Seja sempre você mesmo, mas não precisa exagerar

Postado em 20 de jul. de 2011 / Por Marcus Vinicius

Não conheço um cara que não deseje namorar uma garota alegre, pra cima, carinhosa e, principalmente, meio sedenta de sexo. Se você conhece algum, fique sabendo que ou é viado ou então está mentindo pra você.

Só que seja sua paciência, sua capacidade de tolerância aos efeitos do álcool ou mesmo seu cheque especial, tudo tem um limite. Imagine uma pessoa intensa, tipo uma coletânea de frases da Clarice Lispector.

Pois é, é muito legal nos primeiros dias, até nas primeiras semanas, mas tente pensar em conviver com uma TPM que dura 24 horas, 7 dias por semana. É pior do que porre de vinho.

Tenho pra mim que a única coisa que em excesso não faz mal é dinheiro mesmo.

Sim, porque você passa a vida querendo uma garota carinhosa, fofa, dedicada e aí finalmente conhece uma. Ela quer te alimentar, te botar pra dormir, te acordar com beijinhos no meio da noite, ver filmes românticos, dividir taças de sorvete.

Só que um belo dia você descobre que dividir sorvete é um saco, porque você prefere menta e ela curte tutti-frutti, encara a realidade de que comédias românticas são um saco e, no meio de uma madrugada onde tudo o que você mais queria é poder continuar dormindo (de preferência até meio-dia), um pensamento te assalta: porque diabos essa maluca fica falando com voz de criança o tempo todo? Porra, me deixa dormir!

O mesmo acontece com a ninfomaníaca. Um belo dia você enche o saco de passar suas tardes de sábado jogando bola com os amigos e as de domingo vendo jogo de futebol na TV. Pensa que uma namorada e um pouco de sexo fariam bem na sua vida (aquele filme com a Tracy Lords ajudou muito na parte do sexo).


Até que sua prima te apresenta para uma amiga dela da faculdade. Bonita, viajada e com pinta de atriz pornô, exatamente o que você queria. Ela usa decotes que terminam na virilha e vestidos com fendas que terminam nas axilas, mais desinibida só mesmo a Cicciolina.

Por alguma razão ela té dá mole, vocês ficam e tudo corre conforme o esperado, entre pés abrindo seu zíper por baixo de mesas de restaurante e gestos lascivos com canudinhos de milk shake em pleno Mc Dia Feliz.

Mas chega uma hora em que você começa a sentir saudade daquela ex-namorada fofa que te acordava no meio da noite com voz de criança e não vestida de couro, com uma máscara de Darth Vader e um chicote na mão com essa agora.

Sem contar as situações um tanto vergonhosas, como quando ela tirou seu tio de 70 anos para dançar o "Funk das Peladinhas" durante o casamento do seu primo, com direito a uma simulação de sexo oral numa garrafa de prosecco e tudo.

Nesse momento você esquece as massagens com óleo de canela, as roupas de odalisca, as fantasias de coelhinha da Playboy e até o curso de pompoarismo que ela está fazendo e pede encarecidamente:

- Meu amor, será que você poderia ser um pouco menos, como eu diria, um pouco menos você?

É aquela velha história: seja você mesmo, só não exagere.

4 Comentários:

Nadja Leitão postou 20 de julho de 2011 às 10:21

Muito bacana o texto ... Mas refletindo _ acho que quando exageramos já não somos nós mesmos .....

juliana postou 20 de julho de 2011 às 10:24

Bárbaro teu texto, é isso aí um dia a máscara cai e precisamos amar a realidade.
Abs,Juliana.

Isabel postou 20 de julho de 2011 às 11:09

Algumas pessoas são muito caricatas, e isso cansa depois de um tempo...

Beijos

Anônimo postou 20 de julho de 2011 às 11:58

Adorei seu texto !
E óbvio que quem faz tipo, um dia mostra o que é verdadeiramente.
bjs

 
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