Na década de 80, durante o governo Leonel Brizola no Rio de Janeiro, o então vice-governador Darcy Ribeiro teve uma idéia: construir uma passarela do samba, o "Sambódromo", e colocar embaixo das arquibancadas um monte de camarotes que serviriam como salas de aula durante o resto do ano.
Certa vez, em tom de brincadeira, ele disse: "eu enganei todo mundo dizendo que construí um Sambódromo, na verdade eu construí foi um escolódromo".
O tempo passou e nem sei mais se ainda funciona alguma escola ali, mas a passarela de desfiles ficou, prestando um bom serviço à cidade que não tem mais que fechar alguma rua mais movimentada para os desfiles (que já foram nas saturadas Avenida Rio Branco e Presidente Vargas) e deu às escolas de samba um local para se apresentarem para sempre.
Pensando nisso, bem que o governo de algum estado da federação poderia destinar uma parte das suas verbas para obras superfaturadas e construir um "Passeotódromo". Sim, porque este grotão da América do Sul ainda conta com vasto material humano para justificar a necessidade de um.
Onde mais ainda encontraríamos órfãos do comunismo, jovenzinhos criados a Toddynho e internet de banda larga fãs da ditadura cubana, socialistas morenos, proletários que nunca pisaram no chão de uma fábrica, espoliados que fazem compras de Natal em Miami, universitários que só aparecem em livrarias para fazer protestos contra blogueiros "reacionários" em noites de autógrafo, sem-terras que não sabem diferenciar uma enxada de um ancinho (picaretas eles conhecem muito bem) e, claro, um Partido dos Trabalhadores composto por gente que prefere ver o diabo chupando limão olhando para o sol do que enfrentar um dia de trabalho sequer?
No Passeotódromo todos os habitantes desta estranha fauna em extinção poderiam exibir todo o seu esplendor e poupar os cidadãos que já perderam o interesse pela "luta de classes" (para acompanhar novelas ruins, basta assistir uma mexicana) e que não estão dispostos a ficar presos em engarrafamentos causados por carros de som e bandeiras vermelhas, tampouco a ouvir gritos e ser alvo de perdigotos cuspidos através de barbas cuidadosamente desgrenhadas.
Num país onde a União Nacional dos ESTUDANTES quer saber mais de política partidária, viagens patrocinadas e construção de prédios (que nunca saem do chão) do que de estudar, nada mais justo do que um Passeotódromo para que turistas possam ver que comunistas-do-cubrasil, .socialistas-de-iPhone e revolucionários-da-GAP também sabem fazer seu carnaval.
Todas estas entidades que infernizam as pessoas com piquetes, operações padrão e, claro, passeatas, poderiam se reunir ali para fazer um desfile com direito a concurso e tudo.
Não faltariam quesitos interessantes como "pior feminista de cabelo no sovaco", "berro mais alto", "palavra de ordem mais caquética", "tocador de bumbo mais chato", "ala das baianas com camisa de Che Guevara", "Cartaz mais mal pintado", "bolsinha tira-colo peruana mais original", "evolução em sandália franciscana".
A Marcha da Maconha, a Marcha Gay, a Marcha das Vadias e até a Marcha do Sou Cretino Sem Noção e Marcho por Nada seriam realizadas ali. O problema seria arrumar público, mas creio que um programa que traga estrangeiros de países civilizados para ver de perto como ainda vivem os últimos remanescentes da guerra fria e do marxismo farofeiro poderia resolver essa questão.
Embaixo das arquibancadas poderiam fazer igual no Sambódromo e colocar umas salas de aula.
Não seria nada mal (na verdade seria até pedagógico), pois ao ver todo aquele espetáculo bizarro e grotesco que volta e meia um desses "movimentos sociais" promovem, nossas crianças seriam tomadas por um sentimento incontrolável de vergonha alheia e noção do ridículo e ao invés de ameaçar com o bicho papão, poderíamos dizer a elas:
- Se não estudar direito vai acabar parando num desses desfiles.
1 Comentário:
Mas aí eles não iriam querer, já que o objetivo principal é sempre encher o saco dos outros.
Mas não deixa de ser uma boa idéia! hehehe
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