Nome de filme, objeto de desejo de quase todo mundo que respira ou já respirou, ela, a "fama" sempre rende assunto.
Quando - por acaso - leio numa coluna social que aconteceu uma festa cheia de "famosos", me pergunto: mas famosos pelo que? Sim, porque ninguém duvida que Oscar Niemeyer seja famoso - ele, sem aspas - e ainda assim ainda nunca vi alguém apresentando o contemporâneo de Dom Pedro como "o famoso Oscar Niemeyer" e sim como "o arquiteto".
Assim como ele, existem "o músico", "o teatrólogo", "o escritor", "o ator", "o filósofo" - ainda que hoje em dia a filosofia que faz mais sucesso seja a de botequim mesmo - enfim, ninguém que tenha um "porque" de ser famoso é apresentado como tal.
Digo isso porque "fama" é algo muito relativo. Quem não quer sobressair no que faz? Ser conhecido e reconhecido, ser apontado como exemplo, ser "o cara" ou pelo menos um dos "caras"? Agora, acho difícil alguém desejar a fama do Alexandre Nardoni ou então trocar a fama que o goleiro Bruno tinha quando era apenas "goleiro" pela que ele tem hoje, quando é goleiro + suspeito-de-ser-um-psicopata-estilo-Jason-do-Sexta-Feira-13.

É um desejo de fama tão grande que não duvido que essas pessoas não ligassem nem de ser famosas por ser "o maior corno de Botucatu" ou então "a bunda com mais celulite de Bangu".
E a internet é campo fértil para isso. Hoje em dia basta uma câmera de vídeo caseira, muita falta de noção do ridículo e o site You Tube no ar para que qualquer imbecil - desde uma moça que faça uma dancinha ridícula até alguém que passe vários minutos falando bobagens e platitudes - seja visto por milhares de pessoas.
Esta é a época em que vivemos, onde a fama vem antes da realização. Não é a toa que seja tão repleta dos famosos "quem?".
3 Comentários:
Concordo bastante.
Hoje, com a internet, se é famoso por qualquer coisa a toa, seja ela relevante ou não.
E acho que devido a esse culto que o brasileiro faz à qualquer um que um dia já tenha estampado qualquer forma de mídia, e também à falta de noção das pessoas, isso acaba pegando, e fica aí um altar de sub-celebridades que a gente tem que aguentar.
Não só a fama "pelo que", mas há que se considerar também a fama "para quem". Qualquer que seja a realização, ou mesmo na ausência de alguma, como tanto se vê, a fama está no público, e públicos facinhos existem aos montes, oferta-demanda. E dependendo do caso, até falar mal é dar audiência.
Quem faz essa gente que não realizou nada ficar famosa, somos nós que consumimos esse tipo de "notícia". Damos ibope pra moça do vestido curto (ou seria uma blusa comprida?), pro assassino, pra mãe do filho de não sei quem. E assim as pseudocelebridades proliferam feito erva daninha em nossa sociedade.
A propósito: Feliz dia do Amigo. Dá uma espiada lá no meu blog. Tua crítica é sempre bem-vinda. Abraços
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