Quem é você por trás do seu avatar?

Postado em 6 de jan. de 2011 / Por Marcus Vinicius

Por trás de cada sacada bem humorada, de cada piadinha cheia de timming, de cada verve irresistível, existe uma alma que deseja apenas um abraço.

Pode ser o aplauso de uma multidão, um texto repassado numa corrente de emails, um elogio no Twitter, mas depois do dinheiro e do poder, o que o ser humano mais adora e persegue loucamente é aprovação.

O tal "reconhecimento" da sociedade que vem na forma de ser considerado um bom vizinho, um colega de trabalho prestativo, um bom samaritano, tudo isso esconde um buraco negro chamado ego.

O problema é que esconde outras coisas também, como psicopatias, carências, frustrações, avarezas, taras, loucuras, manias.

Todo mundo é importante na internet. Duvida disso? Então pense que é difícil achar alguém no Orkut ou no Facebook com menos de 100 "amigos". No Twitter então, ter 500 seguidores é uma baba, quase todo mundo consegue.

Quer dizer, virtualmente seríamos todos vereadores de Varre e Sai, cidadezinha no Rio de Janeiro onde com 173 votos você se elege para a Câmara Municipal.

E não pense que a falta de um poder real ou econômico diminui a importância disso.


Delete um "amigo" do Orkut ou deixe de seguir alguém no Twitter e conheça alguns dos ataques de fúria e mágoa que isso pode originar. Não precisa acreditar em mim, puxe pela memória que certamente você vai lembrar de alguém que te interpelou perguntando algo como "porque você me deletou do seu Orkut?".

A coisa é levada tão a sério que existem aqueles que anunciam que vão deixar de seguir alguém em redes sociais, como uma espécie de comunicado à praça ou fato relevante:

"Vou dar unfollow em Fulano porque ele só fala sobre sua coleção de discos do Wando"

Agora pense rápido: poucas atitudes denotam mais carência do que isso, né? Imagino o sujeito dizendo uma coisa dessas e já rezando para que dali a alguns minutos o Fulano que deixou de ser seguido poste em algum álbum uma foto de joelhos, mãos postas e a legenda: por favor, eu imploro, não deixe de me seguir!

Só que tal qual quem faz a pergunta "posso te pedir alguma coisa?" jamais espera receber como resposta um simples "não", e como alguém que diz "gosto de quem fala a verdade", alguém que anuncia que vai deixar de seguir alguém em uma rede social jamais está preparado para um singelo "foda-se". E isto é um fato.

Negar para alguém a importância que ela jura que tem é o equivalente a um soco no estômago, ou melhor, a um tapa na cara.

E todas aquelas pessoas equilibradas, gente boa, concatenadas e maduras põem-se a falar mal de você, fazer bonecos de vodu e tentar resetar a senha do seu email, Twitter, Facebook e até do Sex Shop.

Tal qual aquele sujeito que vai num Mc Donald's e metralha todos os clientes só porque a atendente serviu uma Coca Zero ao invés da Light, temo pelo futuro da humanidade caso as rejeições virtuais tomem o mesmo caminho.

A moral da história é a seguinte: convém não irritar muita gente por aí, afinal, você nunca sabe se quem está por trás daquele avatar é o Jason, o Freddy ou Jack, o Estripador, que podem inclusive estar num mau dia, depois de terem sido recusados no Beautiful People.

7 Comentários:

MBSantiagoJr. postou 6 de janeiro de 2011 às 11:15

:: Eu já troquei minha conta de twitter algumas vezes, o que me fez cair de 500 para 92 seguidores - o que considero saudável.

Paradoxalmente, é um suicídio social já que networking é tudo ultimamente. Como achar equilíbrio entre minha vontade de ser achado apenas por amigos e a necessidade de estar bem conectado (coisa valorizada no meu ramo)?

A descobrir...

Manoela Macedo postou 6 de janeiro de 2011 às 11:28

Exatamente! Gosto muito de seus posts! :)

Unknown postou 6 de janeiro de 2011 às 16:15

Minha verdade é não querer bajuladores e muito menos seguidores. Adoro seguir gente que eu considero boa.
Ser boazinha para receber elogio não é mais a minha praia. Curto o perigo de ser rejeitada a cada minuto, mas tenho mais medo é do Chuck.
E tem mais, acho que sou assim por ter um ego exarcebado, além da necessidade extrema da liberdade de ação. Já bloqueei minha prima por causa do BBB e RC. Nunca mais me ligou rsrsrs Foda-se ela, pq quem trocou os telefones fui eu.
Tente me entender, nem eu consigo...
Boa pedida mostrar quem somos: eu, de boazinha para mazinha...
Bjs

Gustavo Ca postou 7 de janeiro de 2011 às 03:08

Redes sociais, use com moderação.

Ana Cristina Guedes postou 7 de janeiro de 2011 às 09:57

Um "conhecido" disse uma vez, todo orgulhoso, que tinha 7 mil amigos no orkut. Pensei: Ou o conceito de amizade (e amigos) mudou ou sou eu uma pessoa de poucos amigos.
Em tempos de internet, redes sociais, etc... é preciso saber separar bem as coisas.

Stocker.'. postou 13 de janeiro de 2011 às 07:03

Ufa. Já não estou mais preocupado por ter apenas 70 seguidores.
Post GENIAL!!

Fernanda Lizardo postou 14 de fevereiro de 2011 às 05:51

Muita gente não está preparado para o f***.-se. Nem na internet, nem na vida real.
Há mais ou menos um ano descobri a grande sacada que renovou tudo para mim: mudar de meio me faria mudar de vida. Me afastei por vontade própria de pessoas que não me faziam bem emocionalmente. Estava cansada de conviver com gente reclamona, sabe?
Mas não briguei, nem nada. Nem tampouco anunciei o "unfollow". Simplesmente fui cuidar da minha vida. Resultado: nunca vi tanta gente tão ofendida ao mesmo tempo...rs Engraçado isso. Em vez de pensar "Ah, ela não quer contato comigo? Beleza. Vou viver minha vida.", todo mundo caiu no abismo do "Quem ela pensa que é para me desprezar? Ela acha que sou um fracassado?"
Essa necessidade de aprovação nada mais é do que excesso de carência mais falta de serviço. E, sinceramente: não tenho paciência para isso. Muito menos nas redes sociais.

 
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