Já quis saber algum dia como seus pais se conheceram? Um monte de gente (quase todo mundo) já perguntou tentou saber como foi isso.
Se durante uma brincadeira nos jardins da infância, uma festa cheia de cuba libre e whisky a go-go nos anos 50 ou 60, um festival flower power nos anos 70 ou se foi com ele oferecendo sorvete e perguntando "vai uma lambidinha?" e ela enfiando o sorvete na testa dele para logo depois se apaixonar perdidamente, não faltam histórias (e algumas delas bem legais).
Mas a verdade é que nunca saberemos ao certo se essas histórias são totalmente fiéis realidade dos fatos, afinal, que mãe diria para uma filha, por exemplo, que só começou a namorar seu pai depois que disse para ele - que na verdade era afim da sua tia - que a irmã tinha herpes e clamídia?
O que diria então um pai, ao ter que optar entre contar que conheceu a sua mãe durante um sarau literário ou numa suruba regada a suco de groselha com vodka, ao som dos Beatles?
- Eu namorava outra moça, meu filho, mas fomos numa festa do cabide e ela fugiu com o Jorginho Cipó, aí como o namorado da sua mãe na época estava doidão fazendo amor com uma samambaia, eu aproveitei que ela estava bêbada e levei pra minha casa. Até hoje ela não notou a diferença.
Não dá, né? Mas se tivéssemos que contar as verdades hoje em dia, elas não seriam nem um pouco edificantes para o nosso bom nome também (ou não teriam a menor graça).
Atualmente os relacionamentos começam basicamente com ambos bêbados numa rave ou micareta (e sem condições de lembrar sequer o nome depois, quanto mais como tudo começou), através de encontros armados por um amigo do amigo do amigo (o famoso "bota na fita") e a grande maioria começa na internet mesmo.
E pouca coisa é tão sem graça quanto contar por aí que conheceu seu atual respectivo num site de encontros.
- Estava em casa num sábado, sem ter o que fazer, já tinha assistido a temporada inteira de Dexter, Game of Thrones e Sons of Anarchy, o YouPorn estava em manutenção, aí resolvi me inscrever no Par Perfeito e conheci sua mãe, que colocou uma foto fazendo bico de pato e mostrando o decote no perfil, foi assim.
Basta imaginar como são constrangedores encontros com gente que conhecemos na internet (aquela coisa de "vou com uma blusa preta e uma calça jeans", mas na verdade indo de bermuda florida e camisa do Vasco, só pro caso do outro ser feio e você poder fugir), para saber como não é uma coisa que acrescente muito ao seu currículo.
Tudo bem que bons relacionamentos podem surgir assim, mas a melhor parte deles certamente não é a forma como começaram.
Daí que atualmente se a sua filha te perguntar como conheceu a mãe dela, é mais jogo falar que estava andando na rua e um banheiro de uma estação espacial caiu bem na sua frente, com a sua atual esposa curiosamente lá dentro, como se fosse um "presente dos céus":
- Aí ela abriu a porta e me perguntou: tem papel higiênico?
Vai por mim: é bem melhor do que dizer que conheceu no "bang with friends" (trepe com seus amigos) do Facebook.
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