A vida útil das gírias

Postado em 8 de out. de 2009 / Por Marcus Vinicius

E aí? Tudo jóia?

O que tem de gíria idosa por aí não tá no gibi! "Broto" e "podes crer" que eram in, hoje são mais out do que bunda de índio.

Viraram coisa de coroa, não são mais chocantes.

Nem falo daquelas palavras que foram aposentadas, como assistência, patrulhinha ou "disco".

Outro dia ainda falei aqui do vinil e confesso que ainda não consigo me sentir confortável usando de novo a palavra "disco", sei lá, não me parece mais pedra 90 e nem prafrentex, mas é a vida.

E assim, aquelas expressões que já foram usadas por todo mundo, desde a rapeize até as velhas corocas, acabou virando coisa de matusquela e toda vez que alguém menciona uma ou outra gíria idosa atualmente acaba virando o maior salseiro e fazem blague da pessoa.

Tem gíria idosa que é supimpa, da pontinha mesmo! As minhas preferidas são aquelas pra definir o órgão sexual feminino. "Pissirica", "rosinha"...mas deixa eu parar senão já fico todo serelepe e alguém me dá um sossega leão.

Nesse tempo em que tudo vira processo, acabo gastando todo o meu ordenado pra pagar alguma multa e como sou muquirana, é melhor evitar. Porque o que tem de gente paspalha hoje em dia, é pule de 10 que mais cedo ou mais tarde me arrumam um auê!

É incrível como o tempo passa e as gírias que são um estouro hoje, com certeza ficarão tão velhas que logo parecerão ser do tempo do onça (ou seria do ronca?), passarão de moda e vai ser batata que quase ninguém mais vai querer usá-las, no duro!

Mas não deixa de ser de responsa recordar delas.

E você? Conhece alguma gíria idosa que arrebente a boca do balão? Você que é batuta, me conta aí!

11 Comentários:

GuilhermeNV postou 8 de outubro de 2009 às 12:18

legal á beça...não transo muito bem desse assunto... mas ta supimpa...

Letícia Resende postou 8 de outubro de 2009 às 12:38

Eu nem sou velha, mas falo muitas gírias dessas! :B Supimpa e batuta são as minhas preferidas! ;D

Observatório Virtual 74 postou 8 de outubro de 2009 às 12:51

Post Tri legal. Bahh!!

Unknown postou 8 de outubro de 2009 às 15:54

Aquela garota, a Débora Seco, é do balacobaco.
Agora, quem não achar isso, que vá pratonga da mironga do cabuletê!
Porque ela é uma garota papo firme, bicho.

soraya postou 8 de outubro de 2009 às 21:39

"Bocomoco" - Não vou nem comentar. Fiquei sem palavras. Essa eu tirei do fundo de algum baú perdido há séculos.

Lívia postou 8 de outubro de 2009 às 22:07

Ah, gírias também dependem muito do estado onde você mora.. eu por exemplo, sou cearense. As gírias daqui os sulistas, por exemplo, desconhecem. E vice-versa. Enfim, são gírias eternas. :)

Anônimo postou 9 de outubro de 2009 às 15:32

Algumas são recicladas e voltam a ter utilidade. Certo que os mais jovens não curtem gírias antigas, mas entre os trintões é até comum...

Alê postou 12 de outubro de 2009 às 14:59

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Olá :)

É a primeira vez que participo desse blog. Há alguns dias que venho lendo e apreciando seu estilo. Gosto da maneira cristalina com que vc expõem seu pensamento.

Esse post me lembra uma crônica do Drummond (Antigamente).

Trata-se de uma releitura?

Alê
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mvsmotta postou 12 de outubro de 2009 às 15:23

Alê,

Não conhecia a crônica de Drummond, fui até procura-la e, ao lê-la, vi que realmente lembra muito essa que escrevi, com a diferença da maestria do nosso grande poeta, milhões de ano-luz à frente deste escriba aqui.

Obrigado pela leitura, pelo comentário e pelas gentis palavras,

Marcus

Alê postou 12 de outubro de 2009 às 16:36

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Se vc não se importar, gostaria de colocar ambas as crônicas lado a lado em meu blog, para comentá-las. Com os devidos créditos e link, claro.

A crônica do Drummond chega a ser totalmente obscura para miguxos e tiopeses e é engraçado ver a reação de revolta que ela causa em quem não consegue ler nenhum texto antigo (antigo, no caso, é algo que tenha sido escrito dos 90 para trás) ou mais elaborado mas se esmera em escrever igual retardado.

Alê
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mvsmotta postou 12 de outubro de 2009 às 21:20

Alê,

Pode sim, será uma honra.

Abraços.

 
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