Macacos me mordam!

Postado em 27 de jul. de 2011 / Por Marcus Vinicius

Dia desses saiu no jornal que alguns cientistas andam preocupados com a excessiva humanização das cobaias. A causa são algumas pesquisas que introduzem genes humanos em animais de latoratório (como camundongos e macacos) para realizar estudos sobre doenças que afetam o homem.

Chegam a lembrar de casos da ficção científica, como o filme "Planeta dos Macacos", onde uma experiência para curar o mal de Alzheimer acabou gerando uma nova raça de macacos-humanos, de certa forma inteligentes, que passaram a dominar o mundo.

Tamanha introdução não foi certamente para discorrer sobre os perigos das pesquisas científicas, para o tratamento desumano dado às cobaias e nem para falar sobre ficção científica, ou talvez, desse último item, até seja um pouco.

O fato é que certas horas me pergunto se alguma experiência desconhecida (ou o calor dos trópicos que parece derreter os miolos) já não criou uma população de macacos amestrados com aparência de homens e mulheres.

Mas antes que me chamem de racista por causa do uso dos símios como exemplo, deixe-me esclarecer que só falarei aqui de macacos albinos, tudo bem? Todos, sem exceção, albinos.

O maior exemplo da macaquização, pra mim, é o trânsito. Sempre achei que uma escolaridade mínima e testes de QI deveriam ser obrigatórios para alguém obter licença para dirigir. Porque o brasileiro no trânsito se comporta, em sua esmagadora maioria, como um chimpanzé que foi ensinado a guiar um carro para frente.

É um trânsito violento, agressivo e caótico. Fechadas, cortadas pela direita, carros subindo nas calçadas, andando na contramão, pessoas se comportando como se fossem donos da rua, sei lá, talvez os chimpanzés não chegassem a tanto.


Por isso acho que testes de QI talvez evitassem esses motoristas de ônibus que andam aos solavancos e freadas, e parecem não saber que é fisicamente impossível parar rapidamente um veículo de 11 toneladas a mais de 80km/h em caso de emergência, ou taxistas que desconhecem o fato de dois corpos não caberem no mesmo espaço, tornando impossível o trânsito fluir enquanto ele espera a madame com o poodle entrar no seu carro com as compras do shopping.

Assim como alguém que canta uma música em inglês usando o famoso "enrolation" e não faz a menor idéia do que diz, o brasileiro anda por aí (a internet é o lugar preferido) repetindo piadas, correntes e bordões de novela às vezes sem fazer a menor idéia do porquê fazem isso. Só porque é "gozado", tipo macacos atiram fezes no zoológico.

Não duvido também que bonobos (albinos, sempre albinos, por favor, tá?) ensinados a operar um iPod ou um celular também não andassem de metrô na Bonobolândia ouvindo música alta e incomodando a macacada toda em volta.

Parece que certos comportamentos são instintivos e fazem parte do princípio de que se todo mundo faz igual, deixa de ser vergonhoso.

O Brasil tem bolsões de imbecilidade tão extensos que parece que a intenção é extirpar totalmente qualquer tipo de inteligência e raciocínio humano do seu meio. Tudo repetido mecanicamente, todo mundo feliz enquanto não faltarem as bananas.

Eu, se cientista fosse, me preocuparia muito pouco com a humanização das cobaias. A macaquização humana me causa muito mais medo.

5 Comentários:

Marisa Cruz postou 27 de julho de 2011 às 09:44

CARO MARCOS

O QUE ERA IMPORTANTE DEIXOU DE SER EM BUSCA DA EXTERMINAÇÃO DO CÉREBRO PENSANTE, ATUANTE E DEBATEDOR !!!!

Marisa Cruz

Anônimo postou 27 de julho de 2011 às 10:18

Marcos,
hehe em um país que as pessoas param tudo, pra assistir novelas ... o que se esperar né ?
Excelente texto !
abraço
Carla

Isabel postou 27 de julho de 2011 às 12:30

Excelente!
Hoje, por acaso, passou no Jornal Hoje uma matéria sobre a falta de educação dos brasileiros no trânsito. Em frente a uma escola, havia carros parados em fila dupla para as madames pegarem os pimpolhos, e a rua estava completamente congestionada em função disso. O repórter resolver entrevistá-las, para saber se não percebiam que seus carros estavam atrapalhando o tráfego. A resposta, naturalmente, era que "sim, mas estou com pressa". Ou seja, o que importa são as suas necessidade individuais, e dane-se o resto. Uma delas ainda justificou que fazia isso porque era "brasileira". É, faz sentido...

Gustavo Ca postou 27 de julho de 2011 às 15:51

Essa frase final, sei não.. macaco eu fosse, ficaria ofendidíssimo.

FelipeBFontana postou 28 de julho de 2011 às 04:58

Parabéns Sr. Marcus Vinicíus!

Este foi, sem dúvidas, um dos melhores textos que ja li por aqui...

Você traduziu exatamente esse famoso "jeitinho brasileiro" que irrita tanto pessoas que tem mais de 2 neurônios.

 
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