Quem não for interesseiro que atire a primeira nota de cem

Postado em 15 de nov. de 2011 / Por Marcus Vinicius

Eu tenho medo de gente interesseira, você tem medo de gente interesseira, todo mundo diz que tem medo de gente interesseira, mas confessemos: interesseiro todo mundo já foi, é ou será.

Não existe relacionamento sem interesse.

Desde aquele sujeito que você resolve comentar sobre a última vitória do Vascão só porque viu um escudo do time sobre a mesa da repartição e coincidentemente você necessita do carimbo e da assinatura dele, até aquela gordinha carente que pensa que te convenceu a participar das reuniões da Amway, mas que na verdade você se deixou convencer para tentar convencer a prima gostosa dela a ir contigo naquela festa no final de semana, tudo isso é ser interesseiro também.

Inclusive o fato da prima gostosa aceitar sair contigo só porque você é o único da rua que tem um carro e ela precisa que alguém a leve na festa para encontrar o Digão, seu namorado brutamontes de 2 metros de altura, que por sua vez só aceitou o fato dela ir contigo porque acreditou que você era só um "nerd babaca que o pai empresta o carro e ela precisava de carona".

Isso é um bom exemplo de alguém sendo interesseiro também, mas só que dessa vez não te favoreceu muito.

O garçom que vive te ouvindo reclamar da vida, da sua ex-namorada e do seu chefe, não deixa de manter contigo uma micro-relação por interesse. Da parte dele, em uma gorjeta melhor do que aqueles 2 reais que você deixou da última vez e da sua parte, porque ninguém que você conhece agüenta mais te ouvir falar mal do mesmo emprego durante 10 anos e nunca pedir demissão.

Aquele conhecido que assinou o Premiére Combate para a revanche dos pesos pesados do UFC, o mala do final da rua que comprou um videogame novo, o cretino da sua turma da faculdade que tem uma casa de praia em Ilhabela, todos sem exceção pessoas que você manteria distância, mas que, de repente, você resolveu descobrir que também possuem um lado bom.

Até aquele silêncio desconfortável que rola quando você se vê sozinho com um semi-desconhecido numa mesa de bar e lembra que só está ali porque não tinha o que fazer e por isso aceitou o convite de um amigo em comum pra sair em grupo (e no meio estava aquele cara que anda com seu brother pra tudo que é lado, mas que você não lembra nem o nome, principalmente porque sempre achou ele meio esquisitão).

No amor então nem se fala.

Pode ser apenas coincidência que um dos dois seja herdeiro de um sheik do petróleo, que aquela loira de 20 anos possa realmente ter se apaixonado pelo industrial podre de rico de 103, pode acontecer também de você só ter parado naquele casamento de muita procura em sites como ParPerfeito e Badoo (ciente de que foi só aquilo mesmo que você arrumou) e pode acontecer até mesmo o puro e simples interesse nos dotes sexuais do parceiro.

Mas de uma coisa ninguém se livra: sempre haverá alguém de olho em alguma coisa do outro, a menos que esse outro seja um completo zero à esquerda.

Moral da história: melhor ter interesseiros por perto, pelo menos é sinal de que pra alguma coisa você presta.

4 Comentários:

Anônimo postou 15 de novembro de 2011 às 09:19

Só estou com duas de R$ 50,00; pode ser? :P

(Ritchêza)

Anônimo postou 15 de novembro de 2011 às 11:30

Queria ser MUITO assim... quem sabe aprendo e coloco em prática com este post :P

Anônimo postou 15 de novembro de 2011 às 11:33

Concordo, não acredito em nenhum tipo de altruísmo. O negócio é apenas não acharmos que o nosso interesse é mais nobre/justificável do que o de quem quer que seja.

(www.twitter.com/M_DEMIAN)

Tatá postou 15 de novembro de 2011 às 12:02

Concordo que as pessoas agem por interesse. Seja por interesse de interesseiro ou interessado.

Falei isso para os colegas de faculdade em uma conversa informal e quase fui crucificada ... rsrsrsr.

 
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