Homofóbico is the new racista

Postado em 24 de fev. de 2010 / Por Marcus Vinicius

Faz um tempo que eu publiquei aqui o texto "Maldita Inclusão Digital 2", e dizia lá que ainda falaria sobre essa nova praga que invade nossa sociedade já tão cheia delas, que é a acusação de "homofobia" feita contra qualquer coisa que se diga de uma pessoa que por acaso seja homossexual.

Eu mesmo já passei por isso no Twitter, quando um Zé Mané que ficava lendo tudo o que eu dizia pra me encher o saco depois decidiu que eu só briguei com ele pelo fato dele ser gay. A horda de ativistas e piqueteiros do ânus alheio se tomou de dores e passou alguns dias me atacando sem parar, até que desistiram (talvez para fazer ato de desagravo em outro lugar, contra outro suposto "homofóbico").

Ser ou não ser homossexual, longe de ser "doença" como crêem ignorantes ou pura "opção" como acreditam inocentes, está no mais íntimo dos íntimos de uma pessoa.

Especula-se que sejam fatores do ambiente que contribuem para a homossexualidade, outros dizem que pode ser até genético, mas o fato é que o "porque" não diz muito respeito a ninguém a não ser a própria pessoa e como preferência sexual individual, acho que isso não deve ser objeto de militância, como é lugar-comum atualmente.

Ouvi um gay dizer uma vez que acha ridículas essas passeatas, porque segundo ele seu "c* não é bandeira e nem faixa de protesto e o que ele faz diz respeito a ele e ao cara que estiver com ele".

Sei que pode parecer uma postura alienada, visto que é real a perseguição que homossexuais sofreram durante a história e ainda sofrem, com atitudes discriminatórias absurdas, mas o que era defesa de um direito à "orientação sexual" que é garantida por lei, virou um absurdo digno de um Torquemada Purpurinado.

Alguém afirmar, por exemplo, que acredita que muitos gays não o seriam se pudessem, é considerado absurdo, quando eu pessoalmente acho que isso é verdade, afinal, quem escolheria passar por tantos medos, inseguranças e perseguições se pudesse fazer o contrário?

Não achar bonito que um casal de homossexuais fique se pegando numa lanchonete de shopping center virou absurdo, como se não desse no mesmo condenar esse tipo de atitude caso tomada por um casal hétero.

Dizer que alguém que por acaso é homossexual é um grandissíssimo FDP, é considerado homofobia na hora, não importa que se além de homossexual, essa pessoa também seja realmente uma grandissíssima FDP.

É a aplicação colorida da Lei de Godwin, aquela que diz que quem "menciona nazismo primeiro numa discussão, é porque já a perdeu". Nesse caso, crio aqui a Lei de Motta, que diz que "quem acusa de homofobia primeiro durante uma discussão, pode ser até gay assumido, mas é um autoritário enrustido".

Veja esse BBB 10, por exemplo. Evito acompanhar, como sabem, mas a polêmica em torno do Marcelo Dourado mostra na prática isso que digo.

Segundo muito bem diz o artigo de Lele Siedschlag, coisas ditas e feitas por gays assumidos dentro da casa e que foram levadas "na boa", gerariam uma torrente de críticas histéricas caso fossem ditas pelo lutador.

E eu concordo plenamente. Imagina se o Dourado diz que "tem nojo de filmes homossexuais", como o militante gay Dicésar disse que tem de filmes héteros? Ou se falasse que somente "putas ordinárias" usam camisinha, como disse a Angélica?

Assim como ocorreu com o termo "raciiiiiissssssta!", que é cuspido toda vez que alguém critica a porca e famigerada política de cotas e privilégios que "ONGs Afro" pensam que tem direito (sem de fato ter), esse termo "homofóóóbico!" passou a servir de escudo e colchão de ar para proteger e blindar tudo que é absurdo dito e feito por e em nome de homossexuais.

É uma situação que vai pouco a pouco dando razão ao que disse uma vez Reinaldo Azevedo, que "o branco hétero é o novo negro".

Isso está se tornando uma verdade, assim como "homofófico" pouco a pouco vai se tornando o novo "racista".

*Título by @Pablo_Peixoto (ou não) :P

21 Comentários:

Anônimo postou 24 de fevereiro de 2010 às 07:40

Gostei... penso que várias minorias tem proteção, agora eu por exemplo, que sou branca, trabalhadora, pagadora de imposto etc, não possui nenhum tipo de proteção e estou exposta num mundo aonde eu sou tida como agressora...
Abs,
M.

@gabrielagmelo postou 24 de fevereiro de 2010 às 07:53

Muito bom o texto. O Brasil é realmente o país do recalque. E a cada dia isso fica mais claro.

@duarte_michelle postou 24 de fevereiro de 2010 às 08:29

Eu sou voce, de saia. Mas nunca torci pra Tessália. Não achei que ela representou bem as mães solteiras rs

Muito bem escrito o seu texto.

Parabéns.

Tonicão postou 24 de fevereiro de 2010 às 08:57

Tb tem um post no meu site falando sobre preconceitos.
Os gays não podem se sentir os únicos discriminados, mesmo porque não são. Vou colocar um depoimento engraçado lá de uma pessoa vítima de vários tipos de preconceitos.

Paulo Bono postou 24 de fevereiro de 2010 às 08:58

Concordo com tudo, Motta.
E torço pro Dourado.

abraço

.: Erunàmë :. postou 24 de fevereiro de 2010 às 08:58

Gostei mto do post.
Concordo plenamente com o que disse.

"disse uma vez Reinaldo Azevedo, que "o branco hétero é o novo negro".

Se pá tem mais homossexual preconceituoso do que hétero por ai.

Flw.

Mulherzinhas postou 24 de fevereiro de 2010 às 09:05

Mesmo não assistindo BBB o assunto está presente no twitter e nas rodas de amigos. E de certa forma se torna interessante para analisarmos o nosso comportamento...Bem legal seu post

Bjinhos

Isabel postou 24 de fevereiro de 2010 às 09:11

Concordo com o que diz sobre essa nova homofobia, mas acho que o assunto "BBB" tem estado excessivamente presente no seu blog. Já chega, né?
Bjs

Ellen postou 24 de fevereiro de 2010 às 09:24

O mais engraçado em tudo isso é que eles próprios acabam sendo homofobicos consigo mesmos. Falando que uma pessoa ou outra parou contato, brigou, falou merd*, isso ou aquilo pelo fato de ele ser homosexual e não pelo simples fato dele realmente ser um chato ou qualquer outra coisa.
Essa virou a nova desculpinha né "você não gosta de mim pq sou gay", pelo amor de deus!
Se acham no direito de sair se esmagando, se esfregando por aí sem vergonha nenhuma, e se alguem fala isso imagina a confusão que fica? Tem que saber ter limites, independente de ser homo, hetero, bi ou qualquer outra coisa.
Infelizmente hoje em dia vejo menininhas de 13 anos se beijando no shopping pq virou 'modinha' ser Bi ou Homo, façam pela natureza, se você é ou nasceu assim ÓTIMO, se não respeite sua natureza e não saia fazendo por ai coisas por modismo.

O pior é que isso tudo em torno do Dourado está causando uma bola de neve tão grande, que se ele sair do BBB vai ser por causa do que estão falando por aí.
Ontem mesmo o Bial comentou o famoso 'telefone sem fio'. Não acontece somente dentro da casa, mas sim em todo lugar do mundo, e isso só esta piorando cada vez mais a situação.
Para se pensar, pessoas que realmente se respeitam, repeitam as opiniões dos outros, independente de sexo, cor, raça ou opção sexual.

Psique e Eros postou 24 de fevereiro de 2010 às 09:47

Só há para mim uma resposta possível sobre tudo isso: Intolerância às diferenças. Esse mal que assola a humanidade. Tolerância é imprescindível no trato de uns para com os outros, um vetor da paz. É respeito, é liberdade. Existe algum sentido nisso tudo? O que é justiça e o que é direito de cada um e de todos? Sejamos todos coloridos então, num sentido mais abrangente, onde impere a real liberdade de ser o que se é. E um brinde à harmonia da casa!! Abaixo à intolerância!!
Boa reflexão, Motta.

Rodrigo postou 24 de fevereiro de 2010 às 09:50

Ser uma pessoa normal hoje em dia é cometer um crime , concordo com você em todos os aspectos do texto!!!
Achar um absurdo um casal homosexual se beijar em público passou a ser racismo, e onde foi parar a análise do ridículo e da falta de respeito.
Não somos obrigados a aceitar como normal um casal homosexual.
Parabéns pelo texto , muito bom vou divulgar no meu blog - http://blogdoseguro-tiraduvidas.blogspot.com/

mvsmotta postou 24 de fevereiro de 2010 às 09:55

Rodrigo,

Não entro nem de longe no mérido do que é ou não "normal", não quero julgar e nem ser julgado.

O que definitivamente não é normal é essa histeria toda, isso sim, é condenável.

Um abraço,

Marcus

Felipe Godinho postou 24 de fevereiro de 2010 às 10:46

Gostei muito do Post.
Na minha visão essa coisa de grupos de raça,credoe opção sexual só aumenta e estimula o ódio entre os seres humanos,o preconceito na maioria das vezes por que sempre é lembrado.Acho que a melhor forma de lutar contra o preconceito é simplesmente o desprezando.
Eu ja fui muito zuado por ser gordo,e aí?Não é preconceito tambem?
Infelizmente hoje a midia esta nos fazendo acreditar que ser branco e hétero é totalmente errado.

Danilo B. postou 24 de fevereiro de 2010 às 11:23

Por mim um casal gay pode se beijar em público à vontade. Se uma pessoa sente nojo ou acha falta de respeito, o problema está com ela, não com o casal gay.

O problema não está no homossexualismo, está na cultura, sustentada por um país 97% religioso, que faz com que as pessoas se sintam no direito de impôr suas crenças e padrões de moralidade aos gays e ao mundo, como se opiniões baseadas em crenças pessoais tivessem alguma coisa a ver com VERDADE ou com CORRETO.

De resto, assino embaixo seu texto, excelente por sinal. Pelo menos vc não falou que aids só é transmitida pelos gays, como disse o jumento do Dourado. rsss

Anônimo postou 24 de fevereiro de 2010 às 12:47

texto afinado. eu venho há tempos pensando nesta atitude pró-ativa dos gays, e convenhamos: eles tem tido sucesso. ser gay, hoje, é cool. porque gay é, praticamente, um estágio evolutivo da humanidade. é o que eles pregam, pelo menos.

mas, segundo o danilo, só 3% da população é gay. os outros 97% são religiosos e, segundo ele, não podem ser gays. não há motivo para preocupação.

:D

SukaTsu postou 24 de fevereiro de 2010 às 13:03

Muitas vezes choco as pessoas quando digo que nascer e morrer são "eventos" pelos quais passamos absolutamente sozinhos.
Na mesma linha de pensamento considero liberdade e independência conquistas pessoais.
Betty Friedam que me desculpe, mas não precisei que ela queimasse sutiãs para lutar por viver minha vida à minha maneira. A própria vida fez com que eu precisasse e lutasse pela minha liberdade e minha independência.
Essa história de se posicionar sempre como uma pobre vítima do destino e da sociedade é realmente pra quem não quer se libertar, mas ser libertado.
E é bem como diz meu filho: Vá eu sair com uma camiseta escrito "100% BRANCO" pra ver se não sou acusado de racismo!!!
Mas, vivemos sob a pressão do politicamente correto e acabamos tendo que pensar mil vezes antes de abrir a boca e ferir a suscetibilidade de alguma minoria traumatizada...
Mais uma vez seu texto acertou o alvo.

Anônimo postou 24 de fevereiro de 2010 às 14:56

Tem hora que fica até estranho ser hetero...

Mr. Lonely postou 24 de fevereiro de 2010 às 14:59

Quando os próprios gays se aceitarem e pararem de implicar com as opiniões alheias essas discussões sem sentido deixarão de existir.

Falam tanto de preconceito e associam qualquer crítica a suas pessoas com a justificativa de sua sexualidade, como se não pudessemos gostar ou não de algo, e como se fossem inquestionáveis. O movimento GLBT se tornou uma grande contradição de conceitos.

Liberdade de expressão é direito inavlienável concedido pela constituição, e todos estamos livres pra opinar.

Há uma tentativade manipulação de conceitos e leis federais que querem nos fazer engolir guela abaixo como se fôssemos os vilões da história, e eles os coitadinhos discriminados.

Independente de sexo, somos todos seres humanos, e isso nos torna iguais, sem necessidade de intromissão na vida dos outros, seja em sua sexualidade e intimidades, seja ainda mais no respeito a liberdade de opinião.

André postou 24 de fevereiro de 2010 às 17:13

Suely, discordo triplamente.
Ahh...tu precisou da Betty Friedan e da Gloria Steinem sim! A não ser que tenha escolhido viver tipo uma Amélia.
A solidão no nascer não é absoluta. Façamos todo o esforço que pudermos...sem a parteira e a mãe, de que adianta?
No Brasil é praticamente impossível alguém usar tal camiseta, visto que somos todos mestiços.
Btw, pensei até que a dona do primeiro comentário fosse gringa.

Isaac Marinho postou 24 de fevereiro de 2010 às 20:46

Tá malz...

Às vezes me parece que homofóbico virou sinônimo de héterossexual (leia-se hétegossexual ... brincadeira! =D).

Diego Augusto postou 1 de março de 2010 às 20:44

Gostei do texto. Como "dica" para leitura te indico este texto que eu gostei muito e confesso dizer que penso de tal forma.

http://mulherices2009.blogspot.com/2010/02/vespeiro.html

O blog é muito bom também.

Hoje ser parte de minoria é gerar dinheiro de alguma forma.

 
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