Cotas: poço de polêmicas, fonte de aproveitadores

Postado em 10 de mar. de 2010 / Por Marcus Vinicius

O Senador Demóstenes Torres (DEM-GO) falou no STF contra as cotas raciais. Disse coisas que qualquer pessoa sem quebra-molas nas sinapses compreenderia perfeitamente. Disse que reinos africanos também possuíam escravos, que nem todas as relações inter-raciais durante a escravatura eram estupros e que brancos pobres ficam desassistidos quando se adota um critério racial para beneficiar um grupo étnico com vagas em universidades.

Só que os ditos "Movimentos Sociais", leiam-se amontoados de gente doida por verba pública e boquinhas, com raras exceções, não tem apenas quebra-molas, eles possuem verdadeiros muros de Berlim nas suas sinapses, impedindo-os de enxergar um palmo além das suas cartilhas.

Vamos ser honestos: a defesa do sistema de cotas, feita de forma truculenta e objetivando difamar, destruir e eliminar do debate qualquer opositor é a defesa de um dogma e de interesses específicos.

Movimentos sociais defendem isso porque faz parte de um "big picture" que contará também com "controle social da imprensa" e "comissões da verdade".

Os beneficiados, leia-se alguns negros, defendem porque isso os permite conseguir uma vaga tirando quase metade da nota que os demais.

Alguns políticos como o ministro da "igualdade" racial Edson Santos (carreira política dedicada a questões raciais e defesa de ocupações em favelas) defendem porque sua poupança de votos encontra-se depositada nesta conta.

Qual a diferença dessa gente para quem se opõe às cotas? Simples: são organizados, são histriônicos e contam com um sentimento poderosíssimo ao seu lado: a culpa.

As pessoas têm horror de serem chamadas de racistas, afinal, negros sofreram mesmo mais do que bolacha em boca de velho durante a história do Brasil.

E eles se aproveitam disso, distorcendo e amedrontando aqueles que desejam na prática o que esse pessoal prega no seu discurso furado: igualdade racial.

E igualdade pressupõe que numa nação miscigenada como é o Brasil, negros, brancos e índios são atingidos pela pobreza da mesma forma e que uma cota social atingirá proporcionalmente as parcelas da população de cada etnia de forma homogênea.

Mas quem disse que movimento social é feito para promover pensamento, debate ou entendimento? São tropas de choque, tal qual os delinquentes do MST, que querem, desejam, anseiam pelo conflito porque de outra forma, qual a razão de existirem?

Num ambiente de paz, igualdade e distensão social, qual o objetivo e a utilidade daquela turma de turbante, camisas vermelhas, bandeiras e picaretas nas mãos?

Mas é mais fácil um governante distribuir vagas para um punhado de negros, o que faz um estardalhaço danado e o coloca do lado "social" da questão, do que enfrentar o verdadeiro problema que é a educação de péssima qualidade que é oferecida no Brasil.

E isso cria a curiosa situação onde as pessoas que defendem que não existe diferença de raças e que as oportunidades devem ser iguais para todos é que são taxadas de racistas.

Reinaldo Azevedo vem constantemente falando disso, de reportagens que distorcem a realidade e tentam a todo custo ajudar esses movimentos sociais a ganhar a simpatia do leitor.

O professor Demétrio Magnoli também fala disso bastante e por isso os dois merecem ataques de todo lado, desde Élio Gáspari com sua pena claudicante, até a "musa" das ONGs Laura Capiglione.

Tenho evitado falar disso, porque sei que só causa confusão e no fundo ninguém está aberto a mudar de idéia, mas dessa vez eu precisei falar do assunto.

Isso porque li esse texto, de Leandro Fortes, que chamava a Folha de São Paulo às falas por ter publicado este outro texto do prof. Magnoli em que ele chamava os jornalistas Laura Capiglione (sempre ela) e Lucas Ferraz de delinquentes por distorcer a fala do senador Demóstenes.

Nos comentários deste e de outros blogs que replicaram o texto, chamou a atenção a generalização. Para aquela gente, toda pessoa contrária às cotas é racista, negacionista, insensível, corrupta e "deprimente".

Deprimente aliás é uma boa palavra para usarmos nesse debate sobre cotas.

Mas na minha opinião, deprimente mesmo é ver repórteres distorcendo o que o senador Demóstenes falou, para enganar os leitores e ganhar no grito a perpetuação dessa política de cotas raciais, que é a coisa mais vagabunda que existe no Brasil.

Sempre que converso sobre o assunto a maioria das pessoas se diz contra cotas raciais, inclusive negros. Mas um dos grandes problemas do militante esquerdopata é que ele acredita saber mais o que o "povo" deseja do que o próprio povo, e aí sempre que podem empurram goela abaixo deste as suas medidas de exceção, as suas práticas de colocar cidadão contra cidadão.

Reinaldo Azevedo, sempre ele, diz com muita propriedade que as esquerdas quando não estão se fazendo de vítima é porque estão fazendo vítimas. E o sistema de cotas é mais uma vitimização de quem perde duplamente, na vala comum da pobreza e depois, nos tribunais raciais que definem quem merece ou não uma vaga em universidade pública.

Mas infelizmente a imprensa e a internet estão recheadas de aproveitadores, gente que quer a todo custo um soldo, uma boquinha pra defender essas baboseiras que o PT e esses movimentos sociais promovem.

Tudo não passa da busca mais capitalista possível pelo dinheirinho fácil, como as verbas públicas que supostamente foram gastas nessa campanha difamatória e mistificadora contra a ação do DEM que só diz o que é óbvio: que a pobreza no Brasil não tem cor.

Mas e daí, não é mesmo? Organizados são eles, os vagabundos que defendem comissões da verdade e tribunais raciais em universidades.

Só me resta prestar minha quase solitária solidariedade e dar meus parabéns ao professor Demétrio, por ter dado nome aos bois que, claro, vão mugir reclamando.

26 Comentários:

Unknown postou 10 de março de 2010 às 05:12

Um jogo de cartas marcadas onde se propõe um debate hipotético,sendo que no final,faz-se apenas o que convém a "eles".
Como já disse outras vezes,independente do critério para as cotas,a única coisa que deveria se levada em conta é o que a pessoa sabe,e não a cor da sua pele,religião,lugar de origem.Querem dar chance aos menos favorecidos financeiramente?Vão ver quanta gente está em universidades públicas tendo dinheiro de sobra pra pagar.Isso sim está errado!

Isabel postou 10 de março de 2010 às 05:35

Sua solidariedade não é solitária. :)
Como vc disse, essa política de cotas raciais é a coisa mais vagabunda que existe no Brasil, e os negros que se prezem deveriam rejeitá-la. O Edson Santos é daqueles políticos de uma causa só (uma causa que obviamente tenha ligação com ele, afinal pra que lutar por uma causa que defenda outro grupo que não o seu?). Enfim, essa política de cotas é uma verdadeira VERGONHA.
Um beijo.

Unknown postou 10 de março de 2010 às 05:45

Sou totalmente contra cota raciais, não é a cor da pessoa que designa a inteligência dela...

engdanni postou 10 de março de 2010 às 05:52

No meu curso de Engenhraia no Paraná, um aluno negro que passou (sem cota) sofreu preconceito não por ser negro, por julgarem sua presença pela cota. Aliás seu apelido durante um ano foi de Calouro Cota, mesmo ele insistindo que tinha passado regularmente. Como fica essa situação? A discriminação vai continuar sempre, principalmente no Sul. A amioria dos que entram por cota não conseguem passar do segundo ano, pois exige uma formação básica forte. Porque não fazer então cota para quem estudou a vida toda em escola pública, independente da cor?

SophiaJones postou 10 de março de 2010 às 05:58

Sou totalmente contra. Se eu fosse negra teria vergonha de ser beneficiada por uma cota. Seria o mesmo que admitir que alguém é intelectualente inferior por causa da cor da pele. Tem vagabundo que não estuda em toda as raças: brancos, negros, asiáticos.. E existe inteligencia em todas as pessoas. Quem tem força de vontade chega lá.
Questões financieras? também tem muito branco que não tem condições financeiras de estudar em escola particular. Na minha opnião, é a maior manifestação de racismo que pode existir. E nada de racismo velado, é racismo escancarado.
Afinal, somos todos iguais ou não?

Lucia Valle postou 10 de março de 2010 às 06:39

Oi, Motta, estou na Educação há 19 anos e vou tentar dar uma opinião de quem está de "dentro" da coisa, não é? Bem, pra começar isso tudo é um absurdo de um sistema educacional falido que tenta mascarar sua PÉSSIMA qualidade do ensino público. Fico envergonhada quando um aluno se matricula, desaparece por nove meses e depois aparece dizendo que tem que ser reprovado de todo jeito porque a Lei manda. Seja ele preto ou branco. E ele está certo: a Lei manda.
Agora, vamos às cotas: o filho de Pelé, por exemplo, é negro ou pardo. Se não estudou foi porque não quis, pois teve oportunidade (falo como exemplo, não sei nem se ele tem filhos). E entraria nas cotas tranquilamente, na frente de um "branco" que mora na favela, trabalha o dia todo e estuda à noite e tira o dobro da nota do primeiro. Isso é justiça social? Querem fazer justiça? Parem com esses programas assistencialistas que só servem pra mães viciadas comprarem drogas e dêem uma educação de qualidade ao povo, com oportunidades iguais para todos: quem não quiser estudar, será um opção de vida, mas não porque teve de trabalhar logo cedo e sustentar uma família enorme. Isso tudo é palhaçada!!
@LuciaValle

Isabel postou 10 de março de 2010 às 06:46

Só pra completar: também acho complicada a questão de cotas sociais, pois como o engdanni citou acima, é preciso uma boa base de formação pra acompanhar o ensino universitário, e quem não tem não chega nem no segundo ano. Todos devem ter direito à educação superior, independente de terem ou não condições de pagar uma universidade. A única solução DECENTE pro problema é melhorar o ensino médio público, para todos terem condições iguais de disputa, independente da cor e do nível social, e acabar com essa política de cotas.

Taurus postou 10 de março de 2010 às 06:54

Citando o que disse o historiador Manolo Florentino (talvez o único que tenha feito um estudo sistemático sobre o tráfico de escravos- e que é contra as cotas) no Jornal do Brasil, caderno idéias, no dia 21/7/2001:

”Somente 1% dos 10 milhões de escravos enviados à América foram capturados diretamente por europeus. O grosso veio de guerras internas, que tiveram como subproduto a venda dos subjugados para a América”

Paloma postou 10 de março de 2010 às 07:24

Sou totalmente CONTRA as cotas.
O governo teta suprir a sua insuficiencia atravez das costas, onde na verdade eles deveriam investir na Educação Pública, o que geraria uma concorrencia justa nos vestibulares, o que não prejudicaria os demais estudantes.

Tuca Delarosa postou 10 de março de 2010 às 07:24

Um país que prega sermos todos iguais ser o primeiro a desrespeitar tal citação. País de todos?? ...balela. País que discrima, que joga brasileiro contra brasileiro. Deviam processar o governo, isso sim, todos os cidadãos...em massa.
Meu avô era mameluco, minha avó era índia...cadê minha cota?? heim? heim?
...nem queria.

Renato postou 10 de março de 2010 às 07:35

Concordo integralmente com vc! O Sen. Demóstenes Torres tem se revelado um dos únicos representantes da maioria pensante neste país.
E o Demétrio Magnoli tem um excelente livro sobre a questão racial que merece a leitura.

Rafael Brown postou 10 de março de 2010 às 09:09

Vale lembrar que, o argumento que a escravidão supostamente já existia pré chegada dos europeu nas costas africanas não pode ser válido para justificar a marginalização academica da raça negra. Cotas não estão aí para melhorar o ensino básico, não é esse o objetivo delas. Objetivo é o ingresso no sistema público de universidades por parte de populaçao sistematicamente marginalizada. Nessa entrevista http://rafaelbrown.blogspot.com/2010/03/uma-questao-de-justica-social.html um jurista fala um pouco sobre as cotas.
Lembrar que racista e hipócrita é viver nessa lenda de que todos somos iguais. Não somos ainda, o negro é sim tratado de forma diferente no Brasil, tanto para arrumar emprego, salários, estudos e pasmem até para conseguir se casar. Salientar também que a maioria dos PHDs ou PHDeuses do Brasil também são formados por políticas de cotas em universidades estrangeiras. Quem for morador da Bahia por favor se puder visite a universidade e veja se o que se vê dentro da universidade é a realidade da população baiana.

Unknown postou 10 de março de 2010 às 09:14

Preconceito nao tira raciocionio. Nao sou branco, estou estudando para entrar na Unicamp e eu vou conseguir.

O que deveria ser feito eh investir no ensino para que TODAS as pessoas tenham acesso ao ensino superior. Prq todos sabemos que ensino fundamental e medio eh o esforco para aprender a escrever em um caderno e passar de ano. Faça qualquer cursinho para ver a diferenca.


Nao basta simplesmente dar vantagem a etnias diferentes. Afinal, sofreram todos muitos anos atras, e hoje muitas conquistas foram realizadas.

Apesar disto tudo, dar vantagem a etnias passa a ser um outro preconceito.

Se somos todos iguais perante a lei,

Aonde esta a igualdade?

Igualdade nao eh dar vantagem a uma etnia.

Igualdade eh fazer com que ela tenhas os mesmos direitos que nos.

Hilton Neves postou 10 de março de 2010 às 09:23

Sou contra.
Fui pró quando estive na UFMG, embalado pelo discurso da reparação que circulava na Fafich.
Daí com alguns anos ponderei melhor a questão.

Putz! Minha lentidão faz corar um 286...Há alguns meses leio o Tio Rei mencionar a Laura Capiglione e só agora percebi ser ironicamente que ele a chamava de Musa.

mvsmotta postou 10 de março de 2010 às 09:24

"racista e hipócrita é viver nessa lenda de que todos somos iguais"

Como perceberam, para os "militantes", negro é inferior.

Abs

Marcus

Letícia Silva postou 10 de março de 2010 às 09:57

Olá rapaz! Concordo plenamente com: "eles possuem verdadeiros muros de Berlim nas suas sinapses, impedindo-os de enxergar um palmo além das suas cartilhas" (isso não só em relação às cotas, mas sobre diversos assuntos!). É fato. Ainda tenho muitas questões, contudo, sobre como resolver hoje o problema da desigualdade na educação. Trocando em miúdos, pergunto: deixa tudo como está mesmo? O pessoal já teve uma educação básica ruim e agora 'já era'? Essas são as minhas dúvidas: o que pode ser feito, HOJE, para a nossa geração.O que vc tem a dizer sobre isso?
Abraços!

Unknown postou 10 de março de 2010 às 12:21

Pra mim...

Isso é puro racismo!

MassaG postou 10 de março de 2010 às 12:32

Sou favorável às ações afirmativas, em geral, e especificamente quanto às cotas, por uma série de fatores.
O primeiro, e mais importante, é que, conforme o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello expôs no texto "ÓPTICA CONSTITUCIONAL A IGUALDADE E AS AÇÕES AFIRMATIVAS", apenas 2% dos egressos de universidades, no Brasil, são negros.
Ou seja, não é a pobreza que impede o acesso às universidades, porque pobres brancos conseguem, em grande número, frequentar universidades.
Em segundo lugar, a implementação de cotas não é capricho politiqueiro, porque a implementação de ações afirmativas é plano definido pela ONU como forma de expansão dos Direitos Humanos, em âmbito global.
Por fim, resta deixar claro que não consiste em violação do direito à igualdade a implementação de ações afirmativas, desde que sejam temporárias, e visem à minoração de desigualdades. E seria canalhice alegar que não há racismo no nosso país.

Um abraço.

@MassaG

MassaG postou 10 de março de 2010 às 12:39

PS.: alguns comentários deixam entender que ser favorável ás cotas significa abscência de intelecto.
Pois bem, então temos pelo menos três imbecis no Supremo Tribunal Federal: Marco Aurélio de Mello, Joaquim Barbosa e Carmem Lúcia, únicos que já emitiram parecer acerca desse tema.

Unknown postou 10 de março de 2010 às 12:39

“E o sistema de cotas é mais uma vitimização de quem perde duplamente, na vala comum da pobreza e depois, nos tribunais raciais que definem quem merece ou não uma vaga em universidade pública.”

Concordo plenamente! Até porque eu vivo o drama de quem é prejudicado pelas cotas.

Na ufg 20% das vagas (isso porque estão querendo aumentar pra 40% este ano)são destinadas a cotistas.

Além disso, o ponto de corte dos cotistas é a metade do ponte de corte dos alunos do sistema universal.

Ex: O ponto de corte pra medicina aqui varia entre 65/68, para um cotista míseros 33/34 pontos é suficiente para passar em medicina. Pense então nos outros cursos que o ponto de corte é mais baixo, como publicidade, por exemplo, que o ponte de corte é 44/46 para um cotista isso se torna 22/23 pontos, um absurdo!
Fora que nem sempre o número de cotistas é suficiente para preencher os 20% de vagas.

No vestibular 2010-1 no curso de psicologia sobraram 6 vagas destinadas a cotistas, vagas que não são preenchidas.

Isso é reflexo de um sistema de educação vergonhoso! Ao invés do governo resolver o problema pela raiz investindo em educação, eles tomam medidas paliativas como esta.

josi postou 10 de março de 2010 às 12:47

provavelmente, o mentor desta ideia das cotas foi um negão que demorou séculos pra passar no vestibular, se é que passou. ficou com raivinha, decidiu virar político (coisa que não é lá mto difícil), maquinou a lei e... touché! paunocu dos 'branquelos'.

falando sério, é uma PATIFARIA! cotas raciais... minha tataravó era negona, então tbém posso, não é? ¬¬

Danilo B. postou 10 de março de 2010 às 12:47

A cota só serve pra uma coisa: virar piada.

Eu mesmo vivo zoando meus amigos negros com esse lance de "cota mínima". Eles levam numa boa, mas provavelmente alguém ue não me conhece me chamaria de racista.

Eu sou a favor da cota para pobres, independente da cor.

Hilton Neves postou 10 de março de 2010 às 13:28

É um problema no qual fiquei uns 4 anos sem pensar, também porque ele nunca me afetou diretamente, então fiquei meio insensível pra coisa.

Liguei a televisão e lembrei da NBA. Os craques de lá não ganham bolsa nas Universidades?

Lembrei também duma idéia que li outro dia no Twitter do Sen. Cristovam Buarque. Ele defende que os filhos de políticos estudem em escolas públicas, que assim força a rede a se qualificar.

SukaTsu postou 10 de março de 2010 às 14:33

Essa história toda porque decidiram garantir a igualdade, certo??? Mas no fundo, no fundo, o que eles querem é garantir que eles sejam mais iguais que os outros!!!
Me ralei toda prá bancar uma excelente escola particular pro meu filho, onde ele conseguiu desconto de 40% na mensalidade porque era bom aluno. O resultado disso é que hoje ele não pode ser beneficiado por nenhum, NENHUM dos programas governamentais porque não estudou em escola pública!!!
Apesar de ser branco e de classe média ele não é tão igual quanto os beneficiados pelo sistema de cotas...

MarciaPsy postou 10 de março de 2010 às 14:37

Para mim tudo q separa, dá vantagens, é uma forma de discriminar, seja p o bem ou não, o resultado final nunca é positivo. Como dizer q um negro rico tem mais chances do q um branco pobre? Sou contra. Acho q se as leis existentes fossem seguidas a risca, não haveria necessidade de separações. Se o colegio publico fosse tao bom qto era na minha epoca de infancia, os brancos pobres tb teriam suas oportunidades. Cotas não favorecem classes menos favorecidas, favorecem uma parte da população, independente de sua classe social.

Unknown postou 13 de março de 2010 às 12:56

Racismos

Critiquei o sistema de cotas raciais antes mesmo que fosse adotado no país. Sempre me pareceu que a questão era conduzida com autoritarismo e mistificações, por parte de defensores e adversários. Políticas compensatórias deveriam objetivar a diminuição das desigualdades, nada mais. Inserir um diferencial étnico destrói esse espírito, principalmente onde os afro-descendentes representam a maioria da população.
É perigoso abraçar o revanchismo histórico: todo radical possui algo de justiceiro. Basta lembrar, por exemplo, como os nazistas usaram a derrota na I Guerra e como o expansionismo israelense usa o Holocausto para justificar seus respectivos abusos. Podemos obrigar as gerações atuais a corrigir os erros de seus antepassados? Devemos cobrar o mesmo de Portugal, e nossos vizinhos da Espanha? Como satisfazer, daqui a séculos, quem responsabilizar as empresas transnacionais pelos males do mundo?
As cotas serão endossadas pelo STF. Claro, será melhor assim, seus benefícios suplantam qualquer obstáculo teórico. Mas os protagonistas deste importante momento de reconstrução democrática poderiam deixar um legado menos maniqueísta e, enfim, “racial” para as sociedades futuras.

 
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