Morrissey: a volta dos Smiths

Postado em 4 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius

Calma. Infelizmente esta esperada notícia ainda faz parte da galeria de sonhos que eu e muitos outros acalentam com esperança.

Tio Moz nunca disse definitivamente que não, mas também nunca mostrou que isso poderia terminar com um "sim" e no final das contas não o culpo, afinal, ele estaria tentando reviver uma lenda de si mesmo, o que geralmente é fatal para a maioria dos artistas.

Não que falte talento, pelo contrário ele sobra, na dupla Morrissey-Marr, mas as espectativas que isso geraria seriam talvez pesadas demais até para eles. E exemplos não faltam.

Bandas que sumiram e de repente reapareceram como que por passe de mágica, chegam a ser deprimentes e a depor contra seu passado.

Gigantes como Led Zeppelin e The Police entraram nessa.

Notem, não falo mal dessas bandas em si, mas do seu retorno meio que sem explicação a não ser a financeira mesmo.

Alice in Chains e Blur(este depois de 9 anos parado) também anunciaram sua volta recentemente.

Que me desculpem os fãs, mas isso tem tanto cheiro de "As melhores das melhores do lado B que nunca saiu remixado desse jeito que lançamos agora", sabe?

Esses discos caça-níqueis tipo "Fulano - Unplugged", que até tribo do Amazonas que nunca foi "plugged" já deve ter lançado.

Existe pra mim uma grande diferença entre bandas que permanecem e perseveram como os Stones, o Guns'n'Roses, entre outros, bandas que apesar de já serem "dinossauros", não causam tanto espanto porque estão aí na ativa desde que Matuzalém usava fraldas, o que difere bem de "voltar" de uma hora pra outra.

Talvez seja porque eles envelheceram bem diante dos fãs (que também envelheceram) e fica aquela coisa de ser "da família", talvez seja porque acreditam no que fazem e demonstram respeito para com estes mesmos fãs com sua longevidade e mais ainda, com sua criatividade demonstrada através de novos e constantes lançamentos.

Tanto que o próprio Morrissey estes dias pediu aos seus fãs que não comprem um box de singles que a EMI relançou pela trocentésima vez.

Tudo bem que uma das razões é por ele não receber nada com isso, mas também existe uma preocupação artística, inegável em quem lança regularmente novas canções há muitos anos.

O fato é: a indústria da música sempre viu o consumidor como um caixa eletrônico sempre pronto a liberar saques infinitos e alguns artistas embarcam nesta onda, tentando reviver épocas que pertencem somente à nossa memória.

E seria bom que às vezes elas permanecessem assim.

3 Comentários:

Lomyne postou 4 de novembro de 2009 às 07:29

Eu cresci com essas bandas, eu era uma criança cantando embromation e eles já eram mega astros, mas depois de tanto tempo longe eu não consigo ter a mesma empolgação, não. É como quando o ex-namorado liga querendo conversar: a gente sabe como é, a gente sabe como vai ser a conversa, a gente sabe como vai ser a noite inteira e até topa, mas não volta a namorar com o cara de jeito nenhum.

nova ordem postou 4 de novembro de 2009 às 10:26

Concordo plenamente com vc as voltas são quase sempre melancoli-
cas e constrangedoras o legal é a
banda no auge na memoria de seus
fãs.

Danilo B. postou 4 de novembro de 2009 às 11:26

Eu ficaria muito feliz com a volta de New Kids on the Block! hahaha

E eu sou da opinião de que a melhor coisa a se fazer é parar enquanto ainda está por cima, mas se vc estiver fodido de grana e ainda tenha te sobrado algum vestígio de criatividade, também pode ressurgir das cinzas. Não há regras para um 'reloaded' na carreira artística se vc não deixou a fama e o poder reprimir sua inteligência.

Aliás, é por isso que voltei com meu blog depois de quase 5 anos, eu também quero ser um Cardoso e ganhar dinheiro falando sobre o meu dia-a-dia na internet. hahaha

E as gravadoras pagaram e ainda estão pagando o preço pelo abuso de anos contra os consumidores de nostalgia. Em breve serão as editoras que irão se foder também, graças aos e-books e e-readears.

Deus salve a internet e a pirataria!

 
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