Avatar (ou vários avatares)

Postado em 7 de jan. de 2010 / Por Marcus Vinicius

Hoje resolvi aderir à preguiça e faltar a academia de noite. Essa vida de geração saúde afasta a gente de certos programinhas usuais, tipo pegar um cinema no final da tarde durante a semana.

Ia utilizar esse post pra falar mal do Koni Store e de franquias que deixam o nível cair depois que viram uma espécie de "lousy and expensive food", mas o filme que escolhi para assistir conseguiu vencer a má impressão que os temakis de lá me causaram e esse atum que parece que ainda está nadando no meu estômago.

Aproveitei o "papa filas" eletrônico do cinema e me senti no primeiro mundo comprando meu ingresso sem ter que ir na bilheteria, somente com o auxílio de um monitor touch screen e meu cartão de débito. Coisa boa, viu.

Mas vamos lá, fui assistir o famosíssimo, campeoníssimo de vendas, faladíssimo, assistidíssimo e deixo aqui este espaço: _______(íssimo) para você criar seu próprio neologismo grandiloquente sobre ele, filme de James Cameron, "Avatar".

Poderia falar aqui sobre atuações, sobre os espetaculares efeitos especiais que tiram nosso fôlego e sobre o visual esplendoroso que o filme proporciona (e olha que nem vi em 3D), porque acho que esses aspectos já foram abordados à exaustão pela mídia especializada, que inclusive chegou a considerar o filme um "divisor de águas" na história do cinema.

Exageros da crítica à parte, o que mais me chamou a atenção em "Avatar" foi a impressão que ele me causou de parecer estar assistindo a recortes de outros filmes famosos e conhecidos que já vi.

Sério, não que seja um "plágio" ou que diminua a importância da película, mas pelo menos para mim, encontrei ali referências tanto claras quanto sutis a diversos filmes.

Vou procurar não ser estraga prazeres e contar coisas que possam tirar o efeito surpresa do filme, por isso vou evitar a analogia que vi com outro filme de James Cameron, "Titanic". Quem já viu ambos os filmes lembrará bem da cena de "Avatar" que remete àquele afundamento do transatlântico, com suas luzes apagando em alto mar.

Mas vamos lá, as demais analogias são menos "spoilers".

Um forasteiro que chega para espionar uma cultura nativa para ajudar a dominá-la e, após ser encontrado, tratado como inimigo e conseguir com muito esforço falar até mesmo a língua deles e com que estes mesmos nativos passem a considerá-lo um igual, fazendo com que o forasteiro mude de lado na história: "Dança com Lobos", não é?

Uma cultura alienígena (no caso de "Avatar", os alienígeas somos nós) que chega para sugar os recursos de um planeta e subjugar os seus habitantes pela força de armas mais poderosas: "Indepence Day".

Um líder muito, muito, muito mal que põe fogo no que vê pela frente, deixa atrás de si um rastro de destruição, não respeita os entes da floresta e planeja vingar-se das "forças do bem" não só pelo poder mas também para mostrar simplesmente que pode e se vê enfrentando uma liga de seres diferentes (e bizarros) que se unem pela preservação do mundo que conhecem, a partir de uma "força superior": "Senhos dos Anéis".

O clima de fantasia e mundo maginário continua, na luta entre um "lado negro" da força e os mocinhos, com batalhas em florestas, confrontos grandiosos e até alguns simulacros de naves do Império, sendo assim, porque não? "Avatar" também tem uma pitada de "Starwars".

Esse caráter épico aliás, também remeteu para "Braveheart", onde um bravo e diferenciado guerreiro é escolhido para liderar um povo, fazendo belos discursos, inflamando e unindo as massas, tal qual William Wallace.

Guerreiros alados que não só escolhem sua montaria como são "escolhidos por elas", caríssimos, podem me xingar, mas já vi isso em Dinotopia.

Sem contar pessoas que controlam manequins a partir de sua mente, assumindo então a vida a partir de um avatar (daí o nome do filme, claro) não tem como não fazer lembrar um outro filme recém-lançado com Bruce Willis, "Surrogates".

Enfim, quando comentei com o pessoal do Twitter, teve quem falasse até de "Pocahontas" e "World of Warcraft", mas prefiro parar por aqui, acho que já consegui demonstrar meu ponto.

Sei que este é um texto que talvez interesse mais a quem já viu o filme (e entenderá o que digo, ainda que para discordar) do que para quem ainda não viu.

Só espero não ter estragado a diversão de ninguém, porque acredite: justamente por conter tantos elementos de filmes muito bons e de ação, mesclados com muita competência pelo diretor James Cameron e aliados à um visual inesquecível, "Avatar" é diversão garantida.

Vale o ingresso.

12 Comentários:

Fernanda Lizardo postou 7 de janeiro de 2010 às 05:03

Dizem que todas as histórias são escritas a partir de apenas seis premissas de relacionamento humano. Se é verdade, não sei, mas o fato é que nós gostamos de tudo aquilo que remete à saga da superação, à vitória do amor, à vingança do lado mais fraco que vence o forte. A vida e o cinema são uma espécie de Conde de Monte Cristo com pequenas variações.
Abraço.

Kio postou 7 de janeiro de 2010 às 05:26

Dizem que há sempre uma "grande história" sendo contada e fatalmente acharemos traços dela em qualquer filme que venhamos a assistir.
O próprio James Cameron confessou não se tratar de um enredo dos mais originais, até para que o que realmente importa no filme - o mundo de Pandora e a tecnologia empregada nas filmagens - seja evidenciado.
Sugiro que você volte ao cinema e assista em 3D. É um espetáculo único que não deve ser ignorado.
Abração.

@zecaman postou 7 de janeiro de 2010 às 06:21

Não, não, tu é muito inteligente pra mim...hhahahah....euainda nãi assisti, mas estou relutante. Espero pra ver The Last Airbender do Shyamalan.

Anônimo postou 7 de janeiro de 2010 às 06:25

Acho que Avatar foi um filme que se preocupou exageradamente com os efeitos especiais, com a beleza e deixou passar um importante detalhe: um roteiro tão inovador quanto o filme em si mesmo. A história, que foi menos priorizada que os efeitos, virou clichê ao final.

Unknown postou 7 de janeiro de 2010 às 06:50

Digamos que não é o tipo de filme que eu assistiria se fosse ao cinema.Tô mais pra "Do começo ao fim".Mas,meu filho como assistia Avatar em desenho,e joga no Play2,não se conforma do filme ser tão diferente.E no fim...pelo que vc diz,acaba sendo um uma colcha de retalhos de outros filmes.Prova da falta de criatividade tão na moda ...

Pr_Ludyney_Olson postou 7 de janeiro de 2010 às 06:50

Vc é um cara que pensa!!!

mvsmotta postou 7 de janeiro de 2010 às 06:55

Solange,

Eu acho que o "Avatar" do videogame é outra história que ainda vai sair em versão para o cinema também.

Esse do James Cameron é diferente mesmo.

Beijos!

Unknown postou 7 de janeiro de 2010 às 10:50

Aproveite o fim de semana e vá ASSISTIR EM 3D, você comeu o bolo só pela metade, literalmente.
Inclua na sua lista o MATRIX onde uma pessoa entra (se veste) dentro de uma máquina de guerra (tipo um blindado em forma humana).
Bom post.

Unknown postou 7 de janeiro de 2010 às 11:17

Solange Baumer, esse avatar que seu filho assiste em desenho, é outra coisa, mas que tanbém terá um filme que será lançado esse ano com o título de> Avatar: The Last Airbender (não sei como vai ser em portugues...)
Bom, voltando ao AVATAR do post, eu achei ele muito parecido com algumas coisas do WAR CRAFT III, com os night elfs e a THREE oF LIFE, que assim como no jogo, é uma arvore gigantesca e que tem muita importancia para o mundo em q esses seres vivem....

Elaine postou 7 de janeiro de 2010 às 12:22

A história do filme é 'confortável', nada ali é estranho ou diferente de outros filmes de ação ou aventura. Mesmo assim é um filmão, desses pra assistir no cinema, com tela gigante. Vi em 3D e gostei muito mesmo.

kacau postou 7 de janeiro de 2010 às 14:54

Vou assistir né Marcus fiquei curiosa, esta se tornando a segunda melhor bilheteria da história, depois volto pra comentar.

Anônimo postou 7 de janeiro de 2010 às 16:21

Fora o possível plágio que o Cameron fez às artes do Roger Dean, sim, "aquele carinha que fez as capas do Yes", o tal do planeta tem aquelas ilhas flutuantes e as cachoeiras que desaguam pra sabe Deus aonde, caracteristicas muito comuns nas artes do Roger Dean...

 
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