"Desculpe Senhor, é a política da empresa"

Postado em 31 de ago. de 2009 / Por Marcus Vinicius 7 Comentários

Quantas vezes você já ouviu a frase acima? Quantas vezes esta mesma frase, geralmente dita para justificar algum tipo de péssimo atendimento, foi pronunciada por algum atendente de call center-robô, contratado para jornadas de trabalho e salários chineses, por empresas que levam o seu dinheiro e deveriam servi-lo da melhor forma possível?

Comigo já aconteceu dezenas de vezes, todas elas terminando em pré-explosões de fúria minhas, geralmente contidas por uma providencial "queda" da ligação.

Mas nem sempre os robotizados atendentes "estarão promovendo um ataque de nervos no cliente". Existem as péssimas experiências presenciais também.

Falo sobre isto porque ontem meu celular parou de telefonar para números da sua própria operadora. Acreditem, o meu TIM conseguia ligar para um Claro, um Vivo e até mesmo um Oi, mas não conseguia ligar para outro número da própria operadora (nota:promoções e descontos na TIM não contemplam "clientes-empresa", ou seja, você paga mais para ficar na senzala da prestação de serviços deles).

Fosse o contrário iria suspeitar de complô, mas só se fosse o Chapolin a arquitetar um plano destes, então resolvi ligar para o serviço de auxílio ao cliente da empresa.

Trezentos e oitenta e nove opções digitadas, musiquinhas e aquela simpática voz robotizada da atendente eletrônica depois (se a bateria estiver terminando eles se livram do problema já aí nessa demora), eis que sou atendido por uma senhorita sem voz robótica, pena que só a voz.

Pede meu nome, o número do qual estou falando com o DDD(aí me pergunto, porque me fazem digitá-lo no início se sempre me pedem depois?), CPF, Identidade e finalmente consigo relatar o problema. Só queria saber o seguinte: se era um problema da rede da TIM ou se era algo com meu telefone.

Não iria nem pedir reparo, queria saber o que estava acontecendo.

Solução? Nem pensar! Estamos falando de atendimento telefônico no Patropi.

Como minha linha é corporativa, a gerúndica senhorita me pediu para falar com o "administrador do contrato".

Eu disse a ela que estava na rua, num domingo à noite e com certeza não estava na companhia de nenhum dos meus "colegas de trabalho", mas que sou um dos sócios da empresa que contratou o serviço e que ela pode conferir estes dados no calhamaço de documentos que tive que enviar para eles na aquisição das linhas.

Que nada! "Senhor, só posso informar o que acontece se falar com um administrador do seu contrato".

"Mas eu sou um dos otários que pagam pelo contrato!"

"Mas é política da empresa, Senhor..."

"Quer dizer que se eu estiver na selva amazônica e precisar de ajuda, terei que levar um helicóptero com o 'administrador do contrato' até lá porque vocês não se dispoem a atender quem paga o contrato?"

"É política da empresa Sen..."

Desliguei na cara. Por um momento pensei que ela fosse me chamar até de "senador", aí seria demais!

O serviço voltou a funcionar sozinho e ficou na história mais uma ótima experiência com os robotizados atendentes de gerúndio, quer dizer, de call center.

Outro dia falei sobre os péssimos serviços que são prestados no Rio de Janeiro, mas tenho que confessar que fui duro demais com a cidade em que vivo. Em se tratando de pós-venda e auxílio ao cliente, a regra para o Brasil inteiro é mais ou menos esta: trate o cidadão como se fosse um pedinte.

Exemplos são vários. A Kalunga (misto de papelaria, loja de informática e túmulo da relação cliente-empresa) não troca nada que você compre na loja por "arrependimento".

Funciona assim: você vai lá e compra um lápis marrom. Seu filho na verdade necessitava de um lápis preto(posso chamar o lápis assim ou tenho que usar 'afro-descendente'?) e a luz de neon da loja o fez enganar-se com a cor. Azar o seu.

Se for lá tentar trocar eles dirão: "só podemos trocar seu lápis marrom por outro lápis...marrom! É a política da empresa, Senhor".

E não adianta nem ir pra justiça, pois o Código de "Defesa" do Consumidor garante a loja esta prerrogativa. Troca por arrependimento em loja física é "gentileza" e não obrigação.

Lição que fica: a Kalunga não tem a menor intenção de ser gentil com seu cliente. Faça como eu: leve seu dinheiro embora de lá. Sei que sou um só, não sou rico, não sou grande comprador e provavelmente farei tanta falta pra eles quanto o Belchior fez para o grande público brasileiro nos últimos dois anos, mas é só o que posso fazer e se muita gente fizer isso, ou eles mudam ou quebram.

Geralmente essa frase maldita "é a política da empresa", esconde todo tipo de prática lesiva a você. Cortam sua luz em 10 minutos, religam em 48 horas. Dizem que vão trocar o produto em caso de defeito, mas levam 797 dias para faze-lo.

Fazem uma promoção que dá uma batata-frita na compra de um cheeseburger e um milk shake, mas se você pede os ítens separadamente e não diz "quero um trio-beócio", eles entendem que você não quer a promoção e por "política da empresa" te negam a batata-frita grátis.

Aquela máxima "o cliente tem sempre razão", inexiste por completo.

Tanto que até me espantei um dia.

Comprei ingressos no cinema Estação e em cima da hora, por motivo que não me recordo, tive que cancelar a minha sessão de filmes e ir para outro lugar. A bilheteria se prontificou em devolver meu dinheiro ou, se eu preferisse, me fornecer um ingresso com data em aberto para ser utilizado em qualquer cinema do grupo.

Me espantei sim, porque Cinemark e UCI por exemplo tratam o consumidor como pedinte. Já tive péssimas experiências em ambos, e no UCI foi tão ruim que nunca mais voltei lá, desde o ano 2000.

São vários exemplos que demonstram o que é prática corrente no Brasil: aqui o consumidor é bajulado enquanto o cobiçado dinheirinho está no seu bolso, a partir do momento em que o numerário é transferido para o vendedor/prestador de serviços, você se torna um mendigo de você mesmo.

A partir deste mágico momento, você deixa de ser o "claro que sim, Amigão!" e passa a ser o "lamento, Senhor".

Te chamam de "Senhor" para te tratarem como um moleque.

Qualquer coisa que o cliente necessite, desde uma simples informação, passando por trocas, reparos, tudo, é acompanhado de solicitações de documentos, provas, notas fiscais, informações inúteis e todo tipo de burocracia que dificulte sua vida, sem contar a lentidão das soluções.

As agências reguladoras, como Anatel, até que ajudam, mas a quantidade de aborrecimento que você tem para conseguir que qualquer serviço seja prestado decentemente torna o país bastante hostil para os consumidores.

Podemos fazer muito pouco. A justiça no Brasil é lenta demais, o que para mim não deixa de ser injustiça, e o governo se não for para multar e tributar, liga pouco para o cidadão.

Mas o que ainda podemos fazer, solitariamente, é levar nosso dinheiro para outro lugar.

Uma andorinha só não faz verão, eu sei, mas se todo mundo fizer isto, pode fazer um belo e seco inverno para cima deles.

Xuxa, as celebridades e o Twitter

Postado em 29 de ago. de 2009 / Por Marcus Vinicius 13 Comentários

Esta semana um dos assuntos (invariavelmente trash) do Twitter foi a aventura mal ajambrada da Xuxa por esta rede social.

O busílis todo se deu porque Xuxa primeiro não teria gostado de ser corrigida pelos "fãs" que a alertaram para não escrever em caixa alta(sinônimo de gritos na internet), o que a "rainha dos baixinhos" havia atribuído a um suposto "jeitinho" seu, e depois ficou contrariada quando seus seguidores começaram a fazer galhofa pelo fato de sua filha, Sasha(aquela criança que teve a sua gestação televisionada no Faustão com direito a ultra-sonografia em rede nacional e tudo) ter escrito "sena", ao invés de "cena" em uma twitada que fez usando a conta da sua mãe.

Xuxa ficou irada, respondeu rispidamente e finalizou sua aventura no Twitter com uma bobagem mais ou menos assim: "Vocês não merecem falar comigo nem com meu anjo".

Essa menina, Sasha, aliás é um caso único. Seu parto, seu primeiro banho, a primeira meleca que tirou do nariz, tudo foi parar no Jornal Nacional. Isso por si só já é uma aberração digna de Michael Jackson e suas esquisitices, mas ela não merece ser punida realmente pela falta de noção da mãe.

Ruy Castro disse muito bem, à época: "Nem Cristo foi tão esperado. Nem o bebê de Rosemary".

E foi. Mas quem pegou no pé da garota porque ela escreveu "sena" ao invés de "cena", na verdade queria é pegar no pé da Sra. X, que acabou dando razão a antipatia que muita gente sente por ela, querendo bancar a "das zelite", dizendo que sua filha escreve errado porque "foi afabetizada em inglês".

Talvez a menina tenha estudado em alguma instituição de ensino em New York (S)ity?

E assim, ao que parece, Xuxa saiu do Twitter. Posso dizer que já foi tarde. Menos uma.

Mas este não é, se me permitem o trocadilho, o "X" da questão.

Isso tudo começa pela falta de noção que a própria Xuxa tem, assim como a maioria destas pseudo-celebridades do Brasil. Todos querem privacidade, todos querem que "respeitem sua vida pessoal", mas invariavelmente fazem de tudo para se expor.

Sei que é um fenômeno mundial, não é exclusividade nossa. Mas vivo no Brasil, então, falo por nós, brasileiros.

Não estou falando aqui de área de atuação, mas do que os tais "famosos" fazem da vida quando não estão sendo apenas "famosos".

Posso ser rabugento demais, não nego isso e nem faço questão de faze-lo, mas vejo a maioria das pessoas que fazem sucesso no Brasil, e entenda aqui por sucesso aparecer na TV, em revistas de grande circulação, em sites e programas de fofocas, como gente de qualidade artística medíocre.

São cantores e cantoras chulé, canastrões e peitudas inexpressivas de novelas, gente "bonitinha" que só presta mesmo para vender a imagem e fazer polêmicas com o intuito exclusivo de "aparecer", lógicamente preservando a "vida íntima".

Pegue uma revista "Caras" da próxima vez que for ao dentista, médico ou cortar cabelo e preste atenção no naipe das pessoas que são "VIPs" e "famosos" no Brasil.

São coroas desgovernadas metidas a garotona, gente burra metida a intelectual (sempre que vejo aquelas fotos de um boçal segurando um livro do Paulo Coelho, com óculos no melhor estilo "leio 192 livros por ano" e cara de estudioso me dá vontade de enfiar uma caneta Bic na orelha de um deles).

São atrizes e atores de novela que quando não estão nos presenteando com atuações regularmente ridículas em tramas ridiculamente iguais, que repetem-se com pequenas variações desde a época da Janete Clair(Um dia falarei, mal é claro, de novelas aqui), axezeiros, pagodeiros, enfim, o que faz sucesso no Brasil e é tido como nossa "classe artística" é, para mim, a nata do que existe de mais medíocre no país.

Se formos ver quem são fora da casca de noz brasileira, são os famosos "quem?". Tanto que quando viajam de férias para o exterior, precisam levar na bagagem seu paparazzi portátil, senão ninguém os fotografa "relaxando e lendo um livro no Central Park".

Basta ver que os mais espertos, os com um talento diferenciado, primeiro afastam-se de novelas (ou pelo menos realizam extensa produção fora do ambiente televisivo clássico) e depois tentam vôos maiores fora daqui.

Vê se o maestro Tom Jobim vivia em programas de auditório ou tirando fotos na praia do Leblon pra plantar em colunas sociais xinfrins depois.

Não quero dizer que o termômetro para ver se alguém é bom ou não é "fazer sucesso lá fora", o senso crítico deles pode ser igualmente ruim, caso contrário, bizarrices como Jonas Brothers não existiriam por lá.

O termômetro é existir fora deste métier de famosidades efêmeras e vazias.

Tem muita gente boa fazendo arte de excelente qualidade em nosso país, pena que não recebem o mesmo carinho e atenção do que os "globais" e "famosos" recebem.

Ser famoso nem é tão difícil comparado à complexidade que existe em mostrar algum talento.

Voltando ao Twitter, a maioria dessa gente "famosa" e acostumada a bajulação, achou que chegaria ali e encontraria os mesmos "fãs" adestrados que encontram nos auditórios e eventos-jabá que frequentam.

Quiseram ser "antenados" e aparecer um pouquinho também, é lógico, porque não?

Só que o Twitter não tem filtros, ali você fala o que quer e é obrigado praticamente a ler o que não quiser também.

Podemos bloquear a pessoa depois da primeira "tijolada", mas ela já o terá atingido de um jeito ou de outro.

É isso que ocorreu com essas pessoas. Chegaram ali e pensaram que tudo seria como um passeio no tapete vermelho da última festa de uma indústria de cosméticos, um camarote de cervejaria no carnaval ou a puxação de saco dos programas de TV.

Não foi.

Primeiro porque o Twitter não é nada disso, depois porque sua característica de "conversa direta" tornou possível, como muito bem disse o Mauricio Stycer, "um sonho de infância: xingar a TV".

Algumas destas celebridades estão descobrindo ali que, apesar do seu status no mundo de Caras, muitas pessoas não as tem num conceito muito bom.

E o melhor (para as pessoas, é claro), todo mundo diz isso sem pena. Nem acho injusto, afinal, alguém tem pena de nos fazer aturar a presença perene destas "caras" por onde quer que olhemos nas mídias convencionais? Não. então pronto, então "toma".

Só que os "famosos" não estão levando isso na boa. O caso da Xuxa foi somente o mais notório de todos.

A Claudia Leite (se ela quiser que eu escreva com dois Ts, como sua "numeróloga" deve ter mandado, me envie um cheque de R$500,00 que faço, veja que tá barato, é o preço de uma twittada da Twittess) já se irritou com um fã.

Aquele Junior (o irmão da Sandy, que aliás também está no Twitter) se envolveu num episódio ridículo junto com outras sub-celebridades a uns 2 meses atrás.E nesse caso da Sra. Meneghel, outros membros do "Sindicato das Celebridades, Famosos, Habitantes do Mundo de Caras, Contigo e Similares" como a Angélica, a Preta Gil e a Carolina Dieckmann saíram em sua defesa, "repreendendo os fãs" porque, adivinhem, "não respeitam a intimidade deles".

Vamos tentar entender: o indivíduo vive se expondo em revistas, em programas de fofoca, faz da sua vida pessoal um reality show, mas as pessoas é que tem que respeitar uma linha imaginária entre o que é público e privado, linha esta que eles mesmos não sabem nem aonde esconderam ou se perderam em um dos quartos do "castelo" ou da "ilha" de Caras no último verão.

Mas o fato é: pensaram que teriam ali a condescendência que repórteres e veículos que vivem de vender a imagem deles sempre tiveram, só que não encontraram isso. Ainda que o Twitter tenha sofrido uma "orkutização", a média das pessoas por lá ainda é maior do que a da audiência da TV aberta e dos leitores do "Meia Hora" ou "Expresso".

Os "twitteiros" tem um pouco mais de senso crítico e o resultado é este: rusgas, desentendimentos e alguns escândalos aqui e ali.

No entanto, bons exemplos de artistas que usam o Twitter de forma inteligente e potencializam assim sua relação com fãs e admiradores não faltam.

São vários como o Leo Jaime, o Roger do Ultraje, os humoristas do CQC (programa que eu não gosto, mas que seus membros são exímios em utilizar o Twitter a seu favor), o Ritchie, entre outros.

São artistas que foram inteligentes e entenderam que o contato ali é direto, que a internet diminui a "distância" e a timidez que existiriam em um encontro real e dispuseram-se a dialogar diretamente com seu público, sem subterfúgios e aceitando na boa ônus e bônus deste tipo de contato, seja na forma de elogios, risadas e bons momentos, seja na forma de virtuais "chamuscadas" que sempre ocorrem.

Estes estão no Twitter faz tempo e se dão bem por lá. Conversam, interagem, expõem detalhes curiosos e até engraçados de suas vidas pessoais, mas deixam claro que existe uma linha que separa isso do que é "íntimo" realmente, e sabe o que é mais curioso? Todo mundo entende e respeita.

Tira-se disto tudo que aqueles que não se esquecem que, ainda que possuidores de uma certa notoriedade em menor ou maior grau, ainda são pessoas comuns, cidadãos sujeitos a falar e ouvir, estes se dão bem

E aqueles que pensam que realmente vivem numa ilha ou castelo, aonde são bajulados e podem dizer todo tipo de idiotice que ninguém irá contestar acabam fazendo algum barraco, batendo-boca e "desiludindo-se" com a experiência.

O Twitter veio pra mostrar pra este pessoal do "mundo de Caras" que nem tudo o que reluz é ouro, e que nem todo mundo que tem fama é (ou merece ser) respeitado só por isso.

O tal castelo da revista neste caso revelou-se um castelo de cartas, e desabou bem em cima deles.

Lembrete importante: Twitter não é Orkut.

Postado em 28 de ago. de 2009 / Por Marcus Vinicius 15 Comentários

Parece uma dica redundante, não é?

Óbvio que o Twitter não é Orkut. Os dois podem ser considerados "sites de relacionamento"? Na minha opinião sim, mas deixo para os "especialistas" em internet a palavra final.

Seja como for, essas duas redes sociais (esse termo que faz os entendidos molharem as calças) são tão diferentes no seu propósito quanto um sapato difere de um tênis. Ambos servem para calçar, mas não servem para a mesma coisa.

Orkut e Twitter servem para entrar em contato com redes de pessoas, por conhecimento ou afinidade, mas terminam aí suas semelhanças. Aliás, terminariam.

Assim como os brasileiros pegaram um site que foi criado para encontrar velhos conhecidos, agrupar pessoas com interesses em comum, fazer novas amizades e transformaram em um favelão com o objetivo de bater boca, fazer fofocas da vida alheia, expor pessoas ao ridículo, praticar difamação, apologia aos mais diversos tipos de crimes, exposição excessiva da vida pessoal, fazer trolagens, bate-bocas e todo o tipo de práticas anti-sociais e lesivas a um ambiente sadio, também estão conseguindo mudar o Twitter para pior.

Falei disto extensamente em um post, no meu antigo blog, em fevereiro.

A solução que alguns usuários do Orkut encontraram para isto foi trancar seus perfis a sete chaves. O Google começou a disponibilizar opções de albuns privados, scraps moderados, comunidades "fechadas" para leitura. Talvez fosse uma evolução natural que o site já iria fazer de qualquer jeito, talvez tenha sido um "mecanismo anti-troll-brazuca". Vai saber.

O fato é que um site que teoricamente era pra se relacionar, foi invadido por bizarrices como "só add quem eu conheço" ou "clique aqui para visualizar albuns privados".

É o "CAP" (Complexo de Área Vip), do qual eu também já falei em uma outra oportunidade, desta vez já aqui no C+C, manifestando-se mais uma vez.

Trata-se como "privilégio" ver fotos de batizados, rodízios de pizza e do barrigão branco do tio num dia de praia, só falta distribuirem pulseirinhas e fazer cercadinho. "Só add se eu conheço!".

O Orkut ficou quase irrespirável, tanto que ainda uso o serviço, mas muito pouco e em pouquíssimas comunidades. Não suporto o caldão que aquilo lá virou.

Mas aí o Twitter se popularizou, a sua "orkutização" tornou-se irreversível e o que vemos por lá?

Gente fechando o perfil para leitura, BIOs com coisas como "só add quem eu conheço" escritas, gente fazendo trolagem, gente puxando discussão e bate-boca pelo simples gosto de criar polêmica, até os famigerados joguinhos e correntes já apareceram.

Já disse que Twitter com conteúdo privado é igual a uma tatuagem na sola do pé. Pra que?

Isso é resultado da visão distorcida que o brasileiro médio tem da internet. Para a maioria, isso aqui é um lugar para libertinagem, para o escracho, para fazer tudo o que não faríamos na tal "vida real" e, também, para exercer o tal Complexo de Área VIP com total desenvoltura.

Todo mundo é bonito, todo mundo é importante e aquele churrasquinho na esquina vira o Outback. Essa é essência de grande parte do conteúdo da internet-Brasil: um churrasquinho de gato metido a bife de Kobe.

O Twitter já foi desvirtuado em vários aspectos, mas acho que não custa lembrar que o seu propósito é sim, alguma exposição, é você responder em 140 toques a pergunta "O que você está fazendo", mas também a perguntas como "O que você está pensando?", "vendo?", "ouvindo?", "sentindo?", etc, etc.

Não existe sentido algum em fazer isso para sua mãe ou irmão que estão no quarto ao lado, ou para seus amigos da rua. Como funcionaria isso? Você twitta e sai correndo pro play ou pro portão para comentar o que acabou de dizer?

Me tira do sério quando começo a sequir alguém e recebo uma DM (Direct Message) ou reply assim "Oi, de onde nos conhecemos?" ou então "Como é que me achou?" ou ainda "Quem é você?".

Acho ridículo, totalmente nonsense.

Acredite: existe vida além da rotina imbecilizante que os usuários do Orkut impuseram a si próprios. Aquele modus operandi clássico do site é uma das causas da sua deterioração.

Nietzsche disse com muita propriedade que "falar muito sobre si mesmo pode ser um meio de se esconder". E isso é verdade! Diga tudo, mas diga somente o que deseja que os outros saibam. Isso é mais inteligente do que um cadeado no perfil.

Mude sua atitude, abra-se para o mundo e tenha acima de tudo noção do que fala.

Não se esqueça, ninguém está interessado em saber que você foi beber água, se o cara do CQC ou do reality show da moda acabou de falar "a" no programa e muito menos nas suas funções fisiológicas.

Twitter não é Orkut, experimente ser diferente você também.

Cinema: "Se beber, não case" (The Hangover)

Postado em 27 de ago. de 2009 / Por Marcus Vinicius 4 Comentários

Sei que não tinha prometido falar sobre cinema aqui. Fico sem saber também se foge demais do assunto do blog, mas desde o meu post inicial eu havia dito que falaria sobre tudo, já que não sou mono-assunto.

Vou tentar então escrever sobre o que assistir sempre que for ao cinema, já que esta definitivamente é uma das minhas paixões.

Hoje resolvi assistir "Se beber, não case" (The Hangover). Só pelo cartaz do filme, já imaginei boas risadas. Entrando no cinema, confirmei o que imaginava: o filme é de te fazer morrer de rir.

Nada dessas imbecilidades cheias de piadas grosseiras, ainda que não falte grosseria no filme, mas lembrou muito aqueles filmes dos anos 80, tipo "A última Festa de Solteiro", quando o Tom Hanks ainda não estava preocupado em ser o namoradinho da América.

Em "The Hangover" quatro amigos (na verdade 3 amigos e o irmão da noiva, de longe o mais louco de todos) resolvem fazer uma despedida de solteiro pro noivinho (vivido por Doug Billings) em Las Vegas. Lógico que um evento destes na "cidade do pecado" só podia dar em m*. E é o que acontece.

Pra você ter uma idéia, eles acordam no dia seguinte com um tigre que roubaram de Mike Tyson na noite anterior dentro do quarto do hotel e um dos "heróis", e um dentista (vivido por Ed Helms, excelente no papel de um banana dominado por uma namorada que é um cruzamento de Dilma Roussef com Fernando Collor) acorda sem um dos seus dentes da frente.

Não vou falar mais sobre detalhes pra não estragar, mas todos os elementos de um típico "filme americano" estão ali: bebedeiras, excessos, situações que seriam impossíveis de acontecer naquele país na vida real sem que os envolvidos não fossem trancados numa prisão tal qual o Conde de Montecristo, strippers, chineses enlouquecidos e pouco inteligentes, mulheres gostosas, celebridades meio decadentes (Mike Tyson está particularmente engraçado no filme, vivendo o papel de Mike Tyson melhor do que o faz na vida real), enfim, tudo que vem no "american kit" para filmes.

O que o diferencia então? Um elenco afinado e surpreendente (não conta com nomes de "peso" ali e conta-se que a dublê de sapatão e bêbada Lindsay Lohan recusou o papel de Jade, vivido pela lindíssima Heather Graham).

No filme brilham Bradley Cooper no papel de um professor bonitão entediado com a vida e afim de "agitar" e também o até então por mim desconhecido Zach Galifianakis , no papel do irmão da noiva, um sujeito engraçadíssimo e totalmente descontrolado, e a disposição dos clichês e situações, que apesar de não serem exatamente originais, é feito de uma forma que não desafia a inteligência do espectador.

Preste especial atenção na participação de um (isso mesmo) bebê em algumas cenas. Nada a ver com "Olha quem está falando".

Vale o ingresso? Definitivamente sim. Rende boas risadas (foi o filme mais engraçado que eu vi este ano) e o tempo passa que a gente nem sente. Dá até vontade de conhecer Las Vegas.

Fotografia: qual câmera comprar?

Postado em 26 de ago. de 2009 / Por Marcus Vinicius 8 Comentários

Talvez por conta do meu Flickr, volta e meia alguém me faz perguntas sobre câmeras digitais. Desde "qual câmera compro?" até "é verdade que não usa filme mesmo?!", toda hora eu tento responder com meus parcos conhecimentos às dúvidas dos meus seguidores no Twitter ou amigos de carne e osso.

Fotografia é aquela atividade que poucos conhecem e todo mundo acha que é profissional, mais ou menos como os blogs.

Sei que fotografia é um assunto extenso e que meus conhecimentos sobre ele ainda são incipientes, mas mesmo assim, já são bem maiores do que a média das "pessoas comuns" (entenderam o drama? Fotógrafo é uma espécie de maluco diferente que prefere registrar as coisas do que eventualmente até participar de algumas delas rsrs), assim, porque não compartilha-los?

Então, como primeiro post sobre fotografia, resolvi falar desta difícil decisão que é escolher a câmera para começar a se aventurar na arte.

Sim, arte. Fotografia é arte. Seja com sua apresentação clássica ou como suporte para divulgação de obras, como é o caso do Vik Muniz . Ganha-se muito dinheiro com isso e tanto no Brasil (de forma ainda tímida), quanto no exterior, grandes fotógrafos vendem suas criações por dezenas de milhares de dólares.

Mas como nem eu e provavelmente nem você que me lê ainda pensa nestas contas, ao contrário, gastamos mais do que ganhamos com a fotografia, volto ao assunto principal: "Marcus, qual câmera compro?"

A primeira pergunta que você deve fazer é: "Pra que eu preciso de uma câmera?". Isso é o principal, mesmo! Não adianta eu te indicar uma Hasselblad H3DII, se no final você terá que hipotecar até o seu rim somente para tirar fotos do churrasco na casa de praia.

Também ajudará muito pouco te indicar uma porcaria para você começar a fazer um curso básico de fotografia, com intenção de se aprofundar na arte.

A resposta para esta perguntinha tão simples quanto o "pra que?" é o início de tudo. A partir do que você responder, começará então sua busca, tentando equacionar marcas, modelos e orçamento.

As câmeras podem ser divididas, com poucas diferenciações entre quem faz essa divisão, em: ultra-compactas, compactas, Ultra-Zoom, Prossumer ou Profissionais.

Falarei o mais brevemente possível sobre elas:

  • As ultra-compactas e compactas, como o próprio nome já diz são fabricadas com uma preocupação: tamanho. O resto é mais ou menos supérfluo. Elas geralmente vem com modo automático e poucos recursos manuais, sendo que a presença de alguns deles e um zoom um pouco melhor diferenciam uma compacta de uma ultra-compacta, que geralmente possui somente o básico do básico. São essas que encontramos facilmente nas lojas de departamento e quiosques de informática. (Excelentes para viajar, andar na bolsa ou no bolso, tirar fotos de baladas/nights, bons momentos, tudo isso sem a preocupação excessiva com "qualidade" das fotos)
  • As Ultra-Zoom, "UZ" para os íntimos, podem muito bem ser chamadas também de "Denorex", lembra? Aquele que parece mas não é. Elas tem aparência e grip (pegada) parecidos com uma câmera mais "profissional" e também algumas regulagens manuais. Como o próprio nome já diz, seu grande diferencial é o zoom generoso que oferecem ao usuário. Um bom exemplo desta categoria é a Canon SX1 IS. (Boa pra quem quer começar a fotografar mais "a sério" sem investir tanto)
  • As Prossumers, nome que é uma tentativa de unir "profesional" e "consumer" é aquela câmera que o sujeito compra quando pensa assim "Ok, quero virar gente grande e fotografar como tal". O usuário desta câmera é mais exigente do que os das anteriores, já tem noções e "chatices" de um profissional. Esses equipamentos tem bons recursos como sapata para flash externo e todos os recursos manuais de uma câmera profissional, além de uma excelente qualidade de imagem. O que a diferencia, a grosso modo, das "pros" é o fato de não trocar as lentes em 99% dos casos, possuindo um conjunto fixo. Um bom exemplo de Prossumer é a Canon G10. (Essa aqui é a categoria do candidato a profissional que ainda não se assumiu, aí pra não sair do armário ele compra uma prossumer. Brincadeira, esta é uma câmera "menor" que as profissionais, com qualidade e um investimento menor, já que geralmente você não precisará gastar uma quantia considerável com um conjunto de lentes).
  • As Profissionais, também são "Reflex", apesar de nem toda Reflex ser profissional. Uma confusão comum é achar que "Reflex" ou DSLR (Digital Single Lens Reflex) é uma categoria, quando na verdade é um recurso presente nas profissionais. Uma prossumer pode ser Reflex, por exemplo. Mas o que seria isso? Nada mais do que um jogo de espelhos que são colocados após a lente da câmera. Ao acionar o disparador, estes espelhos que desviavam a imagem para o Viewfinder(aonde você visualiza a foto a ser tirada) são movimentados expondo o sensor e realizando a captura. Desta forma, a imagem que você vê no viewfinder de uma Reflex é exatamtente igual aquela que será capturada e se transformará na sua fotografia. As profissionais permitem troca de lentes (zoom, macro, grande angular, olho de peixe) e possuem um sensor de melhor qualidade, além de todos os controles manuais. A qualidade das fotos tiradas aqui é a melhor possível, dependendo é claro do investimento na câmera e daquele detalhezinho importantíssimo: o sujeito que a está operando.Nenhum equipamento, por melhor que seja, resiste a um péssimo fotógrafo. Bons exemplos destas câmeras são a Canon XSI (de preço mais acessível) ou a 5D Mark II (esta uma verdadeira arma de fotografar). (São câmeras para quem ganha ou não dinheiro com fotografia, mas que tem compromisso forte com a qualidade e com a versatilidade, elas que permitem ao usuário realizar todos os tipos de capturas possíveis)

Basicamente são essas as categorias de câmeras. Veja, eu disse basicamente(antes que venha algum "professor" me xingar nos comentários).

Definida a categoria do equipamento que você pretende investir, partiremos para outras características importantes.

A primeira dúvida é a marca.

"Marcus, uma Xing Ling Pix é tão boa quanto uma Canon?" Sendo curto e grosso: não. O cuidado e o dinheiro gasto em pesquisas e aprimoramento de equipamentos que a Canon ou a Nikon trazem em seus equipamentos, jamais vai se comparar com empresas que montam chassis bonitinhos com porcarias dentro.

Câmeras cor-de-rosa, com estampas da Barbie ou cobertas de strass podem ser uma "gracinha", mas lembre-se: às vezes é mais barato e fácil investir em porcarias que chamem a atenção do consumidor do que em tecnologia. Geralmente as "bonitinhas" também são bastante "ordinárias".

Assistência técnica disponível e eficiente e confiabilidade são primordiais. Não adianta uma aparência "robusta", se ali dentro você contará com a preciosa ajuda de um sensor digno de webcam e a qualquer defeito, você ganhará um maravilhoso peso de papel.

Esqueça.

Em fotografia, marca quer dizer muito sim. Mesmo sendo eu alguém que odeia a "correnteza", desta vez nade a favor dela: Canon, Nikon, Panasonic, etc, são sim marcas que merecem uma atenção maior.

Vale lembrar: Canon e Nikon dedicam-se muito no desenvolvimento de equipamentos para profissionais, então se sua intenção é uma compacta, preste atenção em outros bons fabricantes como a Olympus ou Sony, para citar duas bem conhecidas.

Resolvida a marca de sua preferência, atente para as funções que ela possua, como o zoom (lembre-se: quanto mais zoom ótico e menos digital, melhor), e a sua fonte de energia (baterias são mais compactas e duradouras do que pilhas), por exemplo.

Informe-se sobre os tipos de cartões de memória que ela utiliza. Existem diversos tipos como MS Pro, MS Pro Duo, SD, Mini SD, XD. Não se assuste com essa sopa de letrinhas. As Sony e Olympus utilizam cartões próprios como o MS no caso da primeira e os XD no caso da segunda, mas esta é uma batalha quase perdida: a maioria usa mesmo o SD ou pelo menos aceita esta opção, sendo assim, procure câmeras que utilizem cartão SD, pois a compatibilidade será maior.

Cartões de 8gb impressionam, mas pense: se der xabu com um cartão desses, serão 8gb de fotos da sua caríssima viagem ao Japão que irão para o limbo. Tenha uma boa capacidade de armazenamento distribuida entre dois ou mais cartões de 2gb, por exemplo. Este será seu primeiro "backup". ;)

Outras características como o tamanho do visor LCD, sua qualidade e também a presença ou não de um visor ótico,o "viewfinder" (aquele que a gente encosta o olho igual nas câmeras de filme, recurso que eu pessoalmente acho fundamental), além da mobilidade ou não do visor, para que você tire fotos de você mesmo ou em ângulos mais complicados, como algumas Canon e Nikon, entre outras boas marcas, possuem, também são recursos a serem observados.

A opção de fazer filmes (algumas tem com som, outras sem), os modos de cena (noturno, esporte, luz de velas, macro, etc) também enriquecem a sua experiência fotográfica. Pesquise bem o que a câmera oferece antes de sacar o cartão de créditos ou o seu chumaço de dinheiro do bolso.

Deixei para o final o assunto que todo mundo mais adora em se tratando de usuários mais leigos: a quantidade de megapixels. Funciona mais ou menos como aquele eterno debate sexual: mais vale um gigante dorminhoco ou um pequeno brincalhão? Muitos megapixels são equivalentes a um cantil vazio no deserto se o sensor da câmera for uma porcaria.

O tamanho do sensor importa e muito. Não adianta entulhar 12 megapixels num sensorzinho diminuto que a qualidade das fotos continuará ruim. Para se ter uma idéia do valor excessivo que dão a isto, um outdoor pode ser impresso com fotos de 8 megapixels.

Aí eu te pergunto: pra que utilizar 10,12 megapixels nas fotos do batizado do seu sobrinho, que serão a maioria vistas no computador e, se impressas, não passarão dos populares 10x15? Pra necessitar um HD novo a cada 6 meses e uma coleção de cartões de memória?

Esqueça isso, concentre-se em qualidade. Procure reviews da câmera que você está interessado, existem bons sites que testam as câmeras e disponibilizam avaliações gratuitamente.

Tente ver algumas fotos tiradas com a câmera em questão. No Flickr você encontra fotos com quase todos os equipamentos existentes e dados estatísticos como número de usuários, entre outros.

Enfim, fotografar é uma arte, mas como qualquer arte ela depende de recursos, dedicação, estudo, paciência. Comprar sua câmera é o início de tudo, é o que abre as portas deste maravilhoso mundo para você.

Mas ela não trabalha sozinha, só fotografando muito você poderá melhorar diariamente e, às vezes, se surpreender com fotografias tão boas que "nem parece que foi você" que tirou.

Então? O que está esperando? Saia da net, desligue o computador e vá clicar! (Mas comente aqui antes) :P

(Este post teve a inestimável colaboração da minha amiga Drika Landim, fotógrafa, consutora, crítica e, muitas vezes, minha professora de fotografia, ainda que eu tenha que encher o saco dela no MSN pra obter as aulas) ;)

MID - Maldita Inclusão Digital

Não conheço um internauta 1.0 que não abomine a tal "inclusão digital". As águas da internet que outrora eram boas de navegar, reservando surpresas e um mundo novo de possibilidades, acabarm tornando-se mais poluídas do que as da Baía de Guanabara.

Lá pelos idos de 1996, quando eu comecei a acessar a grande rede, a internet era algo extremamente elitizado. Também não era pra menos, o acesso era caro pois pagava-se o serviço do provedor, que consistia num pacote magérrimo de horas franqueadas e ainda pagava-se mais as horas extras utilizadas.

Para se ter uma idéia de como era caro, o pulso telefônico mal importava nessa conta naquela época.

Tudo bem que era caro, lento, barulhento(quem não se lembra do modem fazendo escândalo e acordando a casa toda) e haviam mais gringos do que brasileiros, ou seja, o inglês era bem mais fundamental naquele tempo do que o miguxês ou o analfabetês é hoje.

Mas tinha seu lado bom. Podia-se conhecer pessoas interessantes, o nível das conversas era bem melhor e a ausência da banda larga impedia os "tem cam" ou "manda foto" da vida de estragarem as conversas. Existiam as pragas virtuais, é claro, mas comparado ao que existe hoje aquilo era quase "germ free".

Conheci muita gente legal nessa época, aprendi muita coisa, foi um período bom.

Mas veio o pulso único, chegou a banda larga, o preço desta abaixou e as Casas Bahia aliadas às Lan Houses ajudaram a trazer para a rede a favelização que o Brasil já vê na sua vida real diariamente.

De repente fomos invadidos por hordas de pré-adolescentes miguxos, com seu vocabulário de Hello Kitty das trevas, seus jogos, trolagens, idiotices. Junto a eles vieram as hostes da assim chamada "baixa renda" que, em sua maioria, acham que isso também deve significar "baixa civilidade".

Aliás, sejamos justos, não acham isto, é que ninguém jamais os ensinou.

Possuímos escolas públicas de péssima qualidade, uma TV aberta(que é a que a maioria da população sem "gatonet" assiste) com programação idiotizante e os ritmos preferidos e enfiados goela abaixo do "povão" são nada menos que funk, axé e pagode, um trio que equivale aos cavaleiros do apocalipse do bom gosto.

Grande parte da nossa população vive uma rotina de violência latente. Seja pelo que assiste nos locais aonde mora, aonde o único serviço público que chega é a polícia; seja no âmbito familiar onde as noções mais básicas de educação faltam porque não existe quem as transmita.

Ônibus lotados, trens que só serviriam para transportar gado num país decente, infra-estrutura precária, gravidez precoce, falta de dinheiro, ausência total de eventos culturais (baile funk não conta, funk é lixo, não é cultura), uma erotização cada vez mais invadindo a infância e o que se tem como resultado é isso: um povo extremamente grosseiro, mal educado, sem noções de convivência social fora aquelas que convencionou adotar como as "regras do gueto".

É a tal "olha a disciplina, leke".

Mas o Brasil adora fazer tudo de trás pra frente.

Não tem nem infra-estrutura básica decente, quer fazer Olimpíada. Não tem um povo com acesso mínimo a educação formal, mas este já tem acesso à internet.

Daí vemos esse show de horrores, como aqui, aqui e aqui.

O maior medo dos usuários do Twitter era a sua "orkutização". Mas existem fenômenos contra os quais não adianta lutar. Reportagens de jornais, TVs e até "manuais do Twitter" já trouxeram o fenênomeno para o site.

As correntes, o miguês e o analfabetês presentes e a disseminação de joguinhos tipo "Quem você quer morder" ou trending topics dos "Jonas Brothers", não me deixam mentir: a turma da espinha no rosto e excesso de hormônio e a galera da Lan chegaram com força total.

O que fazer? Nada.

Aturar, ignorar, tentar fazer um descarrego nos que ainda tem salvação, e rezar para que um dia algum governo resolva ajudar na educação do seu povo, e que além de bens de consumo como geladeiras, televisores, computadores e acesso à internet, forneça também as ferramentas para que estas pessoas possam utilizar-se do que tem à mão de forma mais edificante da que acontece atualmente.

É esse o "grande segredo": educação, aquela coisinha que se aprende em parte na escola e é tão desprezada por quase todo mundo. Ela é a chave para a solução de muitos problemas, inclusive este tráfego desqualificado que hoje representa o brasileiro na internet.

Quanto aos adolescentes, bem, adolescência é uma ocorrência neuro-incapacitante que todo mundo sofre a partir dos 12 anos mais ou menos e só passa, às vezes, após os 20 e poucos ...isso só uma jaula e tempo mesmo para melhorar.

O "militante"

Postado em 24 de ago. de 2009 / Por Marcus Vinicius 3 Comentários

Confesso que segunda-feira geralmente estou pouco inspirado. Sabe como é, ressaca do final de semana, saudade de passar o dia à toa ou só pensando na difícil tarefa de "como me divertir", aí o que fica é esse gosto de tábua de chiqueiro na boca (opa, o Palmeiras venceu!) e uma falta de assunto que me faz ter vontade de falar sobre algo que eu considero uma das "natas" da hipocrisia e malice de um ser humano: a militância.

O militante é, antes e acima de tudo, aquele sujeito que vai ter opinião até sobre os Tigres do Tamil e a questão dos separatistas da Pacóvia do Norte.

Seja qual for o assunto ele está lá, o chato perene, contra ou a favor, ainda que dele conheça apenas a aparência ( ou pouco ligue para algo mais), seja o bigode , a barba ou a boina.

Identificamos grandes criadouros de militantes em universidades públicas ou nos DCEs de qualquer universidade em geral. Professores secundaristas também estão sujeitos a este fenômeno e nem preciso falar de sindicalistas ou "ongueiros".

O cara usa seu jeans Armani surrado e a estampa do Che em uma camiseta ou qualquer outro pano que custe mais de 100 reais, mas acima de tudo tem "consciência social".

Digamos que seriam como playmobils do Tico Santa Cruz na postura, todos produzidos em série, todos com uma opinião "abalizada" sobre tudo.

Já estudei em faculdade, então sei bem como é. Os caras ficam ali no DCE pensando qual a próxima festinha ou "manifestação", tem sempre aquela pinta de intelectual com barba por fazer, vestimenta cuidadosamente desleixada e bolsa a tiracolo impressionando as meninhas, aliás, impressionam somente as calouras e aquelas já mais veteranas que tem problemas de percepção do mundo à sua volta e realmente acreditam que Che Guevara foi um herói, que Cuba é uma nação revolucionária livre e perseguida, e que bolivarianismo é algo mais do que uma doutrina punguista, que tem como objetivo assaltar a democracia utilizando-se de seus próprios meios para isso.

Outra coisa que lembro bem eram os professores do ensino médio. Todos ávidos em me "explicar" como o capitalismo é decadente, como os EUA são um grande satã que tem planos de dominar a alma dos latino-americanos, como a violência nas grandes cidades é culpa do "egoísmo da classe média" e, last but not least, que a Coca-Cola é a água negra do imperialismo.

Nem preciso dizer que tive muitos problemas nesta época. Minha mãe chegou a ser chamada no colégio para explicar como uma criança pode ser, nas palavras da "mestra", tão "direitista e reacionário".

Como se vê, se essa gente pudesse agir à solta, teríamos "campos de reeducação doutrinária" no Brasil também.

Mas aí já é querer ir muito a fundo no assunto, quero falar é da chatice e do embuste que representam esse pessoal.

Sabe quando você está se referindo a alguém e diz "ah sim, sei, aquele que é preto..." e o cara corrige em tom professoral "Que isso, meu?!Não fala assim perto de mim não! É neeegro...", a partir do dia que resolverem me chamar de "claro", eu compro a idéia. Até lá, não, obrigado.

Ou então você lê no jornal a notícia de um indivíduo de 17 anos, que matou um casal de jovens não sem antes estuprar a moça e esquertejar o mancebo, e exclama: "um desgraçado desses tinha que ser fuzilado", e logo o Zé da Boina ao lado solta um "Mas ele é vítima da sociedade! Esse seu discurso embotado é que estraga o Brasil!".

Um ladrão "está tomando o que a sociedade lhe negou", um traficante "é uma criança que não teve educação e está devolvendo à sociedade a violência que sofreu", um sem-terra que curiosamente só invade fazendas produtivas do agronegócio é um " guerrilheiro campesino, que só quer um lugar para plantar".

Pensem em quantos clichês e teorias pachorrentas quiserem, cada uma delas será abraçada pelo militante.

Curiosamente, 90% deles realiza suas reuniões de cúpula sentados numa mesa de bar ou na praia de Ipanema, com a bandeirola do partido ao alto junto com as nádegas das moças. Todos admiram o fato de que em Cuba "não existem crianças que passam fome", mas ninguém muda pra lá pra ajudar a distribuir o sopão.

Todos revolucionários marxistas, comunistas, o escambau do Século XXI, mas curiosamente não se oferecem para viver a única experiência realmente comunista em curso no mundo atualmente, que é a da Coréia do Norte.

Tenho certeza que Kim Jong Il os receberia de braços abertos, mas talvez lá não exista uma praia de Ipanema, nem choppinho, nem DCEs, manifestações e muito menos Big Macs ou Sundaes para degustar depois da passeata.

Ouvi dizer aliás que na terra do "querido líder", passeata só se for a seu favor e autorizada previamente por todos os 397 comissários responsáveis pelo setor. Tudo devidamente carimbado e em duas vias como é praxe na eficiência de estados esquerdistas.

Veja você que o militante é um cara tão legal que até gosta do Obama! Um chefe de estado do "império". É um marco que um "afro-descendente", de matizes esquerdistas, que deseja "espalhar a riqueza" e estatizar a saúde (a General Motors e alguns bancos ele já estatizou), esteja à frente daquele país, para purga-lo de "todo o mal que sempre fez".

Como diz o Reinaldo Azevedo muito bem, não conheço um único anti-americano que não adore o Obama.

Os militantes são assim, sua regra para gostar ou não de alguém foge do simples "certo" ou "errado" e passa mais pela pergunta "está ao meu lado?". Se a resposta for "sim", a pessoa passará a ser referência, e terá credibilidade atestada independente das asneiras que diga. Se a resposta for "não", bem, pode ser até Jesus Cristo que não será "uma pessoa muito boa".

Vejam que até crucifixos em repartições públicas estavam incomodando os militantes.

Funciona mais ou menos assim: corruptos tomando conta de todas as esferas de poder do país? Tudo bem. Petralhas aparelhando o serviço público? Bom. Lula apoiando o Sarney? Bom! Lula fazendo as pazes com Collor e chamando o "caçador de maracujás" de perseguido? Muito bom! Jesus Cristo nas repartições públicas? Não...acho que faz mal para o país.

Seja qual for o assunto haverá um militante para defende-lo: vegetarianismo, promoção da racista política de cotas (branco pobre? o que é isso?), petralhismo, defesa de ocupação dos morros por barracos, colocar a culpa pela poluição no chá que a sua avó faz todo dia, te chamar de egoísta porque não faz "trabalho social" mesmo entregando ao governo 40% do que ganha todo ano...

São especialistas em disseminar a culpa dos outros, enquanto jogam a sua para baixo do tapete. Sejam os mortos vítimas dos regimes "ideais" que defendem, sejam os pecadilhos que cometem quando tem alguma oportunidade.

O curioso é que a militância, em grande parte dos casos, é o pré-vestibular da boquinha. Um imenso contingente destes "companheiros", assim que conseguem um posto seja na máquina partidária, seja na administração pública, conventem-se em pragmáticos.

Vamos ajudar o "povo" mas primeiro vamos nos ajudar. Sabe como é, "Mateus, primeiro os teus", nestas horas até a Bíblia passa a valer.

Atualmente o indivíduo branco, hetero, cristão, de classe média e que pague todos os seus impostos é a nova minoria oprimida do país. Tem todos os deveres, é passível de todas as punições, mas os seus direitos cada vez mais vão diminuindo, para que ele possa pagar com o próprio suor uma "dívida histórica" que não acaba nunca.

Era melhor dever para um agiota.

E o pior de tudo, nenhuma ONG, Associação ou militante estão aí para defende-lo.

A força(da) felicidade

Postado em 22 de ago. de 2009 / Por Marcus Vinicius 13 Comentários

Tentei fazer uma brincadeira com o título desse post, unindo "a força da felicidade" com a "felicidade forçada", não sei se fui bem sucedido (dizem alguns que, se tive que explicar, é porque não ficou bom), mas em todo caso o título aqui é o menos importante, já que o assunto é bastante interessante.

Quem navega a um tempinho pelas ondas cheias de pneus, garrafas pet e ressacas da Internet-Brasil(nem falarei das outras, se são iguais ou não porque sinceramente pouco me interessa) conhece aquele fenômeno que já virou até frase de efeito: no Orkut todo mundo é feliz, no MSN todo mundo está ocupado, no Twitter todo mundo é intelectual e espirituoso.

Isso nos tempos da vovó e até nos de hoje é a popularmente conhecida "fachada".

O cara foi pra Búzios, aliás, pra perto de Búzios, num condomínio no meio de uma estrada de terra e de uns 20 terrenos baldios, pegou chuva o feriado inteiro, ficou puto, mas coloca no seu MSN pelo celular (se pegar sinal no local, é claro): "Curtindo todas em Búzios".

Quando retorna vai correndo pro Orkut e posta uma foto sua comendo pastel numa barraca de praia debaixo de chuva com um sorriso forçado e a legenda "Tempinho nublado delicioso pra curtir", coisas assim. Um pinto molhado, numa cidade que teoricamente visitamos para ver sol e calor, feliz da vida com um guarda-chuvas e um pastel.

Isso é mais comum do que podemos imaginar.

Eu mesmo já me peguei fazendo auto-flagelação, culpando-me porque não conseguia ver tanta graça assim num picolé na padaria, enquanto para certos twitteiros, orkuteiros ou blogueiros isso representava um evento equiparável a uma visita à "Fantástica Fábrica" de Willy Wonka.

Tenho mania de dizer que brasileiro tem complexo de área VIP. Consegue transformar tudo em evento e, ato contínuo, consegue inventar mesmo num churrasco na laje um "local reservado para os mais importantes", é o tal cercadinho VIP.

Sei que a felicidade forçada e o complexo de área vip tem uma correlação que pode não ser muito "forte" argumentativamente, mas corroboram com a tese de que muito do que fazemos, é pra "inglês ver".

Se te perguntam "E aí? Como vai?" e você responde "Não ando muito legal não", pronto! Fulaninho é baixo astral, tem energia negativa, atrai maus fluídos, manda ele pro descarrego!

Notem, não estou falando daquele típico chato que você pergunta "Como vai?" e ao invés de responder "bem" ou "mal", até com a opção do "mais ou menos", o indivíduo pega a deixa e conta, não.

Estou falando simplesmente de não ser obrigado a responder algo como "maravilhosamente bem!" a uma pergunta assim quando, por exemplo, você está com diarréia, brigou com a namorada, levou uma multa no trânsito e alguém superou aquela sua oferta de 1 real pelo iPod touch no Mercado Livre, sob pena de ficar conhecido como o Urubulino do bairro.

O brasileiro tem a fama de ser um povo "feliz apesar dos problemas", idéia que eu não compro. o brasileiro é muito bom na arte da digressão. Ele esquece ou finge que esquece os problemas, não os supera.

Daí o cara sai de um trabalho que o paga mal na sexta-feira, pra ir embarcar numa Kombi ou trem lotado, rumo à sua rua sem calçamento, sem recolhimento de lixo, sem quase nada, mas vai pro churrasquinho beber uma lata de cerveja quente e batucar na mesa, "feliz".

Amigos, podem me chamar de radical, mas não compro essa idéia. Ou seríamos hienas ou então somos mestres na arte do "deixa pra lá".

Tudo bem, dei um exemplo extremo, comecei falando de Twitter, MSN e terminei num trem da Central. Mas um exemplo assim, mais "vivo" faz a gente visualizar melhor a coisa.

O equivalente ao cara do churrasquinho com cerveja quente aí de cima é o sujeito de búzios, ou aquela garota que parcelou uma viagem na CVC em 24 vezes, gasta o salário inteiro em bebidas e boates, vivendo dura e p*! da vida por isso, mas aparece na internet pros "amigos" como se fosse a Lolita Pille tropical.

É trabalhar de vendedor em loja de roupas e fazer um cartão dizendo que é "consultor corporativo de moda e vestuário".

Nada demais em se vender mais bem na fita, mas putz, tente não exagerar...

Foi pra um batizado chato pra c*, com sua família que não se dá uns com os outros e ainda por cima teve que encarar uma coxinha de galinha fria e tubaína quente? Nada! Estava em um "evento familiar, com meus primos que não via a muito tempo, comendo e bebendo muito".

Trabalha num lugar que te paga mal e o patrão vive pegando no seu pé? Coisa nenhuma! Você atua em uma empresa com um "salário de expansão potencial projetada e um superior hierárquico que conhece seu talento e por isso exige muito de você".

Vive caindo na porrada com o namorado(a), passam o final de semana enfurnados em casa discutindo relação e usando o tempo que sobra em DVD (deita, vira e dorme)? Vai falar isso pra "galera" do Twitter e do MSN? Lógico que não! Vocês tem uma relação "intensa" e passaram o final de semana inteiro juntinhos em casa, curtindo um papo e assistindo DVD (aí sim, o Digital Video Disc).

Poderia citar um monte de exemplos aqui, mas não vejo necessidade, com certeza você que me lê conhece vários deles.

Resolvi falar sobre esse assunto porque ele rende muitas gargalhadas e "teoridas de botequim". Inclusive eu e um dos meus melhores amigos sempre conversamos bastante sobre essa "ditadura da felicidade" que te obriga a ser feliz mesmo sem que você esteja particularmente radiante naquele momento.

Eu e ele combinamos de nunca faltarmos com a verdade nessas horas e de um jamais se chocar um com o outro por isso. É engraçado depois que a gente acostuma quando perguntamos pra um amigo "E ai?" e ele solta um libertador "O dia hoje está uma belíssima bosta!".

Entendam que não defendo aqui a necessidade de vivermos tristes, insatisfeitos, nada disso, apenas o direito de, quando assim o estivermos, não precisarmos usar pancake até nas conversas.

Está irado com o chefe? Pau da vida com seu salário? Brigou com o namorado? Levou um chifre? Viajou e achou que fosse um girino na volta de tanta chuva que pegou? Tá com medo da gripe suína?Seu Blackberry caiu, despedaçou, virou a Amy Winehouse e você vai ter que comprar um novo?

Relaxe, tudo passa, mas experimente não esconder que você está meio "chateado (a)" com isso.

Afinal, ninguém pode ser feliz o tempo todo sem ser falso, área VIP de quintal geralmente é um canil, quando for viajar e quiser colocar fotos no Orkut o Ceará tem seguro contra chuva e finalmente, todo mundo se ferra, lembre-se: Hugh Grant, Madonna, e outros famosos e glamourosos tem seus momentos de mico e derrota e que, de perto, ninguém é normal.

Academia? Leia antes de usar

Postado em 21 de ago. de 2009 / Por Marcus Vinicius 6 Comentários

Um dia desses eu estava na academia e vi um casalzinho transformando o cross over em marquise de mendigos, sabe como é?Eles ficam ali se beijando, transando na rua com as pessoas passando como se não houvesse amanhã.

OK, os pombinhos não transaram, talvez porque estivessem usando a academia só para as preliminares, mas pensei logo que aquilo "não era de bom tom". Daí a elaborar um conjunto de comportamentos estereotipados que são o mico in totum não foi difícil (quem frequenta academia sabe).

As regrinhas viraram uma sequência de posts no Twitter e renderam boas risadas. Como a limitação de 140 caracteres é meio (meio?) castradora, resolvi fazer este post, com o incentivo do (da?) Pirulito de Banana (vamos combinar?Fica muito estranho se referir a alguém com esse apelido), então lá vai:

Regrinhas básicas de etiqueta para quando você resolve largar a preguiça de lado e ir ao "gym":
  1. Como seria óbvio, o primeiro conselho é: Ficar beijando, se esfregando e/ou fazendo exame ginecológico/urológico com a(o)namorada(o) não é bonito.
  2. Não existe "metrosexual", isso é coisa de Laura de Vison presa no armário, então, ficar se olhando no espelho como se seu sonho de consumo fosse um sósia inflável é auto-viadagem, evite.
  3. Se te sobram banhas demais,experimente não usar tecido de menos. Eu sei que você gastou um dinheirão comprando aquele conjunto estiloso na lojinha da academia, mas lembre-se: se ao usa-lo algo balançar demais, pular demais ou esticar demais, fica feio e meio que choca quem olha.
  4. Agora um ponto nevrálgico da convivência em academias: os reprodutores de mp3. Aquilo vem com um fone de ouvido, certo? Vem de fábrica assim por um motivo: para que só você ouça o que está tocando. Colocar seu som predileto no iPod e cantar mais alto que os fones que estão no seu ouvido é chato, incomoda e te faz pagar um certo mico. Celulares com alto-falantes e músicas funk/axé incluem-se nesse quesito.
  5. Abadá já é um erro desde a tecelagem do pano que faz aquele treco. Aquilo não é roupa, é ingresso e atestado de mau-gosto. Mas já que você não tem apreço pelo estilo, por boa música e não se importa em trocar saliva com milhares de outros axezeiros em beijos cruzados, pelo menos evite ir com aquela coisa para a academia. Acredite: não fica legal.
  6. Se o seu "colega" está levantando 100 quilos no supino talvez não seja uma boa hora para fazer piadinhas com ele, puxar assunto ou desviar a atenção do cara. Lembre-se: ele não te admirará mais porque se machucou com uma barra caindo na testa.
  7. Eu sei que academias são cheias de gostosas, que você adoraria ser o "cara dos sonhos" delas. Também estou ciente que essas gatas de academia gostam mesmo é de sujeitos estilo remador de porta-aviões, mas não tente impressiona-la colocando mais peso do que você aguenta. Primeiro porque a única coisa que irá crescer será seu saco rendido, depois porque um sujeito estatelado no chão, cheio de anilhas em cima e com a cueca aparecendo não é exatamente uma visão sexy. Evite ser personagem de um quadro desses.
  8. Troque de roupa de um dia para o outro. É isso mesmo! Usar a mesma camisa a semana inteira é nojento. Sei que o Stallone e o Van Damme não aparecem lavando roupa nos filmes, mas na vida real suor fede e ainda que você não sinta o seu próprio "kefe", creia em mim: os outros sentem.
  9. Se você é aquela moça voluptuosa e seus amigos dizem na sua cara que você é gostosa, e a sua forma física se assemelha à daquelas modelos de folhinha de borracharia e você não deseja ser encarada ou escorregar em poças de baba, procure não ir malhar com aquela calça de ginástica que a sua irmã de 12 anos usa pra fazer educação física no colégio. Vai por mim: facilitará o processo de fugir das cantadas de pedreiro e olhares de serial killer.
  10. Por falar nisso, cantada de pedreiro na academia merece uma anilha de 35kg enterrada na testa.
  11. Eu sei que tal qual o artista que vai até onde o povo está, olhos masculinos caminham sozinhos na direção de um belo derriere, mas que tal ser um pouco discreto e não pular praticamente dentro do cofrinho da moça que faz agachamento na sua frente? Olhe, mas faça de conta que a sua namorada está por perto, ou seja, disfarce!
  12. Tente não bancar o "amigão" e evite chamar aquele cara que você não conhece de "frango". Não se esqueça: o frango pode não ter senso de humor e, ao invés disso, possuir um 38, pegar o milho e te dar um pipoco.
  13. Terminou de treinar? Vai pra casa! Academia não é clube e se você quer "falar sobre a sua vida" lembre que os psicólogos também precisam alimentar a família.
  14. Se não aguenta o peso, diminua. É hilário ver uma pessoa fazendo supino e outra fazendo rosca biceps ao mesmo tempo, só pra ajudar o "colega" a levantar um peso que ele não aguenta. A máxima é: não aguenta? vai fazer balé!
  15. Finalizando: personal é o c*! Não é porque você paga rios de dinheiro para ter uma babá na academia que te dá o direito de furar fila nos exercícios, desarrumar os pesos dos outros e agir como se fosse a Madonna no seu "gym" particular. A maioria das pessoas não diz nada mas intimamente estarão desejando que você se...bem, você entendeu.
É isso, espero ter contribuido para uma convivência melhor entre os marombeiros habituais e ocasionais de todo o mundo, e lembrem-se: aceito mais sugestões para a listinha, pode falar aí!

Mudança

Postado em 19 de ago. de 2009 / Por Marcus Vinicius 1 Comentário

Tenho vários assuntos de interesse, mas nenhum deles individualmente serve para me definir. Sou política, poesia, futebol. Sou geek, sou nerd, sou badboy, sou ranzinza e mal-humorado. Sou apaixonado e apaixonadamente irado com certas coisas.

Quando resolvi fazer meu primeiro blog, queria apenas organizar poesias e textos que tinha perdidos pelo meu computador. Daí quis falar de política e surgiu o À Margem do Gado.

Minha teimosia e necessidade de remar contra a correnteza (daí o nome deste blog) me fizeram nascer carioca e escolher ser palmeirense. O Palmeiras não foi influência familiar e nem mesmo de época (já que nasci e vivi quase o tempo todo na "fila" de títulos) e sim de outra escolha.

A mesma escolha que facilitou com que eu me apaixonasse pelo futebol argentino, pelo Boca Juniors e sua hichada. Sou Palmeirense antes e acima de tudo, mas adoro passear por La Boca e torcer e vibrar nas Plateas da Bombonera.

Exigente, reclamão e cornereiro assumido, criei o Platea Alta aonde cornetava forte o Palmeiras e falava de esportes quando conseguia.

Tenho ainda um Flickr e escrevo diaria e compulsivamente no Twitter.

Convenhamos, é conteúdo pulverizado demais para dar atenção devida.

Por isso resolvi criar este blog, que batizei de "Contra a Correnteza". Eu queria "Contra Corrente", mas algum salafrário registrou esse nome em 2001 só para nunca mais usa-lo, mas a idéia permanece: alguém que se recusa terminantemente a caminhar junto ao lugar-comum, ao "senso comum", ainda que por isso colecione antipatias vida afora.

O Contra Correnteza é o resumo de tudo que penso e escrevo, com a variedade dos assuntos que me interessam, seja política, esportes, viagens, fotografia, gadgets entre outros, sempre com a minha visão batizada a muito suco de limão do mundo.

Quem ler, verá.



 
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