Se não permitem que você beba e dirija, não sei porque não extendem essa proibição ao celular. Sério, por mim as operadoras deveriam exigir teste de bafômetro depois da meia-noite, para evitar ligações bêbadas no meio da madrugada.
Digo isso porque a bebedeira cria tipos diferentes de pessoas. Tem o bêbado que enche a cara, dorme e não aporrinha o saco de ninguém, tem aquele bêbado que vira amigo de todo mundo, quer abraçar, dizer o quanto gosta da pessoa.
Outros preferem resolver falar "verdades", chamam o patrão de pão-duro, a esposa de mocréia. Tem aquele cara que dá em cima até das mulheres dos amigos, da noiva em plena festa de casamento ou então a garota que transforma a mesa do baile de debutantes num queijo de boate de striptease e passa o resto do ano em ressaca moral.
Tem o que bebe e e vira lutador de vale-tudo, Drag Queen, e até aqueles que ficam ricos e resolvem estourar o limite de todos os cartões, enfim, não faltam tipos de bêbados.
Mas um dos tipos mais tragicamente cômicos é o bêbado telefônico. Aquele ex-namorado(a) que no meio da madrugada, entre a vigésima dose de tequila e o décimo quinto RedBull resolve pegar o celular e ligar para o antigo amor e abrir o coração.
Um monte de gente pensa que é legal telefonar para alguém às 4:30 da manhã para dizer que foi um burro por ter terminado tudo, que não deveria ter transado com a prima dela, que aquele caso com o patrão foi só um deslize ou então para discutir assuntos do tempo em que ainda eram um casal.
Duas coisas são mais afrodisíacas do que ostras e essência de canela juntas: cheiro de andada de fila e uma madrugada sem pegar ninguém.
Aí você lembra da ex-noiva que foi para a Austrália depois de você abandoná-la em pleno altar, do namorado que terminou contigo porque você pegou o irmão gêmeo dele ou simplesmente querendo desfazer pequenos desentendidos:
- Alô.
- Juliana?
- Quem é?
- É o Pedro!
- Pedro? Que Pedro?
- Pedro, seu namorado, lembra? Eu te pedi um tempo pra pensar na relação...
- Porra, isso tem dois anos, você sumiu, eu já até casei e você acabou de acordar o bebê me ligando uma hora dessas.
Ou então algo como:
- Felipe? Tudo bem? É a Marina. (chorando)
- Marina? O que houve? Porque você está chorando?
- Ah, Lipe, eu tô mal cara, sério...você tava dormindo?
- Pô, Marina, às 3 da madrugada de uma terça-feira é lógico que eu estava dormindo.
- Ah, desculpa, mas eu preciso de ajuda, senão não te ligaria.
- Porque você não pede ajuda pro merda do seu atual namorado?
- Porque ele tá bêbado desmaiado aqui e nisso só você pode me ajudar.
- É algum acidente? Alguma emergência? Diz logo o que é.
- Me devolve aquele CD do U2 que eu te dei quando a gente fez um mês de namoro? Cara, eu adoro aquele CD...
Por isso mesmo, se beber, não dirija e nem use o telefone.
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5 Comentários:
shuahauas :)
Muito bom , adorei!
Muito bom ,adorei !
Pior do que fazer essas ligações, só a ressaca do dia seguinte acompanhada da "ex", telefonando pra te dar um esporro.
Adorei
"Duas coisas são mais afrodisíacas do que ostras e essência de canela juntas: cheiro de andada de fila e uma madrugada sem pegar ninguém."
Ha, ha, ha Sensacional!
Esse lance da fila que andou é dureza mesmo. E parece que os sujeitos adivinham - e sempre aparecem aos bandos, como uma matilha. Dá até para desconfiar que ficam se comunicando para atacar de uma vez só. E aí haja paciência para aguentar os telefonemas fora de hora.
Abração!
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