Você arruma um emprego mais ou menos, dá um duro, ganha uma promoção, o emprego vira um mais-mais ou menos, até que um belo dia você chega naquela posição onde o emprego continua chato, como sói a qualquer rotina, mas você ganha razoavelmente bem e começa a ter oportunidade de se dar a certos luxos.
Pode sair para lugares legais, comprar itens de consumo mais caros, viajar nas férias e feriados, comer fora com os amigos, quase tudo o que de melhor a vida tem para oferecer. Parabéns! Só falta mais uma casa própria, um carro novo e uma aliança no dedo e você será um "adulto".
Só que...
Sempre tem um "só que...", já notou? Como dizem por aí, noção do ridículo é alto tão caro que não há dinheiro que compre, mas quem dera se comprasse.
Porque teria muito mais utilidade do que um iPhone, por exemplo. Pelo menos se viesse em forma de aplicativo, mas nada, não existe um botão que alguém aperte e sintonize a sua vergonha própria com a vergonha alheia que você causa nos outros como, por exemplo, devido ao tom da sua voz para falar em público.
O sujeito fica no meio de um restaurante pegando o resultado do exame de fezes ou discutindo relação com a amante aos berros, como se todo mundo tivesse que ouvir as particularidades dele. Tudo normal, afinal, pagou caro pelo telefone, vai pagar a conta do restaurante, não deve nada a ninguém, logo, o mundo precisa saber que a Severina (amante dele) dormiu com o Adamastor e agora o comensal da mesa ao lado está puto, porque vai ter que tomar 10 injeções de penicilina.
A mesma coisa se dá com roupas caras. Não adianta dizer que esse seu casaco brilhante custou mil reais, se você conseguiu a proeza de achar o casaco mais feio que a Adidas já produziu em toda a sua história. Mas tudo bem, questão de gosto, podem dizer.
Mas e quando o cara resolve ir de metrô para fugir da lei seca e resolve andar com uma garrafa (cara) de Absolut, bebendo no gargalo e agindo como se fosse um bêbado de botequim pé sujo enchendo a cara de Pitú?
Senta de um lado do vagão, um amigo dele do outro e os dois ficam falando bobagens e dando gargalhadas de velho com pigarro como se todo mundo em volta estivesse naquele vibe "micareta-Engov-tomar todas-Engov de novo-acordar na calçada abraçado com um boneco inflável do Batman" e fosse achar esse comportamento "legal".
Empurrar pessoas em lojas de departamento, tirar foto de comida com flash em jantar a luz de velas, cantar no avião os hits do seu "aí pódi" (geralmente funk e sertanejo universitário) como se estivesse num programa de calouros, fazer questão de dizer quanto custou cada coisa que você comprou nas últimas semanas e achar sinceramente que porque "está pagando" tem o direito de fazer o que bem entender, tudo isso definitivamente faz parte daquele pacote clássico "achou um jeito de ganhar dinheiro, mas a educação continua perdida".
Então, se for para se comportar eternamente como personagem de "núcleo pobre" de novela das 8, pelo menos não gaste milhares de reais para isso e nem viaje para o exterior.
Um passeio no Piscinão de Ramos e roupa do camelódromo vão te vestir mais de acordo com o seu comportamento e ainda por cima você pode economizar uma grana para contratar um trio elétrico pra tocar no seu aniversário.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 Comentários:
Só que tudo que é bom dura pouco. Beijos
Marcus,
Concordei quase... até que chegou essa parte:
"Um passeio no Piscinão de Ramos e roupa do camelódromo vão te vestir mais de acordo com o seu comportamento e ainda por cima você pode economizar uma grana para contratar um trio elétrico pra tocar no seu aniversário."
Não sei se todo mundo que frequenta Piscinão de Ramos ou Camelódromo se comporta dessa forma sem educação. Tem muita gente de grana, principalmente os "novos-ricos" moradores de Vargem Grande, Curicica e BARRRRRA têm comportamento pior até.
Não que eu seja frequentadora do Piscinão, pelo contrário, tenho horror - sim, porque sou besta e não gosto de baixaria.
Educação é como gravidez: não se tem pela metade. Ou é ou não é. Com ou sem dinheiro.
(tira esse troço para moderar os comentários...)
Lu (posso te chamar de Lu?),
Eu já tirei uma vez e a quantidade de SPAM que recebi me fez até pensar que eu era um "blogueiro relevante". ;)
Beijos!
Kkkkkkkkk, no problem....
E, SIM, pode me chamar de Lu!
Postar um comentário