Ser brega...quem não é?

Postado em 11 de nov. de 2010 / Por Marcus Vinicius

Ninguém escapa da situação: você tenta ser cool, seleciona bem as músicas que escuta, procura fugir dos livros do Paulo Coelho, não lê a Caras até mesmo quando vai cortar cabelo, jamais doura pêlos com água oxigenada no verão, evita usar cordões de prata grossos e nunca passa Kolene no cabelo, mas alguma breguice te pega pelo pé contra sua vontade.

É uma questão complexa entender como alguém que curte várias coisas consideradas "legais", pode de repente soltar uma frase como "Pô, adoro aquela música do Latino".

E existe!

Quem nunca se pegou quase cometendo auto-flagelação porque não conseguia tirar a música do garçon do Reginaldo Rossi da cabeça? Um algum funk melody da Trinere ou pagodinho-trash do Belo? "Lerê, lerê, lelelelerê"? Quem nunca usou alguma roupa de bali? No desespero, vale recorrer até à Igreja Universal.

Sei que tudo é um conceito, que o que é "in" numa sociedade/época/contexto será totalmente "out" em outra  - as ombreiras e as pochetes estão aí para provar isso - mas existem coisas que são ruins hoje, seriam ontem e serão até o ano em que os humanos colonizarem Marte, como a "Dança da Tartaruga" e as sandálias Croc, que já nasceram fora de moda ou, pelo menos, dignas de um vale-vômito.

Eu, por exemplo, já enfrentei críticas severíssimas pelo simples fato achar que Nirvana é uma bosta, porque afinal isso é bem menos socialmente aceitável do que dizer "Katinguelê é um lixo". 

Assim como é meio auto-depreciante andar por aí cantarolando "eu e o namorado dela, ela e minha namorada".



Mas uma hora, acontece até com a gente.

Tenho uma amiga que é inteligentíssima, descolada, gente boa, mas se tranca no quarto de empregada pra ver a novela das oito todo dia e só sai aos sábados depois que as "cenas dos próximos capítulos" aparecem. Se alguém ligar pra ela chamando pra sair naquele horário, ela vai dizer que está terminando de digitar a monografia, que está no meio de um capítulo de "Laços de Família", que está dando banho no gato, mas jamais dirá "tô vendo novela".

Até admiro quem tem coragem de confessar isso, porque quando ouço alguém nervoso dizendo que vai pra casa "ver novela" já imagino a pessoa sendo rebatizada de Valdirene ou Maicosuelanderson.

Pode ser alguma herança genética, dos tempos em que só existia TV aberta, pode ser alguma espécie de defeito de fabricação que nos lembre que jamais devemos jogar pedra no telhado de vidro alheio, mas ninguém escapa de curtir um Luis Miguel, um velho disco do Roberto Carlos.

É por isso que tem gente por aí vendo Luan Santana, ouvindo sertanejo universitário e votando no Tiririca.

E não fale mal de ninguém que faz isso, porque aí no fundo, você sabe que também tem um telhado de vidro com insulfilm fumê pros outros jogarem pedra.

11 Comentários:

MBSantiagoJr. postou 11 de novembro de 2010 às 11:19

:: Oh, Gosh... finalmente alguém que lembra da TRINERE. Obrigado.

Unknown postou 11 de novembro de 2010 às 11:22

Acabo de mudar meus conceitos sobre o brega pra não admitir que como nosso amigo disse existe bem lá no fundo de nós um tremendo Valdic Soriano.
Fiquei sem jeito ao ler o lance de me pegar cantarolando um funk melodi Kkkkkk
excelente post
@ReRuiHardSmile

Unknown postou 11 de novembro de 2010 às 11:45

Tá, tudo bem, mas faltou uma coisa neste texto: Você confessar a qual dessas breguice se rende! Assim não vale!

Abraços

Isabel postou 11 de novembro de 2010 às 12:01

Eu não aguento essas breguices que entram na moda, e só por estarem na moda (talvez algum "entendido" disse numa revista estilosa que aquilo é cool) e aí todo mundo passa a usar, sem questionar. Essa sandália croc é um dos exemplos, eita sapato feio! Outro modismo é usar a meia esticada por cima da calça legging, quase chegando no joelho, para ir na academia. Aff....

mvsmotta postou 11 de novembro de 2010 às 12:41

Tuka,

São tantas...Rsrsrs

Santiago,

Como esquecer a Trinere?É quase um trauma!Rara

Abs

Nancy postou 11 de novembro de 2010 às 15:26

Eu preciso admitir... Ontem eu usei pela primeira vez a minha camiseta I love NY!!!! Trouxe de lá mesmo e um monte de aluno veio tirar uma lasquinha!!!! kkkk!!!! Ah, mas nem ligo!!! Eu amo mesmo e consigo carregar isso no peito, sem vergonha!!!!

mvsmotta postou 11 de novembro de 2010 às 15:35

Ahhh, pô, camisa I Love NY é bonitinho...

Yone postou 11 de novembro de 2010 às 16:16

Concordo muito! Exatamente assim que penso.O grande barato é assumir sua breguice oculta...hehe

Emanuele postou 11 de novembro de 2010 às 17:28

Nada é perfeito, nem o bom gosto irrefutável de alguns. Eu q sou meio xexelentinha em relação a determinadas preferências, escuto música brega de vez em quando. Ex.: Tunai, Kleiton e Kledir, Elson do forrogode, Agepê kkkkkkkk Algumas músicas dessa galera tem letras incríveis de brega. E eu acho um barato! Mas escuto bem alto e acompanho cantando! Sem vergonha de ser feliz! haha

Se aparecer curiosidade... assim... passa no meu blog: http://www.manudemauhumor.blogspot.com

Anônimo postou 11 de novembro de 2010 às 17:52

Amo o Roca !!
Não tenho vergonha de cantarolar ...
"Detalhes tão pequenos de nós dois ..." hahahaha

Abraços !

mvsmotta postou 11 de novembro de 2010 às 18:04

Manu de Mau Humor?

Já gostei do título...rsrsrs

 
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