que já são muitos, se multiplicam, ratos de praia e as infames rodinhas de pagode e cerveja, que aparecem aos montes assim que surge a "Globeleza" na tela. Ensaios de "blocos" então são um verdadeiro pavor.

Não me entenda mal: eu adoro Noel, Paulinho da Viola, Adoniran Barbosa, Cartola, mas abomino essa batucada carnavalesca que traz caos, bêbados inconvenientes, gente expansiva demais e, claro, aquele cheiro de urina característico.

Mas o Carnaval é menos pior, porque logo depois dele o verão acaba, então esse alento devolve um pouco o meu humor.

É no "auge" dele que a coisa complica. Imaginem a cena do verão carioca: ônibus lotados,com gente saindo pelas portas e janelas,batucando na lataria e mexendo todos que passam na calçada.

Ou então a praia cheia de sujeitos de cabelo descolorido, cordões e pulseiras grossos, fazendo pagodinho na praia e chamando as mulheres de "filé. Ou ainda gente melecada, com "blondor" nos pêlos e enchendo a cara de cerveja ruim, fazendo gritaria e enchendo o saco de quem quer apenas curtir a praia, ler seu jornal em paz e dar um mergulho de vez em quando, de preferência sem ter que desviar de garrafas pet.

Chega a ser sintomático, quando ouço o primeiro "Anderson Creysson,tira a Suelen Jenifer da água", certeza que está na hora de voltar pra casa, dali em diante a coisa só piora.

O centro da cidade que já é inóspito (moro no Rio, o centro aqui é dormitório de mendigos e moleques de rua, que fazem suas necessidades fisiológicas e carnais no meio da rua, sem se importar com quem passa), fica ainda pior. Quente, caótico e some-se a isso as hordas que o invadem para as "comprinhas" de Natal.

Podem me xingar por dizer que prefiro o outono-inverno, mas pense comigo: tá frio? Basta se agasalhar. Calor não, calor consome nosso humor e nem banho de gelo ajuda.

Se não fossem os micro-biquinis na praia, os frozen yogurt que posso tomar gelados de doer os dentes e a possibilidade de ser levado pelas águas de março, o verão com certeza seria apenas um purgatóriozinho a prestação que a gente paga todo ano, de dezembro a março mais ou menos.

Por essas e outras é que vou passar a jogar na mega sena, vai que eu tire a "sorte grande" e possa começar a adorar verão com todas as minhas forças e sem nenhum " porém"...

Morrissey: a volta dos Smiths

Postado em 4 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 3 Comentários

Calma. Infelizmente esta esperada notícia ainda faz parte da galeria de sonhos que eu e muitos outros acalentam com esperança.

Tio Moz nunca disse definitivamente que não, mas também nunca mostrou que isso poderia terminar com um "sim" e no final das contas não o culpo, afinal, ele estaria tentando reviver uma lenda de si mesmo, o que geralmente é fatal para a maioria dos artistas.

Não que falte talento, pelo contrário ele sobra, na dupla Morrissey-Marr, mas as espectativas que isso geraria seriam talvez pesadas demais até para eles. E exemplos não faltam.

Bandas que sumiram e de repente reapareceram como que por passe de mágica, chegam a ser deprimentes e a depor contra seu passado.

Gigantes como Led Zeppelin e The Police entraram nessa.

Notem, não falo mal dessas bandas em si, mas do seu retorno meio que sem explicação a não ser a financeira mesmo.

Alice in Chains e Blur(este depois de 9 anos parado) também anunciaram sua volta recentemente.

Que me desculpem os fãs, mas isso tem tanto cheiro de "As melhores das melhores do lado B que nunca saiu remixado desse jeito que lançamos agora", sabe?

Esses discos caça-níqueis tipo "Fulano - Unplugged", que até tribo do Amazonas que nunca foi "plugged" já deve ter lançado.

Existe pra mim uma grande diferença entre bandas que permanecem e perseveram como os Stones, o Guns'n'Roses, entre outros, bandas que apesar de já serem "dinossauros", não causam tanto espanto porque estão aí na ativa desde que Matuzalém usava fraldas, o que difere bem de "voltar" de uma hora pra outra.

Talvez seja porque eles envelheceram bem diante dos fãs (que também envelheceram) e fica aquela coisa de ser "da família", talvez seja porque acreditam no que fazem e demonstram respeito para com estes mesmos fãs com sua longevidade e mais ainda, com sua criatividade demonstrada através de novos e constantes lançamentos.

Tanto que o próprio Morrissey estes dias pediu aos seus fãs que não comprem um box de singles que a EMI relançou pela trocentésima vez.

Tudo bem que uma das razões é por ele não receber nada com isso, mas também existe uma preocupação artística, inegável em quem lança regularmente novas canções há muitos anos.

O fato é: a indústria da música sempre viu o consumidor como um caixa eletrônico sempre pronto a liberar saques infinitos e alguns artistas embarcam nesta onda, tentando reviver épocas que pertencem somente à nossa memória.

E seria bom que às vezes elas permanecessem assim.

Os famosos da internet ou Big Brother Brasil virtual: o mundo de Caras fica aqui!

Postado em 3 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius 9 Comentários

Nestes tempos modernos a internet virou quase uma necessidade na vida das pessoas. Seja para pagar contas, fazer compras, enviar memorandos, encontrar amigos, marcar alguma saída ou simplesmente jogar tempo e conversa fora, a rede mundial de computadores de uns anos para cá é quase como o telefone, o carro ou a televisão: imprescincível para qualquer pessoa que viva onde também exista eletricidade (risos).

Excetuando-se o fato dela, a internet, ser também um pára-raios de vodu; no sentido de atrair tudo quanto é maluco, pentelho e gente esquisita que estava escondida seja lá aonde for; realmente fica até mais barato conversar com um amigo pelo msn ou skype do que fazer uma ligação interurbana ou internacional, por exemplo.

A rede aproximou as pessoas e transformou a manutenção de certas amizades, outrora bem difíceis, em algo simples e corriqueiro.

Mas como todo ambiente que reúne muitas pessoas e possui seus códigos sociais, jargões, regrinhas de etiquetas, a internet também tem as suas bolas fora.

O que dizer de alguém que expõe sua vida de maneira frenética on line? Essas pessoas que colocam em blogs todas as suas particularidades, brigas, com detalhes dignos de programa de televisão aberta em fim de tarde?

Um horror, mas o pior são aqueles que nos fornecem um "micro-diário" de suas vidas, como se fossem uma Jacqueline Kennedy de lanhouse.

Estão sempre lá no msn, seu nome, "Fulano", acompanhados do último bem de consumo que adquiriram, de algum lugar para onde vão ou simplesmente de algum programa que fizeram, algo como "Fulano- Iupi, comprei minha Sony Cybershot" ou "Cicrano- Nossa o banheiro da Disneylandia é lindo!"?

Não sei se é porque neste mundo das celebridades instantâneas as pessoas querem de todo jeito aparecer, se é a solidão das grandes cidades e da sociedade moderna ou se é porque a funcionalidade da internet já ultrapassou os limites saudáveis e alguns não conseguem mais compartilhar mesmo as coisas mais comezinhas "apenas" com seus familiares e amigos mais próximos, e precisam fazer este pequeno Big Brother virtual.

Com a chegada do Twitter isso não mudou nem um pouco, pelo contrário, o serviço de microblogging permite que as pessoas narrem até suas idas ao banheiro em 140 caracteres.

Tem muito blogueiro "bem-sucedido, popular e invejado" que ao invés de tomar seu banho de praia patrocinado pelo dinheiro público, beber seu prosecco bancado por alguma empresa de software ou simplesmente ir beber no seu boteco nos finais de semana, passa estes eventos inteiros tuitando, ao invés de vivendo.

Poderia comer seus churrascos de gato em paz, mas que nada, precisa postar até quantos nervos achou no bife com direito a foto no Twitpic e tudo.

E nessa tal solidão do mundo moderno, as pessoas acham mais fácil conversar com alguém via internet (no caso de alguns "monologar") do que com alguém bem ali na sua frente.

Nos transformam em paparazzis involuntários, atirando suas polaroids em nossas mãos e potando-se na frente das lentes.

É como se fossemos perseguidos na rua por uma revista Caras gigante, que corresse atrás de nós e se abrisse na nossa frente, na verdade se arreganhasse, nos obrigando a ler o que está escrito, nos empurrando sua coluna social de pobre pela goela abaixo.

Isso sem falar nas pessoas que entram num programa de troca de mensagens instantâneas e colocam assim "ocupadíssimo(a), por favor não incomodem", não seria mais fácil nem ligar o tal programa, pra começar?

Mas essa é outra história, estou meio ocupado para falar sobre isso agora...
 
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