O Natal sem Jesus Cristo

Postado em 10 de dez. de 2009 / Por Marcus Vinicius

Parece meio apelativo o título, né? Mas se você tiver paciência e me esperar contar o porque dele, garanto que vai entender.

Longe de mim ser ou parecer carola ou conservador, nada disso, muito pelo contrário, mas sempre que Dezembro chega, esse pensamento me assalta: o estabelecimento, ano a ano, de um Natal em que Jesus Cristo passa a ser só um detalhe.

Parece clichê falar aqui que todo mundo se preocupa mais em comprar, servir ceias no dia 24 que mais parecem banquetes de Trimalcião e se embebedar, do que em fazer qualquer tipo de reavaliação íntima sobre tudo que se passou durante aquele ano, mas isso é uma verdade.

O Natal atualmente remete mais à imagem de senhoras se acotovelando em Shopping Centers cheias de sacolas de compras e homens sacando o cartão de crédito, para compensar com presentes toda a ausência presencial durante o ano, do que uma simples celebração familiar.

Não estou aqui falando que as pessoas devem ir procurar padres, confessionários ou mesmo ir pra Missa do Galo, acho que essa conotação estritamente religiosa não é obrigatória, ainda que esta seja uma festa religiosa.

Os usos e costumes fizeram toda (ou quase toda) a nossa sociedade ocidental incorporar o Natal às suas festividades e dessa forma a festa se "democratizou", universalizando-se e "pegando" todos.

Montam presépios e decoram as casas mais como "enfeites" e "costume" do que por valorizar o significado real de tudo aquilo. É como acender aquelas velinhas do Chanuká só porque é "bonitinho", mas tudo bem, não acho que isso seja um pecado mortal.

Mas não é porque a pessoa não vai passar a noite rezando o Pai Nosso à beira do presépio, que devemos transformar o feriado em uma data tão impessoal a ponto de negarmos até mesmo a sua origem.

Esse ano recebi um pedido para elaborar um cartão de final de ano de uma empresa. Tudo bem, adoro criar, adoro escrever e faço isso com certa facilidade. Só que tinha um detalhe: o cartão de Natal não poderia mencionar o Natal, porque poderia "ofender" quem fosse de outra religião que não o cristianismo ou ainda quem fosse ateu.

Noto esse tipo de comportamento, ainda que tênue, por aí afora: as festividades de final de ano tendem a ser "ecumênicas" atualmente.

É mais ou menos como fazer uma festa de aniversário pra alguém, mas não chamar o aniversariante porque pode ser que pessoas que "não gostem muito dele" estejam presentes.

Está aí explicado o Natal sem Jesus Cristo.

Como disse anteriormente, não é preciso fazer uma festa carola e nem alijar os "não-cristãos" da mesma, já que ela é uma festa ocidental e muito popular, mas fica a dica e, quem sabe, o pedido: que tal não alijarmos também quem é cristão dela?

6 Comentários:

Silvio Araujo postou 10 de dezembro de 2009 às 08:33

Muito coerente esta sua posição! Natal sem Jesus Cristo não dá! Aliás, essa coisa de shoppings, compras e mais compras, é que poderiam ser dispensados do Natal, juntamente com a figura do "bom velhinho", que de bom não tem nada: é a mais perversa figura que poderia ter sido criada! Só ganha presente, principalmente um bom presente, quem mereceu, leia-se: os ricos!

Beatriz postou 10 de dezembro de 2009 às 08:51

Realmente, muito coerente sua posição. Ultimamante temos visto cada vez mais o Natal ser desvirtuado pelo consumismo e por práticas não condizentes. Além de tudo, o espírito natalino tem ficado cada vez mais ausente, e percebemos o quanto as pessoas pouco se importam com o verdadeiro significado do Natal. Essa do cartão de Natal sem mencionar "Natal" por causa dos ateus me deu vontade de rir, porque eles são os primeiros a não respeitarem as pessoas que seguem crenças cristãs, pode perceber.

Fernanda Eggers postou 10 de dezembro de 2009 às 08:53

Olha, o natal vem de antes de Jesus. É, simplesmente, o nome mais comum, mas pode chamar de Chanuká (nem sei se escrevi certo, me desculpe), que acontece na mesma época ou Saturnália, a lá Sheldon (TBBT). Não nasceu uma festa cristã, mas sempre foi associada ao renascimento.
Acho que pode ser um período de reflexão, sim, mas não pode ser o único do ano. Se bem que tem tanta gente que não pensa em nada do que faz, que se o fizer uma vez por ano está bom.
Sinceramente, o que eu gosto do natal é dar presente pra quem eu gosto (e receber, que ninguém é de ferro e eu não sou besta), boa companhia e acabou-se. As tradições são um saco, a cidade vira um inferno, em qualquer canto é tumulto... E um monte de gente que eu conheço fica deprimida. Virou realmente só mais uma festa de aparências, independente de Jesus, Mitra ou quem você quiser celebrar.

Alexandre Lucas postou 10 de dezembro de 2009 às 15:34

Os velhos politicamente corretos. Já viraram cafonas.

Anônimo postou 22 de dezembro de 2009 às 12:09

Eu destaco esse parágrafo: "É mais ou menos como fazer uma festa de aniversário pra alguém, mas não chamar o aniversariante porque pode ser que pessoas que "não gostem muito dele" estejam presentes." - Bom saber que não estou sozinha. Na verdade ninguém sabe ao certo dia e mes do nascimento de Jesus. A Bíblia ñ menciona a data assim como tbém ñ existe nenhum registro dessa comemoração. O que dizer do coelhinho da páscoa que põe ovo? E de chocolate?! O que tem a ver Páscoa com coelhinho e ressurreição de Cristo? O coelhinho tem maior destaque que o próprio Jesus Cristo! No NATAL além de se festejar uma data “fajuta”, o personagem principal que se destaca mais uma vez não é o “aniversariante” e sim um velhinho chamado “Papai Noel”!
O COMÉRCIO AGRADECE!!!!!

Marina Almeida postou 30 de dezembro de 2009 às 10:48

uahuahuahauha
Seus posts são ótimos, pois você fala de coisas sérias, mas tem um tom bem-humorado!
Adoro!

 
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