O poder da "beleza"

Postado em 18 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 10 Comentários

Fui bonzinho nesse título aí, viu? Vou logo avisando.

O tal poder a que me refiro pode muito bem ser redefinido como o "poder da gostosura", mas chamem do que quiser, tesão, charme, beleza, etc, etc, não importa, o assunto que quero falar agora é simples: como a aparência ou a forma com a qual nos apresentamos pode mudar a reação do mundo à nossa volta.

Resolvi falar sobre isso hoje porque me peguei imaginando a seguinte cena: uma morena de olhos azuis linda, charmosa e totalmente "fuck me style" concorrendo a uma vaga de emprego com um sujeito baixinho, calvo e que se veste mal, quem ganharia a vaga?

Nem pensem em me acusar de machismo ou de ser simplório, você que imaginou que a gostosa seria "burra" e o "baixinho" inteligente e mais qualificado só porque eu não mencionei isso no parágrafo anterior é que foi.

Num cenário em que ambos tenham qualificações semelhantes, equivalentes, a boazuda leva a vaga simplesmente porque passa uma imagem de sucesso mais convincente do que o baixinho? Ou o baixinho levaria porque parece ser mais inteligente? Lembrem-se: ao contrário da propaganda, imagem é tudo.

Percebem aí como essa situação é uma via de mão dupla?

Não creio que mulher bonita tenha que ser burra e nem que uma inteligente precise ser feia. Poderia dar uns mil exemplos aqui que contrariam essa tese que, pra mim, é totalmente furada.

Falo isso porque volta e meia me vejo no meio de uma discussão na internet e sempre aparece uma gostosa p* da vida comigo.

Seja por conta das minhas opiniões "polêmicas" ou porque veio defender algum "amigo" ofendido, noto que a minha disposição de pular com o pé no peito de uma bonitona é bem menos presente do que quando se trata de um narigudo com cara de Ren e Stimpy.

Será que, às vezes, ela não preferiria ser tratada como uma pobre mortal e levar uma saraivada de esculhachos? Deve ter hora que sim, afinal, não deixa de ser uma forma de julgar, não é?

boa demais pra ser xingada fora de um contexto mais...íntimo".

Tudo bem que uma gostosa entra de graça aonde quiser, fura fila, ganha drinks, arruma carona pra ela e até pras amigas mocréias, enfim, desfruta de facilidades que ninguém reclamaria.

Lembro da Julia Roberts fazendo Erin Brockovich e explicando no filme como conseguiu para o seu chefe uns documentos que pareciam impossíveis com um simples "eu tenho peitos".

Mas o que às vezes me pergunto é: será que não tem horas que elas gostariam simplesmente de ser pessoas passíveis de filas, programas de índio e até alguns "nãos"? Que a beleza não fosse um diferencial determinante?

Ainda que seja só pra ver como é a vida "do lado de cá"?

Acho que elas gostariam sim, porque não conheço uma gostosa que não tenha uma quedinha por algum sujeito que conseguiu por alguma razão lhe dizer não.

Para onde vamos com a internet?

Postado em 16 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 5 Comentários

Estava zapeando por aí quando cheguei a um blog que dizia algo muito interessante sobre a constante evolução das ferramentas da internet e da mobilidade das tais redes sociais.

O artigo falava mais especificamente da dificuldade que "gurus" da blogosfera tiveram para transferir sua fama virtual para o Twitter, o que gerou o maior mimimi por diversos motivos (Twittess, scripts, relevância relativa, métodos de auferir a tal relevância, etc, etc) e como está sendo dificílimo para estes "semi-deuses de coisa nenhuma" aceitarem a mudança de foco do leitor, de um monólogo extenso que é o blog, para uma troca de mensagens curtas que é o Twitter.

Como bem citou o autor, mencionar que na internet quem manda de verdade é o surfista-internauta é um clichê, mas como atrair e prender a atenção dele é uma discussão válida.

A alta blogosfera tupiniquim se considera uma espécie de bispo Macedo de uma igreja virtual, para eles "formadores de opinião", desprezar a grande mídia desvalorizando-a e debochando de seus defeitos é praxe e tentar manejar os leitores do blog como se fosse seu "ativo" é normal.

A internet evolui e não só transforma tudo em novidade, mas faz com que algo relativamente novo torne-se "matuzalênico" bem rapidamente. A blogosfera hoje, quer dizer, a "alta blogosfera" em pouco difere da grande mídia que eles tanto atacam, talvez faltando apenas orçamento compatível e formação acadêmica.

Não querem ou não sabem mais como inovar em busca de cativar os leitores, daí repetem a mesma fórmula que sempre adotaram e reclamam do que aparece de novo.

Como já disse antes, uma imensa quantidade de blogs "famosos" é um fim em si mesmo. Adoram um tutorial, uma lista de "10 regras pra sabe-se-lá-o-que", fazer auto-culto da sua "grande, apaixonante e inigualável persona" e faturar uma graninha quando puder.

O "semi-deus-proto-ou-propriamente-dito-problogger" é aquele cara que acha que sua opinião vale mais do que a de uns 10 mil "internautas-mortais" juntos, e pode não se sustentar disso, mas acha muito bem vindo o dinheirinho que pinga através do adsense e posts-pagos mal disfarçados.

Nada contra, é sempre bom unzinho a mais entrando na conta, mas por isso mesmo defendem sua "fama-virtual" como um mercado, o que não deixa de ser mesmo. Daí resistem ferozmente a qualquer "outsider" que lhes invada o espaço.

Disse tudo isso porque recebi finalmente ontem meu convite pro Google Wave.

Não sei direito como funciona, ou melhor, não me habituei a ele ainda, mas caso essa proposta realmente vingue e torne-se o novo fenômeno da internet, trata-se de uma ferramenta que dará um passo à frente outra vez.

Não sei ainda se ele surtirá o mesmo efeito que o Messenger surtiu no mIRC, substituindo-o totalmente e mudando o paradigma de um "chat cheio de gente que queria se conhecer" para um "chat de gente que já se conhece", estreitando o campo, mas caso ele funcione mais como uma mistura de Twitter, Tumblr e Messenger e não restrinja o contato das pessoas às suas "amizades virtuais", parece que estamos diante da "ferramenta perfeita", até que surja alguma outra, é claro.

Aí, todos os "famosos" agora do Twitter terão que se reinventar, surgirá uma nova "classe relevante" e a dança seguirá adiante.

Onde isso tudo vai parar? Não sei...a única quase certeza que tenho é que a blogosfera vai aderir, reclamar, dizer que não basta e chamar para si toda a c*gação de regras que puder dentro da nova ferramenta.

E la nave va.

Amigos, amigos...

Postado em 15 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 9 Comentários

Quantos amigos você tem?

Após responder esta pergunta, pense no caso de precisar de almoço e jantar grátis todos os dias, durante duas semanas, e precisar encontrar um amigo que te forneça o rango na faixa durante todo esse tempo sem saber que só será por duas semanas e ainda assim continue abrindo a porta de casa pra você com um sorriso depois, digamos, do terceiro ou quarto dia.

Responda novamente agora, quantos amigos você tem?

Pense agora em quantas pessoas aturariam você ligando bêbado pra ela as 3:00 da manhã num dia de semana, pedindo que vá te buscar porque você está tão encachaçado que nem consegue andar direito, e além de não desligar na sua cara ou inventar uma desculpa e te chamar de "sem noção" depois, ainda levantaria da sua cama quentinha pra ir lá aturar sua carraspana.

Pense nisso e me responda, quantos amigos você tem?

Agora imagine que você namora aquela gostosa, e sabe-se lá porque deu uma sacaneada nela e ela está fula da vida contigo. O que ela faz? Procura alguém que você conhece pra "se vingar"(leia-se colocar um belo par de cornos). Quantos amigos você tem que não se aproveitariam disso pra fazer um test-drive na sua namorada-boazuda?

Aí me responda, quantos amigos você tem?

Pense em dinheiro emprestado, em seus dias de mau-humor, em dar uma voltinha no carango alheio, em quando você não está "legal", quando não é só sorrisos, etc, etc e me diga, quantos amigos você tem?

Convencionamos usar essa palavra "amigo" com a mesma displicência que utilizamos o "eu te amo", sem nos darmos conta de que isso é meio perigoso.

Óbvio que pra ser amigo mesmo ninguém precisa completar os 12 Trabalhos de Hércules pra provar e nem deixar de comer a Megan Fox por sua causa, mas passado aquele encantamento inicial de quando conhecemos um novo "amigo", até quando isso realmente dura?

Infelizmente, e na maioria das vezes, dura bem pouco. Certas amizades são como um iogurte, se não forem consumidas logo, perdem o prazo de validade.

Por isso existem os "conhecidos", que é uma espécie de pré-vestibular de "amigo", acho que é melhor fazer assim do que ingerir iogurte vencido, não é?

Meu "quase" Solio

Postado em 14 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 1 Comentário

Sou um maníaco por gadgets. Confesso que tenho esse fraco por gastar meu dinheirinho comprando jeringonças que às vezes vão me servir durante 2 ou 3 dias e depois serem abandonadas no fundo de alguma gaveta, mas fazer o que?

Algumas são mais bem sucedidas como o PSP, o iPod ou um dos 300 pendrives que já tive. Outros como um HD portátil que comprei de um arrependido por módicos 50 reais me fizeram entender porque ele me vendeu algo de 150,00 por cem a menos.

Nessa categoria dos gadgets fail quase entra o simpático, ecologicamente correto e bonito carregador solar Solio.

A idéia é genial: um estiloso conjunto de pequenos painéis solares que recarregam todos os aparelhos eletrônicos que levamos por onde vamos. Desde celular até seu reprodutor de mp3 e afins, o bichinho recarrega tudo utilizando para isso a energia do astro rei.

Ele ainda pode ser carregado na tomada comum e armazenar energia por até um ano, tudo isso contribuindo para que você reduza sua "dívida" de carbono, até o Obama apareceu com um!

Show, né? Não.

Primeiro porque não é lá muito barato, o que me levou primeiro a, contrariando minha filosofia do "barato sempre sair caro", procurar versões xing-ling dele. Desisti porque são feias e a maioria não armazena energia.

Daí fui buscar um Solio original por aí e encontrei um no Mercado Livre por 300 pratas, valor estranho já que um novo custava uns 600. Porque o cara ia me dar esse descontão todo? Hum...

Fui procurar reviews dele por aí e...encontrei. :(

Na Amazon, a esmagadora maioria dos compradores dizia que não compraria de novo e que só não se arrependeram totalmente porque achavam que o Solio era uma "boa idéia". Bem, como não sou o Grande Soldador (quem viu "Robots" vai entender) não quero comprar "idéias" e sim equipamentos que funcionem.

O Resumo de tudo que li diz que o Solio não consegue ser carregado só com a luz solar nem que fique exposto o dia inteiro a ela, que você precisa ficar "girando" o aparelhinho atrás do melhor ângulo entre a luz e os seus painéis (ou seja, tem que fazer pas deu deux com o carregador o dia todo) e que nem assim ele "pega" carga total.

A cereja no bolo foram alguns usuários dizendo que o simpático carregador "fritou" seus equipamentos já que é quase impossível por razões técnicas que algo possa carregar tudo que é gadget sem queimar nenhum, por diferenças de especificação dos circuitos ou algo assim (não sou entendido dessa parte, mas o que importa é: o Solio pode transformar seu iPod Touch num peso de papel queimado).

Unindo-se a isso a necessidade de levar consigo um "kit" com 345655 adaptadores, resolvi deixar essa aventura pra lá e esquecer a idéia de ouvir mp3 ou me divertir com o PSP de forma carbon-free.

Trata-se de uma boa idéia, mas por enquanto comprá-lo ainda é uma péssima idéia, guarde sua carteira.

Argentina, Brasil

Postado em 13 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius 10 Comentários

Lembro muito bem a Copa de 1986, no México.

Assisti a mais um vexame do Brasil, consegui mais uma frustração na minha galeria de frustrações como amante do futebol (se bem de que 82 foi pior, muito pior) e tive que engolir o Maradona destruindo tudo em campo e dando o título para a Argentina.

Quatro anos mais tarde assisti o mesmo Maradona comandar a Argentina e implodir aquela seleção brasileira vagabunda do Lazaroni, tornando definitivamente o time hermano meu inimigo público futbolístico número 1.

No final das contas Argentina terminou vice-campeã e recordo que torci para que a Alemanha nos vingasse e metesse uma surra nos hermanos.

Só que depois da derrota deles ser consumada e de assistir a uma triunfal chegada da seleção argentina em Buenos Aires logo após a decisão, confesso que senti uma empatia enorme por eles a ponto de comprar uma camisa da seleção alvi-celeste pra mim.

Foi nesse ponto que começou a inflexão positiva porteña para mim.

Argentinos são sofridos, não porque o sejam naturalmente, mas porque gostam da coisa sofrida, suada, carregada de significado. Eles são mais frios que os brasileiros, porém tão quilomberos quanto, só que cada um ao seu modo.

Eles, protestam, quebram tudo, fazem o diabo pelos seus direitos. Nosso quilombo é outro. O brasileiro festeja.

Festeja sua pobreza, seus problemas, suas deficiências, passa a vida de uma festa a outra, meio que "esquecendo" a maioria das coisas que lhe aflige.

Somos tão próximos e tão diferentes e temos a nos separar ainda mais, nessa fronteira imaginária bem mais distante do que a real, este rio caudaloso e violento que é o futebol.

Só que por incrível que pareça, para eles a questão parece bem menos incomoda do que para nós, insuflados por idiotas na mídia e nas narrações de TV que transformam "catimba" futbolística em quase uma deficiência moral de um povo.

Passei férias em Cabo Frio e Búzios quase a minha adolescência inteira e a maior recordação que tenho é de argentinos sendo destratados. "Sujos", "abusados", isso e aquilo.

Daí, qual não foi minha surpresa ao chegar pela primeira vez em Buenos Aires e saber que eles simplesmente adoram brasileiros.

Sério, não é figura de linguagem e nem exagero estilístico, eles nos adoram!

Óbvio que tem as brincadeiras sobre futebol, mas a forma com que eles me tratavam lá me causava vergonha pela forma com que eles são tratados aqui, na maioria das vezes.

Por isso mesmo eu acho que os brasileiros deveriam ouvir menos o Galvão Bueno e concentrar-se mais nas qualidades e belezas que nossos hermanos tem para oferecer, porque acreditem, são muitas.
 
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