Para onde vamos com a internet?

Postado em 16 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius

Estava zapeando por aí quando cheguei a um blog que dizia algo muito interessante sobre a constante evolução das ferramentas da internet e da mobilidade das tais redes sociais.

O artigo falava mais especificamente da dificuldade que "gurus" da blogosfera tiveram para transferir sua fama virtual para o Twitter, o que gerou o maior mimimi por diversos motivos (Twittess, scripts, relevância relativa, métodos de auferir a tal relevância, etc, etc) e como está sendo dificílimo para estes "semi-deuses de coisa nenhuma" aceitarem a mudança de foco do leitor, de um monólogo extenso que é o blog, para uma troca de mensagens curtas que é o Twitter.

Como bem citou o autor, mencionar que na internet quem manda de verdade é o surfista-internauta é um clichê, mas como atrair e prender a atenção dele é uma discussão válida.

A alta blogosfera tupiniquim se considera uma espécie de bispo Macedo de uma igreja virtual, para eles "formadores de opinião", desprezar a grande mídia desvalorizando-a e debochando de seus defeitos é praxe e tentar manejar os leitores do blog como se fosse seu "ativo" é normal.

A internet evolui e não só transforma tudo em novidade, mas faz com que algo relativamente novo torne-se "matuzalênico" bem rapidamente. A blogosfera hoje, quer dizer, a "alta blogosfera" em pouco difere da grande mídia que eles tanto atacam, talvez faltando apenas orçamento compatível e formação acadêmica.

Não querem ou não sabem mais como inovar em busca de cativar os leitores, daí repetem a mesma fórmula que sempre adotaram e reclamam do que aparece de novo.

Como já disse antes, uma imensa quantidade de blogs "famosos" é um fim em si mesmo. Adoram um tutorial, uma lista de "10 regras pra sabe-se-lá-o-que", fazer auto-culto da sua "grande, apaixonante e inigualável persona" e faturar uma graninha quando puder.

O "semi-deus-proto-ou-propriamente-dito-problogger" é aquele cara que acha que sua opinião vale mais do que a de uns 10 mil "internautas-mortais" juntos, e pode não se sustentar disso, mas acha muito bem vindo o dinheirinho que pinga através do adsense e posts-pagos mal disfarçados.

Nada contra, é sempre bom unzinho a mais entrando na conta, mas por isso mesmo defendem sua "fama-virtual" como um mercado, o que não deixa de ser mesmo. Daí resistem ferozmente a qualquer "outsider" que lhes invada o espaço.

Disse tudo isso porque recebi finalmente ontem meu convite pro Google Wave.

Não sei direito como funciona, ou melhor, não me habituei a ele ainda, mas caso essa proposta realmente vingue e torne-se o novo fenômeno da internet, trata-se de uma ferramenta que dará um passo à frente outra vez.

Não sei ainda se ele surtirá o mesmo efeito que o Messenger surtiu no mIRC, substituindo-o totalmente e mudando o paradigma de um "chat cheio de gente que queria se conhecer" para um "chat de gente que já se conhece", estreitando o campo, mas caso ele funcione mais como uma mistura de Twitter, Tumblr e Messenger e não restrinja o contato das pessoas às suas "amizades virtuais", parece que estamos diante da "ferramenta perfeita", até que surja alguma outra, é claro.

Aí, todos os "famosos" agora do Twitter terão que se reinventar, surgirá uma nova "classe relevante" e a dança seguirá adiante.

Onde isso tudo vai parar? Não sei...a única quase certeza que tenho é que a blogosfera vai aderir, reclamar, dizer que não basta e chamar para si toda a c*gação de regras que puder dentro da nova ferramenta.

E la nave va.

5 Comentários:

Anônimo postou 16 de outubro de 2009 às 09:25

Cara, gostei mto de seu blog. Você tira as palavras de minha boca a cada postagem.

Quando joga no ventilador toda a podridão por trás desse mundo competido entre blogueiros, podemos ver como alguns se irritam. Continuo te seguindo cara, embora eu não saiba se eu caibo nesse tal script hehe.

Abraço!

Carblade

Unknown postou 16 de outubro de 2009 às 10:03

Pra ser sincera,nunca criei nenhuma nóis em relação a blog.Tenho um sem pretensão de ser o maior,o melhor,o mais lido (ou visitado).Nem adsense tem.Mas,geminianos precisam estar em vários lugares,fazendo várias coisas.Polvos com tentáculos alvoroçados.
Mas no que diz respeito ao novo...acho que as pessoas tem aquele velho hábito de temer o novo.Porque vão ter que aprender do zero.E se errarem?Aí é o fim.Então preferem ficar encolhidinhos em suas conchas,por ser mais seguro.Arriscar pra que?
Puro medo do novo.Medo de ousar,medo de gostar,medo de perceber que não é tão bom quanto pensava que éra...
E você...garotão,continue nos brindando com sua língua afiadinha,que nós amamos!

Isaac Marinho postou 16 de outubro de 2009 às 10:08

@abigar: Não há nada permanente, exceto a mudança - Heráclito. Filósofo grego.

Um velha verdade. =)

Bom te ler por aqui.

Então...

Adaptabilidade, eis a palavra chave. Podemos e devemos nos adaptar às mudanças que ocorrem no meio virtual.

Mesmo (e talvez especialmente) quem tem apenas interesse em ganhar alguns trocados deve ser capaz responder de forma positiva a essa tsunami de inovações (se bem que eu mesmo não vejo nada de catastrófico em tudo isso).

Sucesso em tudo.

Ciao!

Emerson Damasceno postou 16 de outubro de 2009 às 10:20

kkk, Marcos, nossos pensamentos são separados em sua gênese ou estamos a plagiar um ao outro sem querer??? kkk puta texto, velho (mais um), que por sinal é praticamente o que eu publiquei no Anomia também kkkkk
abraços anômicos!
@emersonanomia

Unknown postou 16 de outubro de 2009 às 12:17

Pois é, o novo o desconhecido é sempre temeroso e alvo de preconceitos. Mas é lega surgir coisas novas, claro que precisamos de um tempo para assimilar.
Quanto aos "netpops" as pessoas sempre são pretenciosas a ponto de apropriar-se de algo e dissiminar o que chamo de "sindrome de underground", como se as coisas perdessem o valor quando virassem populares de domínio público, de todos. Como os velhos amigos da indústria cultural. claro qeu é legal ter uma galera lendo e conpartilhando de opiniões ou divergencias com você. Mas estrelismo na rede... Coregem né!

bjs

 
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