Seu comportamento na internet possivelmente ainda queimará seu filme

Postado em 25 de ago. de 2010 / Por Marcus Vinicius

O presidente do Google advertiu recentemente que muitos jovens poderão precisar mudar seus nomes para apagar os rastros de sua vida virtual pregressa. Seria quase como ter dois CPFs, entrar para um programa de proteção à testemunhas ou ser laranja de si mesmo.

Tudo isso por conta do comportamento que algumas pessoas exibem na internet e também pela quantidade massiva de dados pessoais que elas inserem em redes sociais e sites de relacionamento. É tanta informação espalhada por aí que não é difícil imaginar que qualquer um pode achar quase qualquer pessoa, precisando para isso apenas acesso à internet e alguns pouquíssimos dados dela. O resto do trabalho é feito pelos Orkuts, Facebooks, Twitters, FourSquares da vida.

Nem estou falando de vinganças de ex-namorados colocando fotos da pessoa nua ou de mocinhas desinibidas publicando sex-tapes para entrar no próximo BBB, mas de coisas mais prosaicas como publicar fotos da família, divulgar hábitos, preferências e até mesmo a localização exata num mapa, através desses programas que parecem feitos sob medida para stalkers e serial killers como o FourSquares.


Também acho que muita gente vai querer apagar o seu comportamento virtual. Sabe como é, brigões de Orkut, trolls de Twitter, imbecilizados de toda a espécie que formam algo em torno de 90% do internauta médio - e acho que estou sendo generoso nessa porcentagem - algum dia podem precisar se livrar do seu rastro de estrume virtual, espalhado com a mesma dedicação das vaquinhas no campo.

Dizem que empresas pesquisam os candidatos às suas vagas através da internet, pra ver o que dizem e o que fazem por aí. Não sei se isso é 100% verdade, se é mito ou se é algo que até acontece mas que não é tão determinante assim, porque vou confessar: se as empresas fizerem isso à risca mesmo, acho que o desemprego bate no teto, porque vai ser difícil alguém ser contratado.

Um problema é que algumas pessoas parecem meio incorrigíveis e talvez acabem mudando de nome duas, três, dez vezes para tentar apagar tanto arquivo incinerador de filme.

Outro problema é a identidade que possivelmente escolherão, porque a quantidade de gente que adora mimetizar o comportamento de personagens de filmes e da TV talvez crie uma chuva de gente com nomes esquisitos.

Iremos num dentista chamado Gregory House, num advogado chamado Hank Moody, cortaremos cabelo com uma Meredith Grey e teremos aula de física com uns 200 Sheldons Cooper.

9 Comentários:

Ana Luh postou 25 de agosto de 2010 às 09:57

é como eu sempre digo... Bom senso nunca é demais!!!

material girl postou 25 de agosto de 2010 às 10:11

Procuro ao máximo preservar meus dados e família na web. Já tive orkut, mas me senti mal, parte daquilo ali tornou-se um açougue, com carne exposta pra quem quiser ver, cansei de brincar, desfiz.

Uso nickname há vários anos, e nem por isso deixei de conhecer várias pessoas interessantes, algumas até fazem parte hj da minha vida pessoal. Muitos estão perdendo a noção em busca da fama, ser visto, e não sei até onde isso pode ser benéfico, a não ser que a imagem faça parte do contexto profissional.

Por enquanto, me sinto confortável "escondidinha", rs.

Adoro o blog, parabéns!

Derf Walrus postou 25 de agosto de 2010 às 10:12

Acho que nem mudando de nome. Gente estúpida é incorrigível.

Isabel postou 25 de agosto de 2010 às 10:14

Acabei de ver na TV uma matéria mais ou menos sobre isso que vc falou, mais especificamente sobre estarmos sempre vigiados por uma câmera e como no final tudo vai parar na internet. Era o caso da câmera de uma casa que flagrou uma senhora bem apessoada pegar um gato e tacar numa lata de lixo, na Inglaterra. O gato ficou umas 20 horas lá, até que ouviram os miados e o resgataram. Revoltados, olharam a gravação da câmera e viram a cena. Resultado: colocaram na internet para identificarem a vovozinha, o que não foi dificil de acontecer. Virou até caso de polícia. Ou seja: todo cuidado é pouco, não apenas no mundo virtual, mas até andando nas ruas! :)
Beijos

Anônimo postou 25 de agosto de 2010 às 10:49

Tem a questão do nivelamento: se todos se comportam como idiotas no mundo virtual, isso deve criar uma blindagem. Com o tempo, vai se desenvolver uma tolerância para os garotos que postaram sua bebedeira no You Tube, que fizeram parte da comunidade “Odeio Meu Trabalho”, por aí vai.
Claro: há os extremos, mas se vc faz parte de comunidades neonazistas, escreve frases racistas no twitter, sua história virtual é o menor dos seus problemas e sua inadequação não precisa da Internet para aflorar: em dois drinques vc entrega a estupidez.
Mas há algo grave por aí: A patrulha ideológica oficial, denunciada no blog do Reinaldo Azevedo (vide link)
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/leitores-eles-estao-de-olho-em-nos-e-nao-se-conforma-com-o-fato-de-existirmos-vamos-conversar-eu-preciso-lhes-dizer-algumas-coisas/
O governo, mais do que empresas, patrulha as pessoas.
E apreço pela liberdade de expressão não é exatamente uma das características do atual governo, que pelo andar da carruagem deve fazer sucessor.
Paranoia? Bem, como dizem, “paranoicos também têm inimigos reais”...

Anônimo postou 25 de agosto de 2010 às 11:19

Como diria Alfred E. Newman:
EU, ME PREOCUPAR?

Tuka Siqueira postou 25 de agosto de 2010 às 12:58

já dizia minha vó: "prudência e canja de galinha não fazem mal à ninguém." pena que ninguém esteja interessado em conselhos.

vinicius postou 26 de agosto de 2010 às 07:09

Brô. Te sigo no tuíter. Foi através dele que cheguei no seu texto.

Aliás, achei engraçado ler este seu texto. Já parou pra pensar que seu comportamento no twitter talvez, num futuro não tão distante, te comprometa também?

mvsmotta postou 26 de agosto de 2010 às 07:10

Já pensei. Não, não comprometerá.

Abs.

 
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