A gostosa nossa de cada dia

Postado em 10 de mai. de 2012 / Por Marcus Vinicius

Certa vez li que "a gostosa" não deixa dúvidas sobre o que ela é. Você pode estar num lugar cheio de sósias da Alícia Silverstone e da Dami Moore nos seus melhores dias, que se "a gostosa" aparecer, vai se destacar naquela multidão de outras gostosas.

Isso porque "a" gostosa é diferente de uma gostosa comum.

Ela pode ter qualquer cor de pele, pode ser loira ou morena, japonesa ou índia, nerd ou piriguete, descolada ou perua, pode ser gordinha, magra ou sarada, não importa, antes de tudo ela tem o charme, o andar, o perfume, a voz, o cabelo e todo o conjunto que a faz ser "a gostosa", uma dentre tantas.

Quando você se depara com ela, não há dúvidas, não existe espaço para "será?". Se você pensar algo como "eu acho que essa é a gostosa", esqueça, não é ela. O que faz um ditado popular surgir como um foguete na minha cabeça: em terra de cego quem tem um olho é a gostosa.

Porque, convenhamos, ainda que não seja um unicórnio ou um rapper com bom gosto para se vestir, a gostosa também é algo raro (se não impossível) de se encontrar. Nesse caso o que fazemos? Simples: fazemos o que todo ser humano mais gosta de fazer, que é enganar a si mesmo.

Nenhuma escola, sala de aula, rua, condomínio, clube, bar, fila de banco, barraca de feira ou caixa de comércio no mundo deixa de ter aquela que todos desejam, que pode ou não (mais não do que pode) ser também a gostosa.


Lembro bem quando fiz o primeiro grau e tinha uma menina que todos, literalmente todos, eram afim. Era um tal de bilhete anônimo e espiada na escada pra ver se conseguia olhar um centímetro de calcinha sequer, que tudo levava a crer que ela era sensacional.

Só que não era. Na verdade ela não acertou na Mega Sena (não que eu saiba) mas tirou outro tipo de sorte grande: era a mais bonitinha de um lugar onde não havia "a gostosa".

Talvez seja isso que explique porque você passou tanto tempo apaixonado por alguém que, anos depois, não conseguia sequer pensar em algo que realmente chamasse sua atenção. Você simplesmente estava nadando num mar de tubaína e te ofereceram uma Coca-Cola.

Nada de champagne, nada de whisly, mas uma simples Coca-Cola, que de repente virou a bebida mais gostosa do mundo, só porque não tem gosto de bala derretida.

Assim são aquelas que substituem sem substituir realmente a gostosa.

E novamente isso me faz pensar em outra coisa: que é o fato de ter muita gente considerada inteligente por aí que só tem como mérito andar cercada de imbecis.

Sem contar incompetentes cercados por gente mais incompetente ainda, malas sem alça que só são legais porque andam com cretinos piores do que eles e gênios que só são gênios porque vivem numa espécie de jaula de gorilas.

O que me leva à concluir que o vizinho fracassado é um dos maiores fatores de estabilidade social depois da televisão: é ele que faz com que o resto da rua inteira pense que é "a gostosa" do pedaço.

1 Comentário:

Anônimo postou 13 de maio de 2012 às 22:43

Ô bonito, eu sou A GOSTOSA! Se vc pensa q ela não existe é pq não me conheceu! hahahahahahaha...

 
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