Junkie food, verão e corpo perfeito

Postado em 1 de fev. de 2010 / Por Marcus Vinicius

Não. Este post não tentará te vender nenhum shake e se você quiser emagrecer, não fale comigo, porque não sou um herbachato. Fique tranquilo.

Chega o verão (e esse ano ele chegou com a sutileza de um maçarico) e todo mundo fica mais preocupado com sua forma física, em perder uns quilinhos e estreitar a silhueta, afinal, se você não for problogger e passar o dia inteiro tuitando sobre os drinks que bebe em algum botequim furreca ou sobre quantas séries de TV você já viu naquele dia, você vai querer dar uma passadinha na praia de vez em quando e ajuda muito na experiência se estiver mais em forma.

Muita gente corre para as academias e resolve virar atleta em 1 mês (não esquecer jamais da turma que quer "tirar a camisa no bloco ou no trio da Ivete") e a grande maioria inicia um monte de dietas, das mais convencionais (queijinho branco, suco, cortar refrigerante, fazer as pazes com a alface, etc) às mais bizarras, tipo passar uma semana só comendo pêras no café, almoço e jantar.

Mas tudo isso é somente gancho pra falar de algo em que eu estava pensando outro dia e que tenho certeza todo mundo também já conversou com seus botões sobre o assunto pelo menos alguma vez: porque será que tudo que não presta, que é gostoso e que a gente repete porções generosas mesmo sem fome faz tão mal de acordo com os nutricionistas e com o que nossos contornos corporais demonstram?

Você pode dizer que não, mas uma pizza de champignon é mil vezes mais saborosa do que um punhado de folhas com um "fiozinho de azeite" por cima. E não é muito fácil eleger quem é mais gostoso, se uma taça de sorvete do seu sabor preferido ou uma daquelas barrinhas de proteína que geralmente tem gosto de pilha alcalina.


Não sei ao certo, daí a especulação que faço agora, mas parece que nós sentimos atração por aquilo que demanda sacrifícios para atingir.

Explico: uma mulher ou um cara com barriga de tanquinho, músculos aparentes na medida certa, enfim, com esses corpos que convencionamos a chamar de "corpões" precisam controlar espartanamente suas alimentações, malhar pesado com frequência quase diária, perseverar nessa rotina por um bom tempo (mesmo com atalhos como remédios e bombas, tem que manter o pique) e por isso merecem mais admiração (e tesão) do que alguém que passa o dia deitado no ar-condicionado, comendo Fandangos, se entupindo de cheeseburgers e refrigerante e cultivando uma barriga de hipopótama grávida.

Tudo bem, um corpo durinho é gostoso de apertar e alisar, mas deve ter algum componente que citei acima nessa conta, o do "sacrifício".

Ser "sarado" é difícil, daí os padrões cada vez mais rígidos transformam essas pessoas em semi-deuses e os demais correm atrás do mais perto que puderem chegar disto.

Sei que boa alimentação e exercícios fazem bem pra saúde, porque nosso corpo sofre com o tempo e sem nos cuidarmos, terminaremos com mais radicais livres no organismo do que a esquerdocanalha latino-americana e mais veias entupidas do que as mangueiras de um Corcel II velho, mas convenhamos, seria muito bom se inventassem um cheesebacon com os valores nutricionais de uma folha de rúcula.

Aliás, de meia folha de rúcula.

4 Comentários:

Vir Brandi postou 1 de fevereiro de 2010 às 06:29

Oi Marcos, adorei seu post de hoje.
Mas é isso ai mesmo. A gente tem a predisposição para gostar das coisas mais cheias de carboidratos e gordura, acho que uma coisa que vem da época onde a oferta de comida era escessa e precisavamos ter reservas corporais. E ai, numa dessa hoje, a gente se ferra, né?
Mas por outro lado, o padrão estético é cada vez mais rígido e torna isso tudo ainda mais difícil.
Mas, é a vida, e o que nos basta é acabar na meia folha de rúcula e 2horas de exercícios diarios... hehehe

bjo, vir

Izabel postou 1 de fevereiro de 2010 às 07:30

Bom, a minha verdade é que: Sou gordinha,nasci assim, não tenho problemas com isso. Minha saúde é perfeita.

Não gosto de comidas gordurosas e nem admiro pessoas que cultuem e se esforçam para modelar o próprio corpo.

Saudações, companheiro de twitter. Teu artigo é excelente, embora eu discorde de você mas, essa é apenas aminha verdade.

samira postou 1 de fevereiro de 2010 às 07:36

e tem mais, se "mato" emagrecesse, as vacas não seriam gordas.
rsrsrs

Carla Azevedo postou 1 de fevereiro de 2010 às 07:43

Ja me peguei pensando isso sim....aliás...todo dia!! Hoje mesmo, li uma frase bem grande num cartaz sobre saúde: "Evite o álcool e reduza a ingestão de cafeína"..ah, faz favor. Realmente, faz com que a gente passe a curtir algumas coisas boas da vida cheios de culpa, ou o que é pior, não curtir. O mais grave ainda, são as buscas enlouquecidas pelo corpo perfeito às custas de agulhadas e bisturis...mas bem...isso já é pano pra outra postagem!!
Abraço,
Carla

 
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