Ora, amigos, nem um milionário pode ser feliz o tempo todo. Nem um famoso, um admirado, um reconhecido, um bem sucedido, um saudável. Ninguém pode ser feliz o tempo todo sem ser um completo cretino.
Existem felicidades (nem que sejam poucas) que o dinheiro do milionário não compraria, pois depende do reconhecimento. Existem outras que o sucesso do bem sucedido não traz, porque dependem da fama. Outras ainda não vem nem com um séquito de groupies bajulando a pessoa o dia inteiro, porque a fama não serve para a pessoa ter saúde, e por aí vai.
Muitas vezes o sujeito só quer ser deixado em paz e até isso pode se tornar uma tarefa difícil.
Daí que essa quase criminalização, tudo bem, criminalização é exagero, mas essa condenação veemente da insatisfação, do tédio, da chateação, do saco cheio, é uma das piores ditaduras dos tempos modernos.
Sabe aquele gari que todo mundo acha o maior barato, recolhendo lixo, sambando e sorrindo o dia inteiro? Ou aquele médico ricaço, desfilando por aí num carro conversível? Nem um e nem outro, nos extremos das suas situações, são, de verdade, aquilo que aparentam quando os descrevem como "ah, o sorriso recolhe lixo mas está sempre feliz" ou "doutor fulano é que é feliz, respeitado e cheio do dinheiro".
Se um dia o gari está puto porque o preço da feira subiu e resolve não fazer as palhaçadas que divertem os passantes (90% deles não seriam felizes varrendo a calçada) ou o médico diz para um paciente que está cheio de problemas, vão dizer "que isso, que negatividade", "está chorando de barriga cheia".
Mas pense bem, uma coisa é ir lá e enfrentar as durezas que a vida pode impor, outra bem diferente é ser obrigado a estar feliz com isso.
Quem achar que os problemas do outro são bobagem e que basta dar um sorriso e está tudo bem, vá lá e pegue todos eles para si e ria se puder.
Se você fizer isso o outro com certeza vai.
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