Feliz 2014

Postado em 30 de dez. de 2013 / Por Marcus Vinicius Nenhum comentário

Alguns dos meus desejos para 2014: que quando alguém aparecer com uma música horrorosa (no celular, naquele carro com o porta-malas aberto), uma moda ridícula, uma roupa esquisita ou então uma vier falar de programas ruins na TV e você disser que aquilo é uma merda, ninguém comece com papo de "diversidade".

Diversidade boa é um saco de M&Ms ou Skittles.


Que a tal "cultura brasileira" seja cada vez mais cultura e, se possível, um pouco menos "brasileira".

Que quando falarem em "música" queiram realmente dizer música e não algo "tipo música".


Que o Lula comece a honrar aquela sua frase que dizia "estamos juntos" para os companheiros que foram parar na Papuda e realmente vá para junto deles.

Queo brasileiro pare com essa babaquice de pensar que ser escroto, cretino e mal educado é ser "autêntico".

Brasileiros, sejam menos brasileiros.


E finalmente, além de muita paz, saúde e felicidade para todos nós, um país cada vez menos parecido com um programa da Regina Casé.

Feliz 2014!

Esse negócio de caixinha é muito mala

Postado em 23 de dez. de 2013 / Por Marcus Vinicius Nenhum comentário

Você participa de reuniões com seus clientes, faz prospecção de novos, digita orçamentos, calcula descontos, resolve pepinos que outros setores criaram.

Atende seus pacientes, manda as plantas para seus clientes, faz retoques na foto do casamento, espera dias por respostas sobre alguma proposta e depois descobre que o sujeito que ficou recebendo consultoria de graça durante meses resolveu fechar o contrato com seu concorrente.

Como bem lembrou um amigo meu, manda aquele layout que o cara pediu para no máximo dali a dois dias e depois espera 40 para ele dar uma resposta, enfim, passa por todo o tipo de encheção de saco que qualquer atividade profissional traz como ossos do ofício, mas nem por isso chega Dezembro e passa o mês pedindo uma "caixinha" extra para ninguém.

Por que cargas d'água então é justo que você seja coagido (sim, em alguns casos ocorre coação, com listas dizendo quem deu quanto) a remunerar alguém de novo por algo que ele já recebeu?

Nesta época aparecem pedidos do entregador de jornal, do carteiro, do cara da lanchonete, do pessoal da barbearia, dos porteiros de todos os prédios pelos quais você passa regularmente, dos atendentes da lanchonete, da farmácia, da academia, do posto de gasolina, muitos dos quais prestam péssimos serviços no decorrer do ano.



Um condomínio de São Paulo chegou a criar um novo sistema de arrecadação onde cada morador recebe um formulário que será preenchido com o valor a ser doado aos funcionários. e depois recebe um boleto. Acredite, UM BOLETO.

A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo sugeriu e que os condomínios estipulem um valor fixo de gratificação. Esse montante seria retirado de um fundo ou de parte do pagamento do condomínio feito ao longo do ano.

Qualquer dia isso vira lei.

O fato é: caixinha de Natal é um presente e como todo presente deve ser dado por quem QUER. Muitos argumentarão "mas quem não quer, não dá", verdade, mas o constrangimento existe e é simplesmente ridículo, um péssimo hábito cultivado pela nossa sociedade.

Nada contra um final de ano mais farto para ninguém, mas desde que seja de coração e não de coação.

Vá ser "vadia" na Playboy, lá pelo menos pagam melhor

Postado em 11 de dez. de 2013 / Por Marcus Vinicius Nenhum comentário

O perfil do Flavio Morgenstern sempre traz boas novidades e assuntos para pensar, desta vez o que chamou a atenção foi esse print de um perfil do Facebook, onde um pai diz com todas as letras que tem vergonha da sua filha. 

Na foto em questão a moça aparece com um desses shortinhos minúsculos ao lado de uma amiga, uma segurando o buzanfã da outra.

Dentre as reações conservadoras normais ("abusuuuurdo, que coisa vulgarrrrr") e reações "progressistas" já esperadas ("o que é que tem, deixa ela, ué, o corpo é dela, viva o direito de ser vadia, amo Mujica, sou Che, Carta Capital revista de cabeceira"), um fato: atualmente não se busca a liberação da mulher e muito menos a sua igualdade, mas a escrotização impune e obrigatória do sexo feminino.

Muita gente condenou o pai por estar "constrangendo a moça". Ora, se ela ficou constrangida é ainda melhor! É sinal de que nem tudo está perdido. Se tem uma coisa que anda em falta no Brasil (e no mundo, sejamos justos) ultimamente é mais constrangimento.

Ninguém aqui está defendendo virgens inocentes intocadas esperando o seu marido e senhor. Se você está aí vivo, é porque sua mãe, certamente uma mulher a despeito da cruzada de Jean Wyllys et caterva desejar o contrário, manteve conjunções carnais com seu pai. Sei que é uma realidade meio incômoda, mas até nossas mães têm desejos.

Dessa forma toda mulher tem o direito de buscar a realização destes desejos, com a mesma liberdade que um homem o faz. Elas podem se relacionar como e com quem quiserem, nos termos que desejarem caso seja de comum acordo com a outra parte e ninguém tem absolutamente nada com isso.


Agora não me venha dizer que um pai ou uma mãe deve achar bonito a sua filha se comportando desse jeito na internet. Não sei a idade da menina, mas vá lá, que seja maior de 18 anos, esse tipo de exposição, de escrotização do eu, é muito legal na família dos outros.


Porque assim como temos o direito de buscar nossos desejos, de nos comportar como acharmos melhor junto de nosso parceiro, temos a obrigação de não nos expormos e nem as pessoas que amamos ao ridículo.

Não acredite nessa balela de "marcha das vadias" que toda mulher pode (e deve) ir até num casamento vestida como se fosse um cosplay de puta, porque enquanto vivermos em sociedade devemos saber nos comportar de acordo com a hora e o local.

Nossas feministas caricatas dirão "mude-se as convenções sociais então!" e eu pergunto: para quê? Para transformar a mulher no mesmo pedaço de carne que elas acusam os "machistas" de quererem transformar? Como se fosse aquela brincadeirinha de criança que diz "só estou fazendo porque eu quero e não porque você está mandando"?

Então o negócio é sair por aí com as tetas e a bunda de fora (exigindo que ninguém repare, é claro) só para provar para essa sociedade patriarcal que mulheres não são apenas tetas e bunda? Desculpe, não tem como ser mais incoerente.

O que essas duas meninas aí estão fazendo não difere muito das exibidas do BBB, das capas da Playboy, das rainhas de bateria no carnaval. É exposição do corpo com um objetivo.

Algumas procuram fama, outras dinheiro, outras atenção (o nível de carência das redes sociais só é comparável a um caixote cheio de filhotes de cachorro abandonado na chuva), outras levantar uma bandeira política (muitas vezes sem nem saber direito qual).

Mas todas tem em comum o veículo usado para isso: a exposição do corpo.

Toda mulher tem, sim, o direito de ser "vadia", é algo particular a cada uma delas, o problema é que o feminismo farofeiro quer fazer desse direito individual uma obrigação coletiva.

"Seja escrota, aja como um macho mal educado e mal acabado, senão você é machista, moça. Seja vadia, não de acordo com a sua vontade, mas para agredir sua família, a sociedade, a Igreja, os "reaças", a "classe média", enfim, alugue sua bunda e sua perseguida para a nossa causa".

Desculpe, moças, mas a Playboy paga muito melhor.

Se não quiser sorrir, não sorria

Postado em 4 de dez. de 2013 / Por Marcus Vinicius Nenhum comentário

Uma coisa é atitude decidida, vá lá, positiva, outra coisa é essa estranha obrigação de ser feliz o tempo todo.

Ora, amigos, nem um milionário pode ser feliz o tempo todo. Nem um famoso, um admirado, um reconhecido, um bem sucedido, um saudável. Ninguém pode ser feliz o tempo todo sem ser um completo cretino.

Existem felicidades (nem que sejam poucas) que o dinheiro do milionário não compraria, pois depende do reconhecimento. Existem outras que o sucesso do bem sucedido não traz, porque dependem da fama. Outras ainda não vem nem com um séquito de groupies bajulando a pessoa o dia inteiro, porque a fama não serve para a pessoa ter saúde, e por aí vai.

Muitas vezes o sujeito só quer ser deixado em paz e até isso pode se tornar uma tarefa difícil.

Daí que essa quase criminalização, tudo bem, criminalização é exagero, mas essa condenação veemente da insatisfação, do tédio, da chateação, do saco cheio, é uma das piores ditaduras dos tempos modernos.



Sabe aquele gari que todo mundo acha o maior barato, recolhendo lixo, sambando e sorrindo o dia inteiro? Ou aquele médico ricaço, desfilando por aí num carro conversível? Nem um e nem outro, nos extremos das suas situações, são, de verdade, aquilo que aparentam quando os descrevem como "ah, o sorriso recolhe lixo mas está sempre feliz" ou "doutor fulano é que é feliz, respeitado e cheio do dinheiro".

Se um dia o gari está puto porque o preço da feira subiu e resolve não fazer as palhaçadas que divertem os passantes (90% deles não seriam felizes varrendo a calçada) ou o médico diz para um paciente que está cheio de problemas, vão dizer "que isso, que negatividade", "está chorando de barriga cheia".

Mas pense bem, uma coisa é ir lá e enfrentar as durezas que a vida pode impor, outra bem diferente é ser obrigado a estar feliz com isso.

Quem achar que os problemas do outro são bobagem e que basta dar um sorriso e está tudo bem, vá lá e pegue todos eles para si e ria se puder.

Se você fizer isso o outro com certeza vai.
 
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