Me empresta um carregador?

Postado em 27 de set. de 2010 / Por Marcus Vinicius

Sou do tempo em que as únicas coisas que funcionavam depois das 22:00 eram latido de cachorro e padre para dar extrema-unção. Aliás, sou do tempo em que 22:00 horas ainda se chamava apenas 10 da noite.

Nesse tempo a inflação era galopante e as moedas valiam menos que as de 1 centavo de hoje, mas ainda assim usávamos porta-níqueis. Só que eles não portavam níqueis propriamente, e sim fichas de orelhão. Se você não viveu aquele tempo ou simplesmente faz questão de nem lembrar, eu recordo pra você: elas eram vendidas em cartelinhas de papel, pesavam mais do que uma moeda comum e volta e meia eram "engolidas" pelos telefones públicos, nos deixando sem ficha e nem ligação.

Faziam barulho no bolso e na bolsa e nunca estavam por perto quando precisávamos de uma.

Só que o tempo passou. Primeiro as fichas foram substituídas pelos cartões telefônicos e depois os cartões - que eram temáticos e viraram objeto de coleções, algumas caríssimas - foram substituídos pelos celulares, que praticamente decretaram a morte dos orelhões.

Mas não foi um parto simples esse. Os primeiros celulares eram uma espécie de maleta do tamanho de um telefone de mesa comum e só funcionavam em alguns bairros. As linhas custavam um dinheirão e até a privatização das teles, eram coisa "dazelite".


Conforme os aparelhos foram diminuindo, os preços também caíram e a popularização veio com força total. Hoje praticamente cada brasileiro tem um aparelho de celular.

Hoje os tempos mudaram tanto que a portabilidade numérica permitiu que sejamos pessimamente atendidos em todas as operadoras, sem discriminação.

Só que da maleta das primeiras linhas até os Smartphones de hoje, muita coisa passou. Era analógico e virou digital. Não tinha identificador de chamadas e passou a ter. Os aparelhos mais cobiçados no início eram sempre os menores, alguns chegavam a ser um pouco maiores do que uma caixa de fósforo. Nesse tempo, só serviam para "falar" e trocar torpedos mesmo.

Mas aí eles foram aumentando de novo, para comportar funções como tirar fotos, tocar músicas, receber sinal de rádios FM, navegar na internet, ver TV, servir como GPS, video-game, acessar redes sociais, enfim, tudo que um pequeno computador deve fazer.

E a despeito disso tudo continuamos aprisionados ao grande limitador desses tempos modernos: a energia.

Desde os horríveis celulares das primeiras gerações até o iPhone 4, somos obrigados a procurar uma tomada para carregar a bateria deles, senão perdemos contato com o resto do mundo.

Sei que melhorou bastante, já que antigamente precisávamos carregar baterias sobressalentes no bolso ou na bolsa, de tão rápido que elas se esgotavam, mas ainda assim toda a tecnologia não nos livrou da velha tomada. Nesse ponto, meu sonho de consumo é um celular que funcione como essas calculadoras de camelô, que carregam até com luz de lâmpadas.

Mas pensando bem, poderia ser pior, já pensou se tivesse que dar corda?

4 Comentários:

Luciana Muniz postou 27 de setembro de 2010 às 09:48

Muito boa a matéria, concerteza não vivo sem o meu carregado rsrsrs

Unknown postou 27 de setembro de 2010 às 10:04

Nossa, tá aí algo de que eu não tenho saudades.. FICHA! Putz, ô coisa ruim era aquilo ahahahaha!
Quanto à energia elétrica, é a mais pura verdade. Por mais tecnologia que temos, e não somente com celulares, internet, caixas eletrônicos, TV a cabo, a até mesmo o tão comum telefone de linha mesmo [hoje em dia digamos que no mínimo 90% das pessoas usam sem-fio], continuamos escravos dela: da energia elétrica ehehehehe....

Kilson postou 27 de setembro de 2010 às 14:02

http://info.abril.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/consorcio-aprova-carregador-celular-sem-fio-27072010-38.shl

O link acima mostra a nova tecnologia para garregar bateria de celular, que não terá mais fio e será por indução magnética.
Abraços

mvsmotta postou 27 de setembro de 2010 às 14:30

Kilson,

Coisa boa, hein?

Abs

 
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