Tempo, senhor da razão, devorador de tudo.

Postado em 19 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius

O tempo apaga tudo. Quantas vezes já ouvimos esta afirmação, não é?

Quando crianças e adolescentes ouvimos nossos pais dizerem que não teremos aquela disposição toda depois de uns anos na "guerra" e ficamos putos, imaginando ser mentira, fruto da inveja que eles possam sentir da nossa juventude e tempo livre.

Aí esse msesmo tempo que não mente e nem sente inveja de nada e o aconchego de um sofá com um bom filme no DVD num final de semana nos fazem ver que, para variar, nossos pais estavam cobertos de razão.

Mas existem também as pessoas que encontramos pelo caminho. Quem nunca se pegou ao final de um curso ginasial ou mesmo superior fazendo juras de amizade eterna, de manter contato e nunca deixar aquele espírito desaparecer?

Qualquer ser humano que passe dos trinta pode contabilizar uma boa centena de "amigos eternos".

Pena que o tempo (sempre ele) e a vida real não respeitam muito essas promessas e acabamos vendo que amigos mesmo só uns poucos e que se de eterno nem nós mesmo somos, que dirá nossas relações pessoais.

Isso tudo tem seu lado bom, é claro. Não sei se gostaria de ver meus amigos de infância ficando calvos, barrigudos e, principalmente, chatos. Pais de família falando de emprego, papinhas e, às vezes, amantes. Deixa isso para os chatos que eu conheci já na idade adulta e que não me decepcionam com sua perda de viço.

Os da faculdade então nem se fala. Éramos dignos membros da juventude médio-abastada do nosso país. Curso superior em instituição particular, todos morando fora porque a faculdade era no interior e todo o tempo do mundo(aí ele agia a favor) para fazer besteiras, experimentar tudo, curtir um ócio às vezes nada criativo e simplesmente ocupar-se em viver.

Formados, todos tornam-se concorrentes. Seja na profissão, seja na vida. A maturidade traz a competição e faz aflorar o animal que existe em todos nós.

Quem ganha mais, quem se saiu melhor, quem isso, quem aquilo. Um verdadeiro porre. Talvez seja por isso que só me relaciono com um ou dois amigos daquele tempo. Pela total e completa falta de paciência com os rapapés, conversas triviais e alhures que surgem entre ex-companheiros de juventude.

Nesse ponto até que o tempo tem sido bom comigo. Apesar de me distanciar cada vez mais daquela época feliz e inconsequente, ele também está apagando rostos e personalidades menos importantes com quem convivi, só ficando na memória mesmo os mais interessantes e as experiências que, ao final de tudo, me fizeram de algum modo ser quem eu sou.

Pois é, aprendi isso também: o tempo ajuda a nossa memória a fazer uma bela seleção natural em no baú do passado.

5 Comentários:

nova ordem postou 19 de novembro de 2009 às 09:57

Vc esta certo meu amigo é examente
isso, o tempo vai minando as coisas

Anônimo postou 19 de novembro de 2009 às 11:50

Eu diria que o tempo seleciona mesmo.
Bom post.
Abs.
Marcos

Anônimo postou 19 de novembro de 2009 às 15:46

O tempo faz cvom percebamos a real "necessidade" daqueles que, em certo período de nossas vidas, pareciam ser tão importantes mas que na verdade era falta de tato próprio em saber o que é ou não bom para nós mesmos. ;)

Aff... falei demais!!!

Adorei o post!!!
bjs
;D

Paulinha postou 19 de novembro de 2009 às 16:19

Acho que pior do que ver os amigos envelhecendo é encontrá-los e ter que ouví-los contar coisas que fizemos e não queremos lembrar.

Anônimo postou 31 de dezembro de 2009 às 07:52

É Vero ! É Vero ! Sem essa gente a terra não é terra!

 
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