Apagão 2009 : jogando uma luz sobre o Brasil

Postado em 11 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius

Ontem 80% do PIB brasileiro ficou totalmente às escuras por algumas horas. Possivelmente problemas nas linhas de distribuição de Furnas, administrada pelo PMDB de Sarney aliado de Lula, causaram a primeira paralização total da Usina de Itaipu da história destepaíz.

Os petralhas prontamente dirão que também houve um apagão durante o governo de FHC, na sua eterna psicose comparativa, que teima em se achar menos sujo só porque o outro é mal-lavado.

Entendam: eu não gostei do governo FHC, não quero aquilo de volta, mas isso não quer dizer que eu também deseje que o petralhismo se torne uma nova monarquia pelega.

Petralhas pensam assim: se eles patrocinaram um esquema de compra de votos de milhões, não tem problema, afinal o Azeredo também fez um. Se eles se aliam ao Collor e ao Sarney, tudo bem, afinal FHC foi aliado de Antônio Carlos Magalhães e por aí vai.

Pra quem, quando fazia uma oposição raivosa fora do poder, dizia ser tão diferente, até que as ambições desta gente foram bem redimensionadas pra baixo.

Mas vamos prosseguir.

Este apagão não é o fim do mundo, como muitos pensaram, e nem campanha viral pro lançamento do filme 2012. Além daqui do Brasil mesmo, apagões gigantescos já aconteceram mundo afora e nem por isso os países que os sofreram são melhores ou piores do que algum outro.

Tirando os regimes "socialistas" apreciados pelos intelectualóides, pelegos e vagabundos ditos de "esquerda" como os de Cuba ou Venezuela, cortes de energia e limitações ao tempo de banho do cidadão são coisas raras e inusitadas.

O que mais chama a atenção neste apagão de 2009 no Brasil é a total falta de preparo do governo para lidar com situações assim. Não existe um sistema eficiente de detecção dos problemas, não existem linhas de comunicação com a população que possam simplesmente dizer "está acontecendo isso, por causa disso" e, o mais gritante, não temos nenhum "Plano B".

Caso o conserto deste problema durasse, digamos, 2 dias, seriam dois dias inteiros sem energia nas regiões afetadas, porque a despeito de pagarmos o tal "seguro apagão" compulsoriamente nas contas de luz e a despeito dos milhões e milhões gastos na construção de caras usinas termo-elétricas, não existe um "backup".

Isso demonstra o país virtual e de improviso, o país da propaganda ufanista mistificadora que é construido pelo PT há 8 anos.

Comemoramos o direito de sediar uma Copa do Mundo de futebol e uma Olimpíada como se nossas cidades não fossem caóticas, favelizadas, sujas, poluídas e violentas.

Estamos prestes a distribuir "Bolsa Cinema" e "Bolsa Celular", enquanto boa parte da população vive em favelas, dominadas por bandidos e agredindo o meio ambiente e a paisagem com suas ocupações irregulares.

A candidata oficial, já inclusive em plena campanha ao arrepio completo das leis, dizia em outubro que o Brasil estava "a salvo de um novo apagão elétrico".

O mega-apagão de Novembro mostrou o apreço que a ministra e o governo tem pela verdade.

Assim como as obras do PAC, inauguradas no papel e paralizadas em sua grande maioria.

Assim como nossa infra-estrutura caótica. O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro é um belo exemplo. Em 2007 passou por uma reforma que dispendeu milhões. Hoje está sucateado e necessitando de mais uma reforma.

O Maracanã, estádio que receberá a final da Copa de 2016, já foi reformado umas 2 ou 3 vezes nos últimos anos. Será fechado para mais uma reforma milionária em Dezembro.

Tudo que se apresenta como cara e difícil "solução definitiva", mostra-se uma bela gambiarra provisória no final das contas.

É bolsa isso, é bolsa aquilo. Pintam-se barracos de favelas, distribuem geladeiras para as camadas mais pobres. Doam-se mimos para servir como "cala a boca" para a população e enquanto isso todo um país jaz por fazer.

A economia melhorou? Sim. Fruto de uma política de estado de longo prazo que é baseada no tripé metas de inflação, câmbio flutuante e uma maior disciplina fiscal.

Se o PT tem um mérito nestes seus 8 anos de reinado, é o de não ter feito o que prometia quando era oposição e deixar a política econômica intocada.

Um novo presidente, que possa dar um passo adiante dos avanços que o país viu nestes últimos anos é necessário. Mais PT será mais mensalão, mais Sarney, mais fisiologismo, mais "toma lá, dá cá", mais desvios éticos relativizados por um discurso ufanista-mistificador.

Esse país do faz-de-conta precisa tornar-se um país real e para isso precisa se desvincular da imagem e do projeto personalista de um presidente que pensa que o Brasil é o PT, seu feudo intocável.

Um novo presidente não seria louco de mudar tudo, mexer no que funciona, assim como o PT não teve coragem de cumprir o que prometia e não deu o famoso calote no FMI, não mudou o regime de metas de inflação, a política monetária e nem os fundamentos que ajudaram o país a sair da crise financeira que assolou o mundo em 2008. Ninguém quer voltar ao passado.

Este apagão jogou uma luz sobre o Brasil e ela mostra claramente que não é hora de mudar tudo e nem de retroceder, mas de dar um passo adiante, mantendo o que está dando certo até aqui.

Que tenhamos a coragem de faze-lo.

2 Comentários:

Bárbara Werneck postou 11 de novembro de 2009 às 06:31

"Este apagão não é o fim do mundo, como muitos pensaram, e nem campanha viral pro lançamento do filme 2012." EU RI! hahaha...mas falando sério concordo com vc, aqui não teve nada de apagão mas pelo que li achei um absurdo!! Ninguém se preocupa em economizar nada nesse país!! Adorei o blog, grande beijo

cid postou 11 de novembro de 2009 às 09:29

olha da medo e concordo com a barbara tbm teve nada de apagão

alias estava entre amigo e a alucinaçao chegou ao seguinte "quando a luz voltaro Lula terá feito o mesmo que o Chaves fez na Venezuela

 
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