A turminha da panela

Postado em 10 de nov. de 2009 / Por Marcus Vinicius

Logo que comecei a me interessar sobre fotografia, entrei num forum buscando dicas sobre uma boa camera para comprar já que estava prestes a fazer o curso naquela época.

Me cadastrei, loguei e o que vi ali, sinceramente, causou desânimo.Me deparei com uma discussão(no sentido de barraco mesmo) por conta de uma dica que um "não-profissional" pedia aos entendidos sobre uma solução para uma foto que ele queria fazer.

Pois bem, entre insultos e "conselhos" para que procurasse quem realmente entende do assunto, "se você está doente procura um médico e não dicas na internet" foi uma das pérolas, além de bate-bocas entre os mesmos profissionais que acusavam uns aos outros de tirarem "fotinhos", eu acabei entendendo o porque de ter tanto problema assim em me relacionar com a maioria dos seres humanos.

Sério, prefiro conviver com meia dúzia de gatos do que com 3 seres humanos por mais de 2 dias seguidos.

Temos essa doentia tendência de "isolar" o "outro".

Todo e qualquer assunto de interesse comum a mais de 3 pessoas sempre gera o grupo dos "entendidos", o dos "fodões" e finalmente os "newbies". Normal, ninguém nasce sabendo, mas daí para o tal grupo resolver que cool é quem usa a "pinça-porta-clips" fabricada pela "clipony" e todos os demais mortais que não tem dinheiro para compra-la ou pior, que nem sabiam da sua existência, são apenas seres desprezíveis que não merecem nem mesmo ver a luz da "verdade", sob pena desta matá-los, é um pulo.

Ao invés de ter paciência e lembrar que um dia também precisamos de alguém para nos ensinar aquilo que sabemos, a maioria prefere zombar dos iniciantes, desestimulá-los ao máximo, talvez por medo de serem superados por algum "talento desconhecido", talvez simplesmente por maldade mesmo ou para sentir-se o "rei do pedaço".

Nomeie a área e teremos os pentelhos. A nossa querida meritocracia blogueira é apenas uma delas, mas até mesmo entre colecionadores de Playmobil provavelmente deve existir um Cardoso ou uma Tracy Flick da vida.

Não conheço ninguém que goste de alguma elite ou panela da qual não participe.

É unanime a sua condenação, a certeza da necessidade do combate feroz a estas e finalmente (em alguns), o desejo íntimo e inexorável de, um dia, finalmente participar de uma.

5 Comentários:

Eduardo Bisotto postou 10 de novembro de 2009 às 06:48

Muito bom o texto. É isso mesmo. Vale também para o jornalismo, que é a minha praia. E mesmo dentro dos coleguinhas de profissão tem as subdivisões. Deve ser por isso que a civilização demora tanto pra avançar...

Nina postou 10 de novembro de 2009 às 10:07

essas panelinhas são um saco. impede de quem quer aprender, no caso, conseguir e de quem quer aprimorar conhecimentos, por causa do alto ego... já fui 'vítima' dessa situação. o importante é não desistir. o díficil mesmo é ignorar, porque de fato, irrita bastante!

Anônimo postou 10 de novembro de 2009 às 10:08

Eu vejo essas subdivisões em todas as atividades humanas.
Bom post

Anônimo postou 10 de novembro de 2009 às 10:12

Quando fiz faculdade de economia na UFF de Niterói "caí em desgraça" por um bom tempo porque fazia perguntas, coerentes, que alguns mestres e doutores não sabiam responder. Poucos tem a humildade necessária para dizer: "Desculpe, mas eu não sei. Vou procurar aprender"

Jaques Wolbeck postou 10 de novembro de 2009 às 14:55

nossa
:O axo muito idiota quando alguem é disprezado ou jogado pra escanteio , belo texto , ta famoso em vi seu texto do dia 22 sem carros na minha prova a prova Brasil massa ;D

 
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