E-books: será que a história dos MP3s se repetirá?

Postado em 28 de dez. de 2009 / Por Marcus Vinicius

Fui surpreendido pela notícia que dizia que a Amazon vendeu mais livros no formato eletrônico do que em papel neste Natal de 2009. Posso dizer que já esperava que os títulos para o Kindle e demais leitores passassem os impressos algum dia, mas não tão rápido.

Isso me leva a pensar se, por acaso, acontecerá com os livros o mesmo que um dia ocorreu com os discos e CDs, espalhando-se na rede de forma incontrolável e ocasionando uma crise no setor editorial e livreiro tal qual ocorreu com as gravadoras.

É sabido por qualquer pessoa que goste de ler que livros não são necessariamente artigos baratos. Tirando um achado num sebo camarada, o normal é pagarmos em torno de 30 a 50 reais por um título recém-lançado, o que transforma o hábito da leitura em algo que deve ser previsto no orçamento, dependendo de quanto a pessoa ganhe por mês.

Minha dúvida é se ocorrerão "desbloqueios" dos leitores digitais, que possuem alguns mecanismos para bloquear livros piratas no e-papel ou mesmo a capacidade dos usuários de desenvolverem metodos para burlar a impossibilidade de "baixar" os livros, o que retira do leitor a "posse" dos mesmos e tranformando-o em "assinante" de conteúdo.

Todos estes mecanismos, aliás, foram desenvolvidos pelo pavor das editoras em ter o mesmo "fim" das gravadoras.

Mas porque? Porque nota-se desde já o desinteresse em baratear o custo. Não estou aqui dizendo que devemos fazer "reforma agrária" no lucro alheio, pelo contrário, acredito que somente a iniciativa privada e empresas que visam lucro são capazes de inovar tecnologicamente e prestar serviços cada vez melhores, mas a questão é a linha tênue entre buscar lucro e ser simplesmente leonino.

Não creio que somente preço baixo combata pirataria. Em outros países, com livros, CDs e DVDs a preços bem menores do que os praticados no Brasil ela ocorre da mesma forma, simplesmente pelo fato de que muita gente prefere não pagar por algo se puder obtê-lo de graça.

Mas nem todos são assim. Praticando-se preços competitivos (porém honestos), serão afastados da pirataria aqueles que só recorrem a ela pelo fator "custo" e talvez torne-se mais fácil combate-la.

Bloqueios, mecanismos que tentam impedi-la pela força ou simplesmente não levar em conta os interesses do consumidor nesta equação certamente não funcionam.

A indústria fonográfica está aí para provar isso.

9 Comentários:

Isabel postou 28 de dezembro de 2009 às 06:59

Realmente os livros não eram pra ser tão caros, já que são isentos de impostos. Mas acredito que o livro em papel nunca será totalmente substituído. Eu, pelo menos, detesto ler textos longos no monitor.
Já tem tempo que ouvi dizer que na Europa tem outra moda: do livro gravado. Ou seja, ou invés de vc ler, vc ouve o livro (com interpretações e tudo mais). Haja preguiça pra ler, hein! rs
Um abraço! :)

Tiago Leal postou 28 de dezembro de 2009 às 07:03

O Kindle ja teve seu código querado por um israelense. Que ou será preso ou vai trabalhar na Microsoft. Mas a questão do livro é que no Brasil, o livro ainda não era pirateado. Agora vai passar a ser. Em outros países algumas editoras pirateia Paulo Coelho (ele disse numa entrevistra) e quem compra jura que é original de tão bem feita que é a cópia.

Unknown postou 28 de dezembro de 2009 às 07:31

O preço dos livros é indiscutivelmente alto,e ainda é o grande motivo dos sebos terem mais clientes que livrarias.Quanto a pirataria,é uma corrente em vasto crescimento.Ouvi outro dia que até os piratas de beira de calçada,que vendiam muitos cd's e dvd's agora estão perdendo para os computadores,pois muita gente baixa em casa o que deseja assistir.É um engolindo o outro,briga de quem sabe mais.Nós?vamos na correnteza (ou contra ela).
Mas quanto ao e-book,só o dia que puder ter um na mão pra dizer se prefiro papel ou tela.

rafasena postou 28 de dezembro de 2009 às 08:06

Esse é mais um dos problemas da vida moderna. As pessoas estão cada vez mais individualistas. Sendo assim, tendem a pensar só em si mesmas, fazendo de tudo - cometendo até um crime, como é o caso da pirataria - para se satisfazerem com o que há de novo.

Eliana postou 28 de dezembro de 2009 às 09:44

Detesto ler textos longos no monitor. O "objeto" livro também tem um quê a mais, inexplicável, só quem gosta de ler, sabe. É único e assim como jornais e revistas, não vai acabar. Além do mais, os preços caem muito rapidamente na Internet. As pessoas precisam aprender a comprar livros pelo submarino ou saraiva, ou siciliano... gente, é beeeem mais barato. Só é caro durante o lançamento, depois o preço cai muito!

Eliana

Expedito Paz postou 28 de dezembro de 2009 às 10:18

Não creio que os e-books superem os livros impressos. Muita gente tem problema em ler coisas longas numa tela, por mais prática que seja.

E pra quem falou dos livros gravados (audiobooks), esse formato vende bem aqui no Brasil, muita gente compra pra ouvir no trânsito...

Alexandre postou 28 de dezembro de 2009 às 10:19

Duvido muito que os E-Books sejam uma revolução como foi o MP3, pois entre ouvir um CD e ouvir um MP3, mudava-se apenas a forma de comprar (ou não comprar! rsrs), com o E-Book tem uma mudança muito grande forma de utilizar, pegar o livro e deitar no sofá ou na cama é muito mais confortável do que ficar na frente do PC, e como pouquissimas pessoas tem aqueles leitores de E-Book que simulam um livro... acho q o bom e velho Papiro vai permanecer por MMUUUIIIITOOOO mais tempo!

=D

Danilo B. postou 28 de dezembro de 2009 às 11:11

O pessoal aqui tá confundindo e-reader com monitor e e-book com audio-book.

E-reader é como um mp3 player, só que em vez de rodar músicas,
"roda" livros. Também conhecido como Kindle, da Amazon. Inclusive já tem até a versão brasileira.

Além de ter o mesmo tamanho que um livro comum, a tela não cansa como a de um monitor, vc pode ler no sol que não tem aquele reflexo tradicional dos monitores comuns, vc pode aumentar o tamanho da letra, o que resolve o problema das letras miúdas dos livros impressos, vc pode gravar milhares de livros e eu acho muito mais cômodo e confortável para ler deitado do que um livro comum, que geralmente é pesado, vc precisa ficar folheando, as vezes perde a página em parou... enfim, em questão de conforto, o e-reader ganha. As únicas diferenças é que não tem aquele cheirinho do papel e vc não pode ostentar na sua estante para os amigos. hahahaha

Anônimo postou 28 de dezembro de 2009 às 13:29

baixar livros piratas para ler na tela do PC é inviavel, porque é um saco ler na tela e tal. O kindle ja é uma ferramenta bem mais amigavel. Os preços dos livros no Brasil são uma afronta. Enquanto vc compra livros em aeroportos do mundo, chamados de paperback, por 2, 3 dólares, aqui vc para 60 70 80 reais por livros, no mínimo. Não temos uma cultura de incentivar a leitura. Vc vai na Saraiva ou outra e os preços assustam, sobretudo se vc é daqueles que lêem 2 ou 3 livros ao mês. Pirataria, num pais dominado pelas oligarquias que se revezam no poder a mais de 500 anos, e que até hoje jamais se preocuparam com a educação deste povo, que mal sabe falar, escrever e que não lê nada alem de um refrão de pagode, não é crime, é necessidade. Pirataria é o que se faz em Brasilia, nos 3 poderes. Valeu !

 
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