Aventuras no PSP de um sujeito da época do Atari

Postado em 26 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius

Ainda lembro quando ganhei um Telejogo de presente de Natal. Foi uma festa danada e até hoje não consigo entender direito como alguém conseguia se divertir rebatendo bolinhas com palitos numa tela em preto e branco.

Mas acreditem, aquilo era o maior hype.

Hype que durou pouquíssimo (ainda bem), porque logo chegou o Atari, verdadeiro paraíso em cores e com figuras e cenários. Tudo bem que vistos de hoje, os jogos do Atari eram completamente toscos, mas dominaram durante bastante tempo o imaginário e os desejos dos garotos da minha época, mais ou menos junto com a Luiza Brunet.

Lembro que passava noites inteiras jogando Pitfall, River Raid, Seaquest e claro, o quase unânime Pac Man.

Mas como tudo em tecnologia, o Atari também foi superado (Ufa!) e vieram alguns consoles um pouco melhores do que ele na minha opinião, tipo os MSX , que a despeito de nos obrigarem a ficar esperando loooooongos períodos para que os jogos fossem carregados em fitas cassete(!!!), tinham uma qualidade bem superior aos do Atari.

Depois, mais ou menos com o aparecimento dos games de terceira, quarta e quinta gerações como o Mega Drive, Neo Geo e o Play Station I, eu já estava mais preocupado em correr atrás de menininhas na rua, roubar o carro do meu pai para rodar no domingo à tarde e ir pra festinhas atrás de mais...menininhas e consequentemente não liguei muito para lançamentos que me manteriam dentro de casa, com dois ou três marmanjos tentando passar fases de jogos, e confesso que tudo isso passou batido pra mim.

Tudo isso ou quase. Como morava fora porque estudei numa faculdade no interior, queria algo para aquelas horas de tédio e comprei um Game Gear, com uma telinha minúscula e jogos bem "mais ou menos", mas ainda bem distante dos DS e PSP de hoje em dia.

Sem contar que usavam uma quantidade absurda de pilhas o que me obrigava a usar um jogo portátil somente em casa ligado na tomada, quer dizer, só rindo.

Anos antes, ainda criança, eu já adorava os portáteis tipo Game Watch, que eram realmente portáteis e me permitiam passar um tempão jogando Donkey Kong na escola.

Só quando saíram alguns jogos a partir de CD-ROM é que eu voltei a me interessar um pouco por games e adorava ficar jogando Heretic e Doom até altas horas, mas nada comparável à loucura que eu sentia pelo Atari.

Tanto que nem cheguei a ter um PS I ou II.

Até que apareceu o Play Station Portátil.

A primeira vez que o vi fiquei como se tivesse uns 10 anos outra vez e queria porque queria aquele brinquedinho. Tanto fiz que achei um conhecido que tinha viajado pra França a trabalho, comprado um Slim Silver desbloqueado para jogar nos deslocamentos de trem e enjoado do bichinho quando voltou pra cá. Quis me vender e eu, claro, comprei na hora.

Os jogos de luta e RPG me impressionaram muito e é quase inacreditável o visual daquele trequinho e as quase infinitas possibilidades que ele proporciona além jogos de qualidade como acesso à internet, reprodução de vídeos, visualizar fotos, o escambau.

Comecei a baixar jogos compulsivamente e jogar tudo que podia, mas no final das contas acabei usando o meu PSP mesmo pra jogar emuladores de Nintendo e instalar joguinhos de celular.

Sério.

Passo horas jogando quebra-cabeças, Tetris, corridas de carro (essas menos toscas) e os jogos um pouco melhores, mas ainda assim simplórios como o Dungeon Maker, que nada mais é do que a construção de labirintos e a matança de monstros ad nauseam.

Acho que eu, que fui uma criança que achava que não poderia existir nada melhor do que o Atari, meio que não acompanhei a evolução que os jogos sofreram e acabo me interessando mesmo é pelo que gostava na infância.

Até acho o maior barato os Need for Speed da vida e zerei o Medal of Honor, mas gosto mesmo é das velharias.

Tanto que estava com o meu brinquedinho no metrô, jogando um prosaico Quadrapop da Sony Ericsson no emulador (É sério, eu coloquei um emulador para joguinhos de celular no PSP), e vi um moleque com essas mochilas enormes, cheias de livros, voltando da escola me encarando.

Por um momento achei que o moleque fosse me atacar com aquela mochila, arrancar o PSP das minhas mãos e deixar no lugar um Game Gear da vida, bem mais condizente com as tosqueiras que eu cismo de jogar no PSP.

Pensando bem, ele não estaria de todo errado.

7 Comentários:

Stefano postou 27 de outubro de 2009 às 08:13

Gostei dessa postagem, sobre tudo porque escrevi uma tese quando me formei na universidade mesmo sobre isso, uma analise da historia e da forma atual dos videogames. Pena que tá escrita em italiano... :)

Unknown postou 27 de outubro de 2009 às 08:48

Aqui em casa é aquela briga (moderada,claro).Nosso play2 não é portátil,senão minha mãe jogava no banheiro pra ninguém perturbar.O controle nem chega esfriar.Ela e meus 3 filhos competindo.Um sarro!Muitas mulheres ficam indignadas de ver uma senhora de quase 62 anos jogando Bust a Moove.Um jogo de lançar bolinhas coloridas.Eu amo tetris,e já cheguei num estágio que as peças caíam como pedras de tão rápido.Meu marido,que não se liga em nada de nada,não entende esse nosso gosto.Mas é uma delícia jogar,desligar,desafiar a mente à superação.Pitfall do play 1,que saudades...E ainda tem as aventuras tipo:Era do gelo,Crash (bom de jogar sozinho),jogos que as crianças menores amam.
Também não planejo ser uma vovó "normal".Quero mais é jogar,aprender...me divertir.
Beijos Marcos...

mvsmotta postou 27 de outubro de 2009 às 09:15

Stefano,

Será que não rola uma tradução não?Adoraria ler isso.

Solange,

Não tem idade pra gostar de games, eu acho que nunca vou enjoar.

Unknown postou 27 de outubro de 2009 às 09:20

eu me lembro como se fosse ontem o lançamento do Atari... eu adorava aquilo. Assim como adorei o seu texto, e acrescentaria junto aos jogos que vc citou o enduro, era viciado naquilo, tanto que hoje ainda jogo no PS3 joguinhos do Atari.

Forte abraço!

Sérgio M. Soares

Drika Maraviglia postou 27 de outubro de 2009 às 09:27

Ressucitei meu Nintendo recentemente e ando me divertindo muito com coisas como Mario Bros, Simpsons e Die Hard. Videogame rules!

Dinho postou 27 de outubro de 2009 às 11:01

Eu ja sou um obcecado por games, não pelos portateis e sim os consoles mesmo, tive praticamente todos, e ainda tenho alguns, odussey,master,mega, play1,play2 e xbox 360, no celular tenho alguns joguinhos toscos tbem, resumindo sou meio compulsivo por games apesar de nunca ter deixado de fazer nada por causa deles, sair atras das menininhas , empinar pipa jogar bola etc etc, mas pra quem viveu o boom do atari nada se compara a ele, como n~çao lembrar do interminavel enduro,ou do proibido xman,ou do moon patrol fora os ja citados ai , realmente o atari foi a revolução dos games

Alexandre Lucas postou 30 de outubro de 2009 às 10:06

Nossa, quantas saudades. Vivi todas as épocas...

 
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