Um esquadrão do Comando Delta está a bordo de um helicóptero para se infiltrar num campo de prisioneiros alienígena que está mantendo metade da população humana ali para roubar semen e próteses de silicone com a intenção de transformar em combustível para suas naves espaciais.
No meio da confusão, bombas, pistolas de raio laser, tiros e explosões, o protagonista nervoso sai pelo lado errado do helicóptero e tem sua cabeça decepada pela hélice. Fim do filme por falta de um mocinho.
Um bando de crianças entra numa fábrica de chocolate e é recepcionada por um sujeito esquisito de cartola. No meio do passeio eles encontram anões verdes, doces fabricados em série e ouvem um monte de histórias fantásticas contadas pelo sujeito.
Lá pelas tantas um gordinho invocado vira e diz:
- Ô, Seu Madruga, vai parar de falar e me dar um saco de M&Ms quando hein?
E é acompanhado por uma menininha de óculos:
- Esses anões verdes, trabalham de carteira assinada? Esse rio de chocolate ali, tem alvará do Ibama?
Depois de passar a noite dançando apaixonadamente numa bodeguita charmosa, o casal sai pelas ruas de Paris dançando na chuva. Ele empresta sua capa para proteger a moça do frio, ela tira suas luvas para acariciar o rosto do rapaz.
Uma trilha sonora toca ao fundo, enquanto a manhã se descortina luminosa sobre o Rio Sena. Eles já estão embriagados de paixão e champagne e só falta um beijo para consumar aquela noite perfeita. Só que ela bebeu demais. Bebeu demais mesmo e, antes de desmaiar, dá uma golfada de vômito com cheiro de roquefort na capa, no sapato e no bigode dele, que já estava quase dando um beijo na sua boca.
Um time de basquete se reúne no vestiário no intervalo de uma partida. São todos amigos e estreitaram seus laços mais ainda durante a difícil temporada na qual perderam todos os jogos. Sua equipe está ameaçada de fechar caso continuem perdendo assim e eles dependem disso para provar para si mesmos e para todo mundo que não são um bando de fracassados.
O técnico pede a palavra e fala sobre honra, glória, superação e sobre os fãs que não merecem todo aquele sofrimento. Eles se juntam no centro do vestiário e dão um grito de guerra, saindo dali com determinação e garra, com sangue nos olhos, para virar aquele jogo.
Voltam para a quadra e levam uma surra de 102 a 50, confirmando a posição de último no campeonato e decretando a falência do time.
Um casal vive uma históra digna de Romeu e Julieta. Ela, rica, bem criada, filha de um empresário torcedor do Grêmio. Ele, de classe média, tem um Fusca e é de uma família colorada. Nascerem no Rio Grande do Sul e serem de famílias tão diferentes impede aquele amor.
Num ato de desespero ele faz a proposta:
- Vamos casar! Vamos fugir para Manaus e torcer juntos pro São Raumundo!
E ouve, emocionado, a resposta da amada:
- Tá louco? Primeiro, como vamos chegar no Amazonas de Fusca? Depois, eu vou viver de que, já que você só ganha uma bolsa de pesquisa e aquele seu pai mão de porco não empresta nem pra gasolina? Outra, Manaus é quente pra cacete, você quer que eu vire um saco de brotoejas?
Grupo de adolescentes reunido na praia. Um deles, metido a cientista louco, diz que criou uma máquina de viagem no tempo. Eles entram num guarda-roupas, saem num mundo fantástico, lá pegam uma caravela e vão atrás do tesouro dos piratas do Caribe, voltam milionários e serão felizes para sempre.
Um gaiato coloca o celular de lado um momento, vira pra ele e diz:
- Andou bebendo o que, campeão? Bora filmar umas bundas pra botar no YouTube que a gente ganha muito mais.
Finais felizes, né?
E não, não fiquei maluco contando esse monte de histórias sem nexo, só quis mostrar como o cinema seria caso os roteiristas se baseassem mesmo só em histórias reais.
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