Tem gente que apóia regimes genocidas e tem gente que fica parada na frente da porta do vagão do metrô, mesmo sem pretender saltar nas próximas 10 estações.
Essas pessoas formam o que eu chamo de "a parede dos cretinos", que não encontra correspondente nem no muro de Berlim nos seus tempos mais duros.
Gente assim é irmã gêmea ou pelo menos parente daquelas que atravancam filas de restaurante a quilo, escolhendo uma a uma as ervilhas que vão colocar no prato. Já se deparou com alguém assim? Tenho certeza que sim (a menos que você seja um deles).
Você está lá esperando pacientemente com um prato na mão (restaurante a quilo, aliás, é a versão paga daquelas filas de sopa gratuita), doido para pegar sua comida de uma vez e, de repente, percebe o cretino uma ou duas pessoas à sua frente.
Pega 7 ovos de codorna. Não 5 e nem 10, mas 7. Um a um. E depois começa a despejar molho rosé neles. De novo um a um. Dali parte para o bobó de camarão, onde passa longos minutos catando os camarões. Mas ele não se contenta só em catar, ele precisa escolher.
- Não, esse está muito pequeno. Esse só tem a cabeça. Esse eu não fui com a cara.
E você ali, tentando manter sua fúria sob controle. No final, ele ainda pára na churrasqueira e pede para aquele sujeito suado e com um avental imundo ali de dentro meia lingüiça de frango, duas asas de galinha, 6 corações (só 6, o sujeito deu 8 e ele mandou devolver 2) e um ovo com gema mole.
No final das contas você deseja ardentemente que ele pegue pelo menos uma salmonela comendo aquele ovo.
Provavelmente esse cara é da mesma família daquelas pessoas que decidem o filme que vão ver justamente quando chega a vez delas na bilheteria:
- Esse filme aí é do 007?
- É sim Senhora.
- E qual é a história, hein?
E a mulher da bilheteria, nervosa, com medo de ser linchada por 50 pessoas impacientes na fila:
- Não sei, mas tem números, deve ser algum filme de matemática.
- Ah não, muito chato, tem algum de arte conceitual europeu passando?
Essa família dos empata-foda é numerosa.
O patriarca dela com certeza é um desses coroas que dirigem um Galaxie 1970 em uma via expressa bem devagar, como se estivesse puxando um cortejo fúnebre, causando um pequeno engarrafamento de uns 100 quilômetros na hora do rush.
E eles se espalham, seja no aeroporto na hora de pegar as malas ou de guardar a bagagem de mão no avião (abre a mochila, tira o lap top, fecha a mochila, coloca no bagageiro, abre de novo, pega o fone de ouvido e nisso a fila para entrar no avião já está no saguão, quase no setor dos táxis).
Também supermercado pagando uma conta de R$27,90 com moedas de 10 centavos, ou na fila do banco, quando resolve conversar com o caixa sobre o sol do final de semana enquanto contas de luz, água e gás aguardam impacientemente para serem pagas.
Isso quando não estão por aí atravancando escadas rolantes ou ocupando uma calçada inteira com um carrinho de feira.
Eles estão por toda parte.
Com certeza foi para lidar com gente assim que inventaram meditação zen, bolinhas anti-stress e o Rivotril, mas ainda acho que um campo de concentração seria muito mais divertido.
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3 Comentários:
Você se esqueceu do ser que deixa pra contar as moedas na catraca do ônibus hehehehe... Dá vontade de jogar uma bomba na cabeça desse povo sem noção!
Me rasguei de rir. É exatamente isso.
Eu ando de trem e, se você nunca andou de trem, já andou de metrô. É quase a mesma coisa. Como eu desço logo na 4ª estação - Madureira - então, fico grudada na porta exatamente para não atrapalhar ninguém, mas tem que vá saltar lá em Japeri... e fica grudado na porta.
Outra, por favor me responda: por que os homens SEMPRE tiram o dinheiro ou o cartão para a passagem NA HORA que chegam na roleta, já que as mulheres geralmente já estão com o dinheiro ou o cartão na mão antes mesmo de chegarem ao ponto de ônibus?
Luciana, é verdade! Eu já saio de casa com o cartão do ônibus na mão, mas os homens só abrem a carteira qdo estão na roleta! rsss
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